São Paulo, domingo, 24 de janeiro de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Usiminas quer produzir aço para o Exército

A Usiminas começou a se preparar para atender a demanda que será gerada pela renovação da frota de blindados do Exército brasileiro, autorizada no fim de 2009 pelo presidente Lula. A ideia da empresa é nacionalizar a indústria de defesa do país.
Para acompanhar o projeto Veículo Blindado Sobre Rodas, para o qual serão destinados R$ 6 bilhões em 20 anos na construção de mais de 2.000 blindados, a Usiminas montará uma linha de produção de aços especiais para blindados militares.
A empresa ainda não fechou contrato com o governo, mas seu projeto de produção de aços especiais já foi aprovado para receber recursos da Finep, ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Os novos blindados, que serão chamados de Guarani, serão construídos na fábrica da Fiat/Iveco, em Sete Lagoas (MG). O aço, que deverá ser fornecido pela Usiminas, ainda não é produzido no Brasil devido à ausência de demanda, segundo Darcton Policarpo Damião, diretor de pesquisa e inovação da empresa.
"A demanda que existia no mercado brasileiro era a da Engesa [empresa falida há mais de 15 anos, produtora dos blindados Urutu e Cascavel, hoje considerados obsoletos]. Depois acabou", diz Damião.
O fornecedor de aço para o protótipo, produzido pela Iveco, foi a ThyssenKrupp. "Queremos substituir a Thyssen no fornecimento", afirma Damião, que nega a ideia de que o projeto seja nacionalista.
"É do interesse do Exército usar um componente nacional. Barateia o custo. Trazer um produto da Alemanha, da Rússia, ou de qualquer lugar sai mais caro. Aí entra a competitividade do nacional. Esse é o fator que pede que os produtos de aço sejam aplicados com essa tintura verde e amarela. Não é patriotada. É custo", afirma.

DEDO-DURO DO CONSUMO
Leonardo Senna, da iHouse, de automação residencial, desenvolveu um aparelho que mede o consumo de energia de cada setor de uma residência. O usuário irá saber qual parte da casa consome mais energia. "Será o dedo-duro. Vai aparecer o vilão do consumo", diz o empresário.
O aparelho fica instalado no quadro de disjuntores da residência e pode monitorar o gasto em kWh ou em reais de ambientes ou equipamentos pré-determinados.
O uso do equipamento pode gerar economia em torno de 20%. "As pessoas pagam a conta de luz, mas não sabem o que gastou mais, se foi o ar-condicionado ou a geladeira. Não têm uma informação clara, precisa."
O aparelho foi concebido para atender os imóveis a partir de cem metros quadrados, considerados de médio padrão.
O primeiro contrato de venda do aparelho para construtoras deve ser fechado ainda neste mês.
Senna acredita que o equipamento será um diferencial de venda, pois atende à necessidade do mercado por produtos ecológicos, além de oferecer comodidade aos consumidores, que já irão comprar os apartamentos com o aparelho.
O mercado de construção terá crescimento sustentável, na opinião de Senna. "Não vejo bolha. A partir de agora, o setor vai ter volume, porém com estabilidade."

ANTES DE DORMIR

A atual leitura do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, é "O Safari da Estrela Negra" (editora Objetiva), do escritor norte-americano Paul Theroux. A obra narra a viagem do autor pela clássica rota do Cairo, a capital do Egito, até a Cidade do Cabo, na África do Sul, evitando pegar aviões. A viagem é um retorno do autor ao continente, 40 anos após uma passagem por ali na década de 60.

PINCEL
Um mutirão de 350 pessoas, 30 pintores profissionais, 3.000 litros de tinta e Jaap Kuiper, presidente para América Latina da AkzoNobel, grupo detentor da marca Coral. No final deste mês, em Salvador, Kuiper vai pessoalmente ajudar a pintar as fachadas do Pelourinho. Em 8.500 metros quadrados, quase 60 casas serão pintadas. A Coral também vai investir em um projeto para "transformar o Rio de Janeiro na cidade mais colorida do mundo até a Olimpíada de 2016", segundo Kuiper.

VISITANTE
Chung Joon-yang, presidente da Posco, a maior siderúrgica da Coreia, vem ao Brasil em fevereiro à frente de uma comitiva de executivos sul-coreanos. Ele vai se encontrar com empresários e integrantes de alguns governos estaduais. Vem avaliar como anda o setor siderúrgico brasileiro.

VAGAS 1
Centenas de estudantes deverão ser contratados pelo programa de estágio do Itaú Unibanco, que ainda está em curso. O programa de trainee do banco aprovou 87 jovens neste ano, entre os cerca de 35 mil inscritos.

VAGAS 2
Com duração de 12 meses, o programa terá acompanhamento dos principais executivos. Os banqueiros Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles irão realizar palestras em fevereiro.

RESULTADO 1
No ano passado, a indústria brasileira do aço apresentou indicadores abaixo dos de 2008, de acordo com os resultados que acabam de ser contabilizados pelo IABr (Instituto Aço Brasil). Mas há sinais de recuperação, segundo a entidade.

RESULTADO 2
A produção acumulada de janeiro a dezembro de 2009 totalizou 26,5 milhões de toneladas de aço bruto, queda de 21,4% sobre o ano anterior. As vendas, de 16,3 milhões de toneladas, tiveram queda de 25,2% ante 2008.

IMPULSO
Os setores consumidores que registraram menor queda de consumo foram o automotivo e o de utilidades domésticas, ambos impulsionados pelos benefícios fiscais concedidos pelo governo federal, segundo os dados do IABr.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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