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Associação vê mudança nos investimentos
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a crise se intensificando
nos mercados internacionais, a
Anbid (Associação Nacional
dos Bancos de Investimento)
prevê uma migração importante de operações de renda variável para renda fixa neste ano.
Ao comentar a turbulência,
durante apresentação dos resultados do mercado de capitais em 2007 (veja texto abaixo), o vice-presidente da associação, Luiz Fernando Resende, afirmou que "estamos em
um processo de quase pânico".
"Falar que o Brasil está descolado do processo internacional é uma utopia. Por mais que
a gente ache que esteja descolado, não está, porque as economias estão muito ligadas entre
si. E de alguma forma isso vai se
refletir agora, seja na parte financeira, seja na parte de economia real", afirmou Resende.
Neste ano, analisou, deve
ocorrer um aumento de operações de emissão de dívidas por
empresas como forma de capitalização. "As empresas tinham
planos de investimentos, e provavelmente não vão desativar
esses planos. Vão tentar captar
recursos de dívida", disse.
O conjunto de operações do
mercado de capitais pode sofrer uma redução, na avaliação
da associação, principalmente
nas operações de renda variável (com emissão de ações).
"Se tivermos seis meses saudáveis, vamos ter um número
saudável de operações na parte
de "equity" [renda variável], ou
seja, talvez a metade do ano
passado", afirmou. Sem crise,
afirmou, a perspectiva da Anbid era que se repetisse o desempenho do ano passado, um
ano considerado excepcional.
Atualmente, informou a associação, há 26 operações em
análise na CVM (Comissão de
Valores Mobiliários) de renda
fixa, ou seja, emissão de debêntures (títulos de dívida), notas
promissórias, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários)
e FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios). Essas operações totalizam R$ 18,5 bilhões.
Há 38 operações de renda variável com registro na CVM,
mas 15 estão congeladas por
conta da crise. Algumas, afirmou o vice-presidente da associação, podem ser suspensas.
Questionado sobre a possível
reação à crise dos investidores
estrangeiros presentes no mercado brasileiro, Resende afirmou que vai depender da liquidez. "Eles estão olhando os fundamentos do país e das empresas, que são bons. Se não houver pressão de liquidez, vão
permanecer e talvez procurar
novas oportunidades."
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