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VEÍCULOS
Falta um acordo sobre a divisão do desconto entre empresas e governo
Plano para troca de carros antigos tem novo impasse
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
Mais uma reunião para definir
uma programa de renovação da
frota nacional de automóveis acabou em impasse.
A proposta de renovação que
vem sendo discutida tem por objetivo oferecer estímulo aos proprietários de veículos com mais de 15
anos de uso para que adquiram um
carro novo.
O estímulo seria feito pela concessão de um desconto na compra
do carro novo, desde que o comprador entregue um veículo usado.
As discussões envolvem o governo de São Paulo, empresários do
setor automotivo e trabalhadores.
Representantes das montadoras
e das rede de distribuidores de veículos não conseguem chegar a um
acordo sobre a contribuição de cada um no desconto a ser dado nos
carros novos usados no programa.
O encontro de ontem, o sexto
desde o início das discussões, foi
marcado pelas fortes divergências
entre as montadoras e as concessionárias, que acabaram trocando
acusações.
Governo, empresários do setor e
trabalhadores concordaram ontem em estabelecer o valor do desconto em R$ 2.000, mas ficou para
janeiro a definição de quanto cada
parte irá contribuir.
Uma nova reunião deverá acontecer em 15 de janeiro.
As montadoras querem que o
governo do Estado reduza o ICMS
sobre os automóveis em R$ 700. A
União também entraria no desconto com R$ 700, abrindo mão de
parte do IPI sobre os veículos.
Ainda pela proposta, os R$ 600
restantes ficariam divididos entre
as revendas e as montadoras.
As indústrias também se comprometem a criar centros de reciclagem para os carros usados.
Como não houve acordo entre a
Anfavea (associação das montadoras) e a Fenabrave (representante
das concessionárias), cada indústria discutirá a questão com sua
própria rede de distribuição.
"Como distribuir os R$ 600 será
discutido posteriormente, mas o
desconto será sobre o preço praticado pelo mercado", disse José
Carlos Pinheiro Neto, presidente
da Anfavea.
"Precisamos acertar sobre qual
preço será dado o desconto, o que
consta na tabela ou o praticado no
mercado", rebateu Hugo Maia,
presidente da Fenabrave.
O vice-governador, Geraldo
Alckmin, disse que a proposta das
montadoras terá que ser avaliada
pelo Estado.
A proposta inicial do governador
Mário Covas era reduzir o ICMS de
12% para 8%, o que correspondia
a, em média, um desconto de R$
440 nos carros populares.
Agora, com o desconto proposto
fixo em R$ 700, técnicos do Estado
irão fazer uma avaliação sobre o
tamanho da renúncia fiscal, segundo Alckmin.
Ficou acertado ontem que o programa será para veículos até 1.6.
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