São Paulo, domingo, 24 de janeiro de 2010

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Múltis podem seguir Santander e lançar ações

DA REPORTAGEM LOCAL

Maior oferta no mundo de ações em 2009, o modelo de IPO (abertura de capital) do Santander Brasil agora é oferecido por bancos de investimento a subsidiárias de multinacionais com presença no país.
Entre os bancos, a proposta de abrir capital da unidade brasileira já teria sido oferecida para HSBC e Citibank -o presidente do HSBC, Conrado Engel, confirma a proposta, mas diz que "não está no radar"; o Citi nega. A cosmética americana Avon, o supermercadista francês Carrefour, a petrolífera espanhola Repsol e a francesa Louis Dreyfus Commodities também foram procurados.
Segundo Pedro Paulo Longuini, vice-presidente de Assuntos Corporativos do Santander, a ideia que agora deve ser copiada não teve um "pai" em particular nem foi "vendida" à matriz espanhola pelos executivos brasileiros, como se comentava no mercado.
Além de se capitalizar, o banco aproveitou a operação para estreitar o relacionamento com clientes, fornecedores e diferentes portes de investidores, incluindo os novatos. Nessas operações, as empresas costumam ficar engessadas, preferindo o silêncio com medo de ser mal interpretadas e de sofrer sanções dos reguladores.
"Antes do IPO, pesquisamos quais empresas haviam feito isso e vimos que eram pouquíssimas. Para completar, as que percorreram esse caminho fizeram de maneira absolutamente protocolar."
Na oferta, o banco foi o mais "agressivo" ao oferecer condições privilegiadas para a compra de ações aos funcionários e clientes, que tiveram financiamento com juro quase zero e prioridade na alocação das ações, respectivamente.
"A missão que nos propusemos não é uma tarefa que se pode realizar sozinho. Nossos funcionários e clientes participam disso. Valorizamos quem acredita na nossa gestão."
Passado o estresse que envolveu a operação, o executivo conta que a equipe correu, sim, contra o relógio para aproveitar a "janela de oportunidade" que surgiu. O processo envolveu o trabalho de 500 pessoas. "Havia uma oportunidade e nos organizamos para aproveitá-la. Tivemos de nos desdobrar e conseguimos viabilizar tudo em dois meses e meio", disse.


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