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Novos recursos do BNDES equivalem a R$ 4 bi em subsídios para empresas
LEANDRA PERES
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A liberação de R$ 100 bilhões
do Tesouro Nacional para o
BNDES representa um subsídio de aproximadamente R$ 4
bilhões em um ano para as empresas que receberem o financiamento do banco. O impacto
não estará explícito nas contas
públicas, mas aparecerá na forma de um aumento na conta de
juros do governo federal.
Se o Tesouro não usasse esse
dinheiro para financiar empresas por meio do BNDES, a
quantia iria abater parte da dívida pública e, portanto, reduzir a despesa com juros.
O custo para os cofres públicos equivale, portanto, à diferença entre os juros que o governo vai cobrar do BNDES e o
custo que o Tesouro tem para
captar recursos pela taxa básica
de juros. A maior parte do dinheiro (70%) será repassada a
uma taxa de 8,75% ao ano e o
restante, no valor equivalente
ao que o Tesouro pagar em suas
captações no mercado internacional. Na última operação, a
taxa foi de 6,19%.
Queda da Selic
O Ministério da Fazenda
conta com a redução dos juros
pelo Banco Central para tornar
esse subsídio menor. O secretário do Tesouro Nacional, Arno
Augustin, disse que o dinheiro
será liberado aos poucos. Nesse
período, se houver queda da Selic, o custo médio será mais baixo do que o atual.
"É preciso considerar que essa operação vai ser feita ao longo do ano. Pela curva de mercado, a Selic estará menor", disse
Augustin à Folha.
O secretário, que evitou citar
números, classificou o custo do
Tesouro como "pequeno". Os
R$ 4 bilhões de subsídios às
empresas seriam suficientes
para arcar com um terço do
Bolsa Família neste ano.
"Não está precificado [o custo] porque é uma operação na
qual o principal objetivo é
manter o funcionamento da
economia. Em qualquer cenário, [o impacto] é muito pequeno. Não é relevante", afirmou.
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