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LEI KANDIR
Lula promete R$ 900 mi a Estados, afirma Aécio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, decidiu liberar nesta semana R$ 900 milhões
para os governadores para compensar perda de receita com a Lei
Kandir, segundo o tucano Aécio
Neves, de Minas Gerais. "Irão ressarcir, ao menos em parte, as perdas que os Estados vão tendo",
disse o governador, depois de encontro de cerca de uma hora e
meia com Lula.
O dinheiro havia sido retido pela área econômica e serve para
compensar os cofres locais das
perdas com a isenção do ICMS
aos exportadores. Os governadores reclamavam da retenção dessa
verba desde o início de outubro, e
a medida agora pode ajudar a melhorar o relacionamento de Lula
com os Estados.
"Todos os governadores, quando aprovaram seus orçamentos,
previam a entrada desses recursos. Haveria até um descontrole
na execução orçamentária dos Estados se não fossem liberados esses recursos", disse Aécio, depois
da audiência.
Para o mineiro, a palavra de Lula estava em jogo. "Eu acho que
mais do que os recursos, na verdade, o governo cumpre um compromisso. E quem faz política sabe que a palavra empenhada deve
ser sempre honrada", afirmou o
governador.
Questionado sobre a liberação
dos R$ 900 milhões no começo da
noite, o secretário-executivo do
Ministério da Fazenda, Murilo
Portugal, afirmou: "Não há uma
decisão tomada, mas essa é uma
possibilidade".
Diante das dificuldades em negociar com a área econômica, os
governadores chegaram a falar
que as discussões com o governo
estavam interrompidas. Há duas
semanas, porém, a área econômica informou que o dinheiro seria
liberado no começo de dezembro.
Apesar da informação de Aécio,
o governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB),
mostrou-se descrente. "Só acredito vendo", disse Rigotto, por meio
de nota de sua assessoria.
Ao falar sobre os repasses da Lei
Kandir na Câmara dos Deputados, onde prestou depoimento, o
ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda) afirmou que o assunto
inclui, além dos recursos a mais, a
discussão de um mecanismo definitivo para compensar perdas de
arrecadação com a isenção.
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