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Desemprego no ABC é o menor em 10 anos
Embalados pelos bons resultados da indústria automobilística, municípios da região engrenam ciclo de crescimento econômico
Melhora no emprego e no rendimento dos moradores
se reflete na expansão do
comércio, dos serviços e
do mercado imobiliário
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma das regiões que mais
se beneficiam do crescimento
do setor automotivo -o ABC
paulista-, a taxa de desemprego é a menor dos últimos dez
anos. A melhora na renda sustenta a expansão do comércio,
dos serviços e tem impacto no
mercado imobiliário da região.
"Pelo quinto mês consecutivo, o desemprego recuou na região. O número de desempregados vem recuando. Em março, era de 200 mil nas sete cidades. No mês passado, chegou a
166 mil, o menor contingente
de toda a série histórica do ABC
[desde 1998]", afirma Alexandre Loloian, coordenador de
análise de Trabalho da Fundação Seade. Em setembro, outubro e novembro, a taxa se manteve em 12,9% da PEA (População Economicamente Ativa).
Entre outubro de 2006 e o
mesmo mês deste ano, o número de ocupados na indústria
metal-mecânica da região passou de 164 mil para 175 mil -alta de 7,4%. "Esse setor, mais
formalizado e que paga melhores salários, cresce e certamente contribui para a melhoria da
renda", diz Loloian.
Na contramão do que ocorreu na região metropolitana, o
rendimento dos ocupados e o
dos assalariados do ABC aumentou, respectivamente,
8,15% e 8% entre setembro de
2006 e setembro deste ano, segundo a Fundação Seade.
"Na região metropolitana, o
rendimento caiu. A redução foi
de 4,5% para os ocupados e de
4,1% para os assalariados", diz.
Estudo da subseção do Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC mostra que houve
incremento de R$ 72,7 milhões
na massa salarial dos trabalhadores com carteira assinada
nas setes cidades da região entre setembro de 2006 e o mesmo mês deste ano. A estimativa
é que chegue a R$ 200 milhões,
se incluídos os valores de participação nos lucros pagos aos
trabalhadores da região. Nas
montadoras, os valores variaram de R$ 5.600 a R$ 8.500.
"O ABC vive um círculo virtuoso de crescimento. Nos últimos 21 meses, foram gerados
60 mil novos postos de trabalho. Os metalúrgicos respondem por cerca de 10% desse total", diz José Lopez Feijóo, presidente do sindicato. Nos últimos cinco anos, o aumento real
pago aos salários dos metalúrgicos variou de 14% a 17%.
Henrique Carvalho, superintendente do ABC Plaza Shopping, diz que o shopping, localizado em Santo André, sente,
geralmente, os efeitos do
"bom" e do "mau" desempenho
da indústria automobilística.
"Anos atrás, quando o setor estava demitindo, as vendas do
shopping estavam ruins. Hoje,
vivemos o oposto." As vendas
do ABC Plaza devem crescer
20%, em média, neste mês em
relação a dezembro de 2006.
"Estou vendendo mais neste
mês do que em dezembro passado, mas não devo superar dezembro de 2004", afirma
Adriana Teixeira, vendedora do
setor de eletrônicos em uma loja de rua do Ponto Frio.
Com mais dinheiro no bolso
e confiança no emprego, os
consumidores estão investindo
na compra de imóveis, diz Rosana Carnevalli, diretora regional do Sinduscon-SP (sindicato
das construtoras) no ABC. "O
setor cresceu 7,9% na região
metropolitana [entre janeiro e
setembro deste ano em relação
a igual período de 2006]. No
ABC, não foi diferente", diz.
Edifícios residenciais de alto
e médio padrões foram os mais
vendidos, afirma. O nível de
emprego na construção cresceu 9,2% em cinco cidades
-Santo André, São Bernardo
do Campo, São Caetano do Sul,
Diadema e Mauá. "Foi superior
ao verificado na região metropolitana de São Paulo, de 7,4%."
(CLAUDIA ROLLI e FÁTIMA FERNANDES)
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