São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

Pesquisa da CNI vê otimismo do empresário

O empresário industrial inicia o ano e o segundo mandato do governo Lula bastante confiante com a economia. Pesquisa da CNI que será divulgada hoje mostra que o índice de confiança do empresário industrial, medido entre novembro de 2006 e janeiro deste ano, subiu para 59 pontos, o melhor patamar dos últimos dois anos. O maior índice tinha sido de 64,9 pontos, em janeiro de 2005.
No final do ano passado, o indicador já sinalizava uma pequena melhora do otimismo do empresário. O índice de confiança de outubro registrou 55 pontos, mostrando uma recuperação moderada em relação aos 52,9 pontos de de julho. O salto maior se deu agora, em janeiro, com o avanço de quatro pontos do indicador.
O índice varia numa escala de zero a cem pontos, sendo que números acima de 50 pontos indicam otimismo, e abaixo de 50, pessimismo. O objetivo do indicador é o de captar a sensação do empresário sobre a situação atual da economia e a perspectiva para os próximos seis meses.
O resultado de janeiro pode ser interpretado como uma injeção de otimismo, ao ficar muito próximo dos 60 pontos, um patamar que mostra historicamente quando o empresário confia numa recuperação forte da economia. Em outubro de 2004, ano em que o país cresceu 4,9%, o índice estava em 63,8 pontos.
A melhora do otimismo do empresário deve ser atribuída a pelo menos dois fatores. Em primeiro lugar, ao continuado processo de queda dos juros, que já dura mais de um ano. Depois, ao próprio clima criado pelo governo com a elaboração do programa de aceleração de crescimento. Logo depois de ser reeleito, Lula prometeu que iria fazer um plano de destravamento da economia para o país voltar a crescer a 5% ao ano.
O aumento da confiança registrado pela pesquisa da CNI foi geral. Tanto o grande como o pequeno e médio empresário se mostraram bem mais otimistas com as perspectivas da economia. A manutenção ou não dessa confiança dependerá da execução do plano e de o juro continuar em queda.

Cheques sem fundos têm alta de 9,5%

Em todo o país, foram devolvidos 20,7 cheques sem fundos a cada mil compensados em 2006 (2ª devolução), uma alta de 9,5% sobre a média de 2005, que foi de 18,9 devolvidos em cada mil, segundo levantamento que a Serasa irá divulgar hoje. Em dezembro, houve uma queda de 4,5% na devolução de cheques sem fundos, em razão do pagamento do 13º salário. De janeiro a dezembro de 2006 foram devolvidos 35,5 milhões de cheques no Brasil, num total de 1,7 bilhão de cheques compensados. No ano anterior, foram 36,7 milhões de devoluções de um total de 1,94 bilhão compensados. São Paulo teve o menor volume de cheques devolvidos a cada mil compensados no balanço. Roraima teve o maior. De acordo com a Serasa, a alta da devolução de cheques no ano passado de 9,5% sobre a média de 2005 se deveu à maior facilidade de crédito e à sua concessão não adequada. Esses fatores promoveram o acúmulo de dívidas e o comprometimento de renda por parte da população.

análise

Economista apóia fundo com FGTS

O economista Antonio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP, defende uma das medidas mais polêmicas do PAC, que é a de utilizar uma parte do FGTS para constituir um fundo específico para financiar projetos de infra-estrutura. Em primeiro lugar, diz que o governo não está propondo nenhuma forma de "desvio" de recursos do fundo, ou mesmo "confisco", mas uma aplicação que será remunerada, de acordo com a rentabilidade dos projetos escolhidos para a operação. Depois, grande parte dos "riscos" alegados pode ser minimizada por meio de regulamentação, transparência e governança na gestão dos recursos, fiscalização e o oferecimento de garantia da rentabilidade mínima.

NA COZINHA
A Gran Sapore, empresa que instala e faz gestão de restaurantes corporativos, prepara-se para lançar ações na Bovespa. A idéia, segundo o vice-presidente, Plínio de Oliveira, é "reforçar a penetração no mercado interno e externo". Além disso, a empresa criou a Praça 1, uma praça de alimentação corporativa, com boxes para comida italiana, japonesa, mineira e outras opções. A primeiro delas acaba de ser instalada na TV Globo. Entre seus clientes estão Motorola, AmBev, Procter & Gamble e Renault.

BIODIESEL
A ANP marcou a data do seu quinto leilão público de biodiesel. Será no dia 13 de fevereiro, na modalidade pregão eletrônico, com a oferta de 100 milhões de litros do produto. Nos quatro primeiros leilões, realizados em 2005 e 2006, foram vendidos 840 milhões de litros.

PRORROGAÇÃO
Paulo Godoy (Abdib) ainda vai tentar convencer o governo a voltar a incluir no PAC a isenção do IR para as empresas que investirem no fundo de infra-estrutura. A medida foi tirada aos 45 minutos do segundo tempo, a pedido da Receita Federal, que viu uma possibilidade de se abrir uma brecha para sonegação. A isenção do IR só vale para as pessoas físicas. Godoy não se convence. Ele acha que o governo tem vários mecanismos, como a própria CVM, que são capazes de evitar fraudes.

COMPRA
A compra da Sodiler pela Laselva Bookstore foi estruturada pelo escritório paulista Dourado Fagundes Fialdini Ribas. A Laselva possuía 64 pontos-de-venda. Com a aquisição, a companhia passa a ter 84 estabelecimentos no país.

ESTUDO
Dezesseis alunos estrangeiros desembarcaram no Instituto Coppead/UFRJ para cursar o módulo brasileiro do Global Partners MBA, programa em parceria com instituições, como Robinson College of Business (EUA) e o IAE da Sorbonne. Além do Brasil e dos EUA, os estudantes farão módulos na França e na China.

QUÍMICOS
O setor atacadista de produtos químicos e petroquímicos teve queda de 18,8% nas vendas em dólares, em dezembro de 2006, em relação a novembro. Já as vendas acumuladas registraram acréscimo de 9,7% em relação a igual período do ano anterior, segundo a Associquim e o Sincoquim (associação e sindicato do setor). A expectativa é que janeiro apresente crescimento de 12% nas vendas.

EDIÇÃO
A Doria Associados Editora lança amanhã, durante o 3º Family Workshop, em SP, a terceira edição da "Revista Empresarial", com tiragem de 40 mil exemplares.


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