GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de não esperarem nenhum choque econômico por parte do novo governo, os especialistas e consultores financeiros recomendam para os próximos meses os investimentos mais conservadores, principalmente os fundos DI e de renda fixa.
Segundo eles, a alta da inflação observada nos últimos meses e que tem preocupado alguns investidores pode até favorecer esses fundos, principalmente os DI. Isso porque, para conter a alta dos preços, o governo aumentou a taxa básica de juros e, como esses fundos possuem títulos corrigidos por essas taxas, devem auferir um bom rendimento.
A alternativa de colocar os investimentos em fundos que têm como base o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) não é vista como totalmente segura.
"Eles devem ser observados com cautela. Como suas carteiras possuem títulos de longo prazo, são suscetíveis a perdas caso os juros desses papéis subam por causa de dúvidas sobre o pagamento da dívida interna ou por pressão devido a resgate dos cotistas", diz Fábio Colombo, administrador de investimentos.
William Eid Júnior, do Centro de Estudos em Finanças da FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas), ressalta ainda que esses fundos podem não acompanhar exatamente a inflação. "Eles tendem a seguir o índice, mas não há uma garantia."

Atenção especial
Os fundos de ações são recomendados somente para uma parcela do total dos recursos disponíveis para investimentos.
Ainda assim, os consultores ressaltam que o capital direcionado para ações não deve ser um dinheiro que o investidor pode precisar no dia-a-dia, para não correr o risco de ter de sair em um período de baixa.
Os fundos de ações que se concentram em um único setor, como empresas de telecomunicações ou energia, só são remendados para aqueles que acompanham o mercado de perto.
"A não ser que seja um investidor mais sofisticado, recomendo que, em caso de querer aplicar em ações, aplique em fundos que acompanhem o Ibovespa, pois assim os recursos serão diversificados em várias empresas", disse Colombo.
A aplicação em imóveis é vista como um investimento seguro em termos de preservação de capital. Entretanto, se o investidor precisar do dinheiro rapidamente, pode ter problemas, uma vez que a venda desses bens costuma demorar mais tempo.


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