GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO

O novo certificado ambiental para biocombustíveis, um dos pontos do pacote energético da União Européia, deve atrapalhar as exportações brasileiras de álcool para o bloco econômico nos próximos dois anos, diz Júlio Borges, diretor da Job Economia e Planejamento.
Até 2020, o consumo do setor de transporte na Europa deve ter pelo menos 10% de biocombustíveis. A UE anunciou que apenas comprará produto de safras certificadas e que não causem danos ambientais.
Em comunicado, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) demonstrou preocupação de que a regulamentação continue sem imposição de barreiras. Previsão da Agência Internacional de Energia aponta demanda de 22 bilhões de litros de biocombustíveis para a Europa em 2012. Para chegar a esse volume, é preciso que os europeus avancem em áreas atualmente usadas para a produção de alimentos, o que não deve ocorrer.
Por isso, a UE terá de importar mais adiante. Para Borges, as perspectivas para Brasil e África são favoráveis pela "possibilidade de expansão de área visando cultivos para a bionergia."