São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Associação vê mudança nos investimentos

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a crise se intensificando nos mercados internacionais, a Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) prevê uma migração importante de operações de renda variável para renda fixa neste ano.
Ao comentar a turbulência, durante apresentação dos resultados do mercado de capitais em 2007 (veja texto abaixo), o vice-presidente da associação, Luiz Fernando Resende, afirmou que "estamos em um processo de quase pânico".
"Falar que o Brasil está descolado do processo internacional é uma utopia. Por mais que a gente ache que esteja descolado, não está, porque as economias estão muito ligadas entre si. E de alguma forma isso vai se refletir agora, seja na parte financeira, seja na parte de economia real", afirmou Resende.
Neste ano, analisou, deve ocorrer um aumento de operações de emissão de dívidas por empresas como forma de capitalização. "As empresas tinham planos de investimentos, e provavelmente não vão desativar esses planos. Vão tentar captar recursos de dívida", disse.
O conjunto de operações do mercado de capitais pode sofrer uma redução, na avaliação da associação, principalmente nas operações de renda variável (com emissão de ações).
"Se tivermos seis meses saudáveis, vamos ter um número saudável de operações na parte de "equity" [renda variável], ou seja, talvez a metade do ano passado", afirmou. Sem crise, afirmou, a perspectiva da Anbid era que se repetisse o desempenho do ano passado, um ano considerado excepcional.
Atualmente, informou a associação, há 26 operações em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) de renda fixa, ou seja, emissão de debêntures (títulos de dívida), notas promissórias, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios). Essas operações totalizam R$ 18,5 bilhões.
Há 38 operações de renda variável com registro na CVM, mas 15 estão congeladas por conta da crise. Algumas, afirmou o vice-presidente da associação, podem ser suspensas.
Questionado sobre a possível reação à crise dos investidores estrangeiros presentes no mercado brasileiro, Resende afirmou que vai depender da liquidez. "Eles estão olhando os fundamentos do país e das empresas, que são bons. Se não houver pressão de liquidez, vão permanecer e talvez procurar novas oportunidades."


Texto Anterior: Bastidores: Crise eleva cacife de Meirelles com Lula
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.