São Paulo, quarta, 23 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VEÍCULOS
Falta um acordo sobre a divisão do desconto entre empresas e governo
Plano para troca de carros antigos tem novo impasse

MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local

Mais uma reunião para definir uma programa de renovação da frota nacional de automóveis acabou em impasse.
A proposta de renovação que vem sendo discutida tem por objetivo oferecer estímulo aos proprietários de veículos com mais de 15 anos de uso para que adquiram um carro novo.
O estímulo seria feito pela concessão de um desconto na compra do carro novo, desde que o comprador entregue um veículo usado.
As discussões envolvem o governo de São Paulo, empresários do setor automotivo e trabalhadores.
Representantes das montadoras e das rede de distribuidores de veículos não conseguem chegar a um acordo sobre a contribuição de cada um no desconto a ser dado nos carros novos usados no programa.
O encontro de ontem, o sexto desde o início das discussões, foi marcado pelas fortes divergências entre as montadoras e as concessionárias, que acabaram trocando acusações.
Governo, empresários do setor e trabalhadores concordaram ontem em estabelecer o valor do desconto em R$ 2.000, mas ficou para janeiro a definição de quanto cada parte irá contribuir.
Uma nova reunião deverá acontecer em 15 de janeiro.
As montadoras querem que o governo do Estado reduza o ICMS sobre os automóveis em R$ 700. A União também entraria no desconto com R$ 700, abrindo mão de parte do IPI sobre os veículos.
Ainda pela proposta, os R$ 600 restantes ficariam divididos entre as revendas e as montadoras.
As indústrias também se comprometem a criar centros de reciclagem para os carros usados.
Como não houve acordo entre a Anfavea (associação das montadoras) e a Fenabrave (representante das concessionárias), cada indústria discutirá a questão com sua própria rede de distribuição.
"Como distribuir os R$ 600 será discutido posteriormente, mas o desconto será sobre o preço praticado pelo mercado", disse José Carlos Pinheiro Neto, presidente da Anfavea.
"Precisamos acertar sobre qual preço será dado o desconto, o que consta na tabela ou o praticado no mercado", rebateu Hugo Maia, presidente da Fenabrave.
O vice-governador, Geraldo Alckmin, disse que a proposta das montadoras terá que ser avaliada pelo Estado.
A proposta inicial do governador Mário Covas era reduzir o ICMS de 12% para 8%, o que correspondia a, em média, um desconto de R$ 440 nos carros populares.
Agora, com o desconto proposto fixo em R$ 700, técnicos do Estado irão fazer uma avaliação sobre o tamanho da renúncia fiscal, segundo Alckmin.
Ficou acertado ontem que o programa será para veículos até 1.6.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.