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Soros e ganhadores do Nobel criticam desempenho do Fed
DA REDAÇÃO
O megainvestidor George Soros criticou a decisão do Fed
(Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) de
cortar em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros americana, para 3,5%. Para ele, o
corte foi feito de "maneira um
tanto apavorada, porque as
pessoas temem que existam
problemas escondidos [que
ainda vão aparecer]".
Soros, que derrubou a libra
esterlina em 1992 apostando na
desvalorização da moeda britânica, disse que os bancos centrais "perderam o controle".
Ele também afirmou acreditar
que as autoridades monetárias
deveriam estar preparadas para ajudar os mercados no momento do tumulto e impor
mais regulamentações, e não
menos.
"Os mercados foram relegados aos seus próprios sistemas,
e as autoridades vieram contar
com os mercados para que eles
se corrigissem", afirmou em
Davos (Suíça), onde ocorre o
Fórum Econômico Mundial.
"Eles deviam saber melhor",
acrescentou. "Eles deviam saber que os mercados não necessariamente se corrigem."
Ele também disse que será
muito difícil para os Estados
Unidos e o Reino Unido evitarem uma recessão econômica,
mas que ela não deverá ser
mundial. "Eu estou esperando
uma transferência significativa
de poder e influência, dos EUA
em particular, em direção ao
mundo desenvolvido, especialmente para a China."
Para o Nobel de Economia
em 2001, Joseph Stiglitz, o banco central dos Estados Unidos
demorou muito para agir. "O
que estamos vendo agora são as
conseqüências de uma má conduta econômica."
"Infelizmente, esse episódio
pode levar os mercados -com
pouca coisa para fazer- a ficarem mais atentos com todas as
coisas que devem se preocupar,
que foram ignoradas durante
os inebriantes dias de boom",
afirmou Edmund Phelps, ganhador do prêmio em 2007 e
que também está em Davos.
Phelps disse ainda ser descrente de políticas que tentam
solucionar os problemas do setor privado. "Eu me preocupo
com os pedidos de políticos para "impedir a recessão", como se
os cortes na taxa de juros pelo
Fed e restituições de impostos
[uma das propostas do governo
americano] pudessem combater ou desfazer as forças estruturais liberadas pelo enfraquecimento do setor bancário."
John Thain, executivo-chefe
do Merrill Lynch, um dos bancos que mais perderam na crise, disse que o corte do Fed não
foi suficiente para consertar a
economia mundial.
Com "Financial Times" e Reuters
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