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CRISE NO AR
Sindicato diz que protesto não prejudica segurança; empresa nega paralisação e afirma que paga hoje a funcionários
Mecânicos da Varig param por 13º salário
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Varig, que está em recuperação judicial e é protagonista de
batalha jurídica por seu comando, não pagou ainda parte do 13º
salário dos seus funcionários, o
que deveria ter ocorrido na última
terça-feira, segundo sindicalistas.
Uma parte dos trabalhadores de
uma das subsidiárias da empresa,
a VEM, que realiza a manutenção
das suas aeronaves, realizou ontem uma paralisação de nove horas em protesto contra o não-pagamento, de acordo com Selma
Balbino, presidente do Sindicato
Nacional dos Aeroviários.
A Varig, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que a
paralisação tenha ocorrido. Durante reunião com os trabalhadores, a empresa acordou que hoje
depositará R$ 500 do 13º para
quem ganha até R$ 2.000 mensais.
Segundo Balbino, 500 mecânicos que trabalham nos hangares
da empresa cruzaram os braços
das 7h às 16h de ontem. No total, a
VEM tem 4.000 funcionários.
A greve, de acordo com ela, não
causará nenhum tipo de prejuízo
à segurança dos vôos da companhia aérea, pois foi feita pelos trabalhadores que são responsáveis
pelos aviões que ficam parados alguns dias para manutenção, ou
seja, os mecânicos de hangar.
Os mecânicos de hangar do segundo turno de trabalho, de acordo com ela, trabalharam normalmente no turno da tarde.
Amanhã, uma assembléia será
realizada para decidir se uma nova paralisação será realizada, segundo a sindicalista.
Varig
Segundo Graziela Baggio, presidente do Snea (Sindicato Nacional dos Aeronautas, ou seja, pilotos e comissários), o atraso no 13º
salário dos funcionários ocorre
também na própria Varig.
"A primeira parcela do 13º deveria ter sido paga até 30 de novembro. Os únicos que receberam tudo foram os funcionários
que ganham até R$ 800", diz.
"A segunda teria que ser efetuada até o dia 20 de novembro. Não
pagaram nem se manifestaram a
respeito, o que vem causando um
grande mal-estar dentro da empresa", completa.
De acordo com Baggio, alguns
trabalhadores ainda não receberam todo o salário de novembro.
Além disso, segundo ela, os trabalhadores ainda não receberam
o 13º de 2004 nem os 5,8% de reposição salarial que conseguiram
na convenção coletiva do ano passado. Ganharam o direito de receber na Justiça, mas, como a aérea
está em recuperação judicial, o
crédito não pode ser executado.
Segundo Baggio, os trabalhadores, tanto os aeronautas como os
aeroviários, abstiveram-se de votar na assembléia de credores da
companhia aérea que aconteceu
na última segunda-feira porque o
plano de recuperação que foi
aprovado prevê que todos os créditos da aérea, incluindo os trabalhistas, só sejam pagos depois de
passados 36 meses da implementação desse plano.
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