São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

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CRISE NO AR

Sindicato diz que protesto não prejudica segurança; empresa nega paralisação e afirma que paga hoje a funcionários

Mecânicos da Varig param por 13º salário

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Varig, que está em recuperação judicial e é protagonista de batalha jurídica por seu comando, não pagou ainda parte do 13º salário dos seus funcionários, o que deveria ter ocorrido na última terça-feira, segundo sindicalistas.
Uma parte dos trabalhadores de uma das subsidiárias da empresa, a VEM, que realiza a manutenção das suas aeronaves, realizou ontem uma paralisação de nove horas em protesto contra o não-pagamento, de acordo com Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários.
A Varig, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que a paralisação tenha ocorrido. Durante reunião com os trabalhadores, a empresa acordou que hoje depositará R$ 500 do 13º para quem ganha até R$ 2.000 mensais.
Segundo Balbino, 500 mecânicos que trabalham nos hangares da empresa cruzaram os braços das 7h às 16h de ontem. No total, a VEM tem 4.000 funcionários.
A greve, de acordo com ela, não causará nenhum tipo de prejuízo à segurança dos vôos da companhia aérea, pois foi feita pelos trabalhadores que são responsáveis pelos aviões que ficam parados alguns dias para manutenção, ou seja, os mecânicos de hangar.
Os mecânicos de hangar do segundo turno de trabalho, de acordo com ela, trabalharam normalmente no turno da tarde.
Amanhã, uma assembléia será realizada para decidir se uma nova paralisação será realizada, segundo a sindicalista.

Varig
Segundo Graziela Baggio, presidente do Snea (Sindicato Nacional dos Aeronautas, ou seja, pilotos e comissários), o atraso no 13º salário dos funcionários ocorre também na própria Varig.
"A primeira parcela do 13º deveria ter sido paga até 30 de novembro. Os únicos que receberam tudo foram os funcionários que ganham até R$ 800", diz.
"A segunda teria que ser efetuada até o dia 20 de novembro. Não pagaram nem se manifestaram a respeito, o que vem causando um grande mal-estar dentro da empresa", completa.
De acordo com Baggio, alguns trabalhadores ainda não receberam todo o salário de novembro.
Além disso, segundo ela, os trabalhadores ainda não receberam o 13º de 2004 nem os 5,8% de reposição salarial que conseguiram na convenção coletiva do ano passado. Ganharam o direito de receber na Justiça, mas, como a aérea está em recuperação judicial, o crédito não pode ser executado.
Segundo Baggio, os trabalhadores, tanto os aeronautas como os aeroviários, abstiveram-se de votar na assembléia de credores da companhia aérea que aconteceu na última segunda-feira porque o plano de recuperação que foi aprovado prevê que todos os créditos da aérea, incluindo os trabalhistas, só sejam pagos depois de passados 36 meses da implementação desse plano.


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