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Perfil do investidor muda ao longo do tempo
Melhor estratégia para a gestão das finanças é adaptar as carteiras de acordo com os ciclos pessoais, afirmam especialistas
Na juventude, é possível
arriscar mais e se deve
aprender a equilibrar receita
e despesa; mais tarde, é
hora de estabelecer metas
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Diferentemente do que muita gente pensa, a administração
das finanças e dos investimentos pessoais é um trabalho que
não se esgota jamais. Criar um
sistema eficiente de gerenciamento das contas domésticas,
escolher um banco que ofereça
os melhores serviços pelos menores custos, comparar rendimentos e taxas dos fundos de
investimento, selecionar as
ações que vão fazer parte da
carteira -todas essas tarefas
precisam ser repetidas de tempos em tempos, conforme a
idade avança, os objetivos individuais e familiares mudam e...
a coragem diminui.
"Do investidor que se dedica
a operar no mercado, gira muito, diariamente, a faixa etária é
de 20 ou 30 anos. Esse entra de
peito aberto, abraçando os papeis mais voláteis. Mas aí as
pessoas vão ficando mais velhas e medrosas, nascem os filhos. É natural", diz Paulo Levy,
diretor da corretora Icap Brasil
e responsável pelo home broker MyCAP. "Eu mesmo já fui
muito mais adepto das aplicações arriscadas. Paradoxalmente, hoje tenho melhor conhecimento sobre as transações e ainda assim desacelerei."
Para aproveitar a vida e ter
uma velhice sossegada, o importante é identificar cada fase
e ir adequando as estratégias,
dizem os especialistas.
"Infelizmente, as escolas não
oferecem aulas de educação financeira, então as pessoas têm
que aprender na marra e só se
dão conta da necessidade disso
por volta dos 30 anos. O jovem
deve perceber que precisa começar a juntar o mais cedo possível", diz Luiz Gustavo Medina, sócio da M2 Investimentos
e coautor do livro "Investindo
no Futuro", da editora Saraiva.
Um passo por vez
Quando ainda mora na casa
dos pais, o universitário tem
condições de poupar a bolsa
que recebe no estágio e pode
até colocar o dinheiro integralmente na Bolsa de Valores.
É o momento de compreender algumas regras fundamentais de gestão de dinheiro. Primeiro, o segredo do sucesso financeiro se encontra em equilibrar as receitas, as despesas e
os sonhos. Parece óbvio -no
entanto, é exatamente onde a
maioria das pessoas tropeça e
fica estagnada. A ansiedade de
consumir faz com que contraiam empréstimos e gastem
demais com juros.
Aqui entra a lei número dois.
Como o Brasil continua tendo
juros elevados, faz muita diferença ser devedor ou credor,
ver a renda escorrer pelo ralo
sem que nem se note ou acumular recursos e não ter que se
preocupar com o dia seguinte.
Trata-se de tomar uma decisão
e ser fiel a ela.
Planejamento é a terceira determinação. O momento em
que se atinge uma certa maturidade e o salário engorda -é a
efetivação no emprego- é o
ideal para estabelecer metas,
como a aquisição da casa própria, e traçar um caminho para
atingi-las. Também se pode diversificar um pouco os investimentos, separando o que é destinado à aposentadoria.
Antes de casar, é primordial
discutir os objetivos de cada
um e elaborar um plano conjunto. Brigas por causa de dinheiro e a falta dele figuram entre as principais causas de divórcio, segundo as estatísticas.
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