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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Usiminas quer produzir aço para o Exército
A Usiminas começou a se
preparar para atender a demanda que será gerada pela renovação da frota de blindados
do Exército brasileiro, autorizada no fim de 2009 pelo presidente Lula. A ideia da empresa
é nacionalizar a indústria de
defesa do país.
Para acompanhar o projeto
Veículo Blindado Sobre Rodas,
para o qual serão destinados R$
6 bilhões em 20 anos na construção de mais de 2.000 blindados, a Usiminas montará uma
linha de produção de aços especiais para blindados militares.
A empresa ainda não fechou
contrato com o governo, mas
seu projeto de produção de
aços especiais já foi aprovado
para receber recursos da Finep,
ligada ao Ministério de Ciência
e Tecnologia.
Os novos blindados, que serão chamados de Guarani, serão construídos na fábrica da
Fiat/Iveco, em Sete Lagoas
(MG). O aço, que deverá ser fornecido pela Usiminas, ainda
não é produzido no Brasil devido à ausência de demanda, segundo Darcton Policarpo Damião, diretor de pesquisa e inovação da empresa.
"A demanda que existia no
mercado brasileiro era a da Engesa [empresa falida há mais de
15 anos, produtora dos blindados Urutu e Cascavel, hoje considerados obsoletos]. Depois
acabou", diz Damião.
O fornecedor de aço para o
protótipo, produzido pela Iveco, foi a ThyssenKrupp. "Queremos substituir a Thyssen no
fornecimento", afirma Damião,
que nega a ideia de que o projeto seja nacionalista.
"É do interesse do Exército
usar um componente nacional.
Barateia o custo. Trazer um
produto da Alemanha, da Rússia, ou de qualquer lugar sai
mais caro. Aí entra a competitividade do nacional. Esse é o fator que pede que os produtos de
aço sejam aplicados com essa
tintura verde e amarela. Não é
patriotada. É custo", afirma.
DEDO-DURO DO CONSUMO
Leonardo Senna, da
iHouse, de automação
residencial, desenvolveu
um aparelho que mede o
consumo de energia de
cada setor de uma residência. O usuário irá saber qual parte da casa
consome mais energia.
"Será o dedo-duro. Vai
aparecer o vilão do consumo", diz o empresário.
O aparelho fica instalado no quadro de disjuntores da residência e pode monitorar o gasto em
kWh ou em reais de ambientes ou equipamentos
pré-determinados.
O uso do equipamento
pode gerar economia em
torno de 20%. "As pessoas pagam a conta de
luz, mas não sabem o
que gastou mais, se foi o
ar-condicionado ou a geladeira. Não têm uma informação clara, precisa."
O aparelho foi concebido para atender os imóveis a partir de cem metros quadrados, considerados de médio padrão.
O primeiro contrato de
venda do aparelho para
construtoras deve ser fechado ainda neste mês.
Senna acredita que o
equipamento será um diferencial de venda, pois
atende à necessidade do
mercado por produtos
ecológicos, além de oferecer comodidade aos
consumidores, que já
irão comprar os apartamentos com o aparelho.
O mercado de construção terá crescimento
sustentável, na opinião
de Senna. "Não vejo bolha. A partir de agora, o
setor vai ter volume, porém com estabilidade."
ANTES DE DORMIR
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A atual leitura do ministro
do Desenvolvimento, Miguel Jorge, é "O Safari da Estrela Negra" (editora Objetiva), do escritor norte-americano Paul Theroux. A obra
narra a viagem do autor pela
clássica rota do Cairo, a capital do Egito, até a Cidade do
Cabo, na África do Sul, evitando pegar aviões. A viagem é um retorno do autor
ao continente, 40 anos após
uma passagem por ali na década de 60.
PINCEL
Um mutirão de 350 pessoas, 30 pintores profissionais,
3.000 litros de tinta e Jaap Kuiper, presidente para América Latina da AkzoNobel, grupo detentor da marca Coral.
No final deste mês, em Salvador, Kuiper vai pessoalmente
ajudar a pintar as fachadas do Pelourinho. Em 8.500 metros quadrados, quase 60 casas serão pintadas. A Coral
também vai investir em um projeto para "transformar o
Rio de Janeiro na cidade mais colorida do mundo até a
Olimpíada de 2016", segundo Kuiper.
VISITANTE
Chung Joon-yang, presidente da Posco, a maior siderúrgica da Coreia, vem ao
Brasil em fevereiro à frente
de uma comitiva de executivos sul-coreanos. Ele vai se
encontrar com empresários
e integrantes de alguns governos estaduais. Vem avaliar como anda o setor siderúrgico brasileiro.
VAGAS 1
Centenas de estudantes
deverão ser contratados pelo programa de estágio do
Itaú Unibanco, que ainda está em curso. O programa de
trainee do banco aprovou 87
jovens neste ano, entre os
cerca de 35 mil inscritos.
VAGAS 2
Com duração de 12 meses,
o programa terá acompanhamento dos principais
executivos. Os banqueiros
Roberto Setubal e Pedro
Moreira Salles irão realizar
palestras em fevereiro.
RESULTADO 1
No ano passado, a indústria brasileira do aço apresentou indicadores abaixo
dos de 2008, de acordo com
os resultados que acabam de
ser contabilizados pelo IABr
(Instituto Aço Brasil). Mas
há sinais de recuperação, segundo a entidade.
RESULTADO 2
A produção acumulada de
janeiro a dezembro de 2009
totalizou 26,5 milhões de toneladas de aço bruto, queda
de 21,4% sobre o ano anterior. As vendas, de 16,3 milhões de toneladas, tiveram
queda de 25,2% ante 2008.
IMPULSO
Os setores consumidores
que registraram menor queda de consumo foram o automotivo e o de utilidades
domésticas, ambos impulsionados pelos benefícios
fiscais concedidos pelo governo federal, segundo os
dados do IABr.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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