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Consumo de energia recua pela 1ª vez desde o apagão
Demanda em dezembro cai 1,8% na comparação com o mesmo mês de 2007
Indústria reduziu consumo de energia em 8,8% no fim de 2008; segundo estatal, resultado se deve à crise, que freia a produção
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O consumo de energia elétrica no Brasil caiu 1,8% no mês de
dezembro do ano passado
quando comparado com o mesmo mês de 2007.
É a primeira vez que há queda em um mês em relação a
igual período do ano anterior
desde o apagão de 2001 a 2002,
período em que o país foi obrigado a fazer um corte compulsório no consumo de energia
por falta de água estocada nos
reservatórios das hidrelétricas.
Desta vez, o problema foi o
forte freio da atividade industrial como reação à crise que se
abateu sobre a economia.
Balanço divulgado ontem pela EPE (Empresa de Pesquisa
Energética), estatal ligada ao
Ministério de Minas e Energia,
mostra que o parque industrial
brasileiro reduziu a demanda
em 8,8% em dezembro ante
igual período de 2007. O consumo de 13.697 GWh no mês passado foi o menor do setor desde
junho de 2006.
Na região Sudeste, que concentra 57% da demanda industrial, a redução do consumo
chegou a 10,1%, efeito direto da
paralisação de algumas unidades em razão das férias coletivas e da antecipação dos programas de manutenção, como
no caso das siderúrgicas.
No Nordeste, a queda chegou
a 10,4%. Na região Sul, as indústrias consumiram 9% menos
energia elétrica, também na
comparação com dezembro de
2007. A diminuição da produção do Polo Petroquímico de
Triunfo, no Rio Grande do Sul,
foi decisiva para o resultado,
apontou a EPE. As chuvas em
Santa Catarina também influenciaram a queda de consumo na região.
No Norte, o consumo da indústria caiu 1,8%.
O Centro-Oeste do país foi a
única região que apurou elevação do consumo no mês de dezembro, 9,8% ante igual período de 2007.
O consumo de energia nos
frigoríficos, que estavam sem
funcionar por problemas sanitários um ano antes, foi a explicação oferecida pela estatal.
Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, disse ontem
que o resultado do último mês
de 2008 já era esperado e que,
por enquanto, o desempenho
industrial em termos de consumo de energia não muda a estimativa de consumo para 2009.
"Nós faremos uma nova revisão nos dados em março, quando tivermos os números consolidados do primeiro trimestre",
disse. Em novembro, já com as
indicações de queda na demanda, a EPE revisou o crescimento do consumo de 5,8% para
5,2% em 2009.
A estatal ainda considera a
hipótese de que o aumento no
consumo nas residências e no
comércio signifique mais demanda para a indústria, o que
pode se converter em retomada
da atividade industrial e consequentemente maior consumo.
"Ainda é uma hipótese, por isso
vamos esperar o primeiro trimestre para saber qual será o
comportamento das indústrias", disse.
Ano positivo
Mesmo com o resultado
ruim da indústria em dezembro, o consumo acumulado de
energia elétrica no ano de 2008
cresceu 3,8% e alcançou 392,8
TWh (terawatts/hora).
Colaborou CIRILO JUNIOR , da Folha Online, no Rio
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