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Montadora dá "canseira", afirma Procon
Órgão de defesa do consumidor diz que indústria automobilística ainda reluta em atender reclamações sobre defeitos
Entidade diz, no entanto, que as empresas têm se
empenhado em tornar os
comunicados de recalls mais
"objetivos" e "transparentes"
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor automotivo cresceu e
contribuiu para a expansão da
economia, mas ainda "reluta"
em atender as reclamações do
consumidor, diz Paulo Arthur
Góes, diretor de fiscalização da
Fundação Procon-São Paulo.
Até setembro, a entidade recebeu 689 reclamações de consumidores relacionadas ao setor. Desse total, 255 referiam-se a veículos entregues com danos e defeitos.
Duzentas queixas foram relativas a dificuldades na compra de veículos (problemas como multa, transferência, alienação, não-entrega de documentos, entre outros), 98 reclamações ocorreram em razão de
problemas com garantias e 70
por razões contratuais (contratos, pedidos, orçamentos).
"Os fabricantes e as concessionárias são péssimos para fazer acordos quando o consumidor tenta devolver um produto.
Trocar carro com defeito requer anos de disputa na Justiça. Eles não reconhecem o problema. E, geralmente, alegam
que o defeito ocorre por mau
uso do consumidor, como abastecer com combustível de má
qualidade", diz Góes. "O consumidor ainda costuma levar
uma canseira até ser atendido."
Em relação aos recalls -só
nos últimos dois meses foram
sete-, o Procon-SP avalia que
as empresas têm se empenhado
em tornar os comunicados cada vez mais "objetivos", com informações "transparentes".
"Recebemos as informações
dos fabricantes e monitoramos
as campanhas, avaliando se são
feitas em tempo adequado, se
esclarecem de fato os procedimentos que o consumidor tem
de adotar, se o plano de mídia é
eficiente. O que notamos é que
ainda há falhas nos comunicados; é preciso mais clareza em
relação aos riscos e aos defeitos
apresentados."
Técnicos do Procon-SP discutem com representantes da
Anfavea, associação que reúne
os fabricantes de veículos, a fixação de um modelo para padronizar os recalls no setor.
Neste ano, foram realizadas
33 campanhas referentes a recalls de veículos -uma a mais
do que as feitas no ano passado.
"Ainda estamos longe dos
números dos Estados Unidos.
Só neste ano foram feitos aproximadamente 520 recalls, por
diferentes motivos, não só por
razão de segurança. Aqui no
Brasil, o recall ainda ocorre somente quando o produto apresenta falha e pode expor o consumidor a riscos", afirma Góes.
(CLAUDIA ROLLI e FÁTIMA FERNANDES)
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