São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2009

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Bolsa de SP encerra a semana com perdas de 3%

Investidor externo volta a tirar dinheiro do mercado

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana foi de queda na Bolsa de Valores de São Paulo, mesmo com o corte mais ousado, de um ponto percentual, feito pelo Copom na taxa básica de juros brasileira. Ontem, a Bovespa terminou com alta de 0,63%, mas o resultado foi insuficiente para livrá-la do vermelho na semana, quando acumulou baixa de 3,07%.
O dólar, que subiu 0,43% ontem, terminou a semana cotado a R$ 2,341, o que representou uma leve baixa de 0,09% acumulada no período. Em janeiro, a alta do dólar é de 0,30%.
Novos dados dados corporativos decepcionantes, como os fracos resultados de General Electric e Xerox, dificultaram o dia das Bolsas. Na Europa, a queda do PIB do Reino Unido, de 1,5% no quarto trimestre, levou o país a um cenário de recessão técnica, o que influenciou para um dia de perdas dos mercados.
O índice Dow Jones, das ações americanas de maior liquidez, terminou ontem com baixa de 0,56%. A Bolsa de Frankfurt perdeu 0,96%; Paris recuou 0,71%. E Londres fechou estável.
"A divulgação dos resultados do quarto trimestre, com destaque para Bank of America, Citigroup e Microsoft, apresentando valores abaixo da expectativa do mercado, voltou a trazer pessimismo aos investidores e queda às Bolsas na semana", diz Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos. "Os resultados corporativos do mercado norte-americano devem seguir trazendo volatilidade nos próximos dias."
Ações do setor bancário voltaram a se destacar dentre as perdas mais elevadas na Europa. Os papéis do BNP Paribas caíram 7,84% em Paris. Em Londres, as ações do Barclays recuaram 13,51%.
A Bovespa ontem viveu um dia de muita oscilação. Após chegar a perder 3,04% no pior momento do dia, atraiu investidores e marcou valorização de 2,02% no teto do pregão. No fim das operações, registrava 38.132 pontos.
Além dos bancos, quem ajudou o Ibovespa ontem foram os papéis da Vale. As ações preferenciais "A" se valorizaram em 1,74%. Já os papéis da Petrobras registraram baixa no pregão, de 0,21% (preferenciais) e 0,24% (ordinárias).
O balanço das operações feitas pelos investidores estrangeiros na Bolsa, que parecia que tomaria um rumo diferente em janeiro, voltou a decepcionar. Após contabilizar saldo positivo de R$ 1,08 bilhão no acumulado até o dia 8, o balanço das operações com capital externo passou a ser negativo em R$ 546,5 milhões no dia 20.
Os estrangeiros representam cerca de 35% das operações da Bolsa. Dessa forma, seu apetite para as ações brasileiras é relevante para o desempenho do mercado local.


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