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TRABALHO
Índice em 6 regiões metropolitanas atinge 9,2% e interrompe recuperação
Desemprego aumenta e a renda diminui em janeiro
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Passada a fase de contratações
temporárias de final de ano, o desemprego voltou a subir: a taxa
nas seis principais regiões metropolitanas do país atingiu 9,2% em
janeiro, contra 8,3% de dezembro
de 2005 -que era a menor marca
da nova Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em março de 2002.
Apesar do previsível crescimento do desemprego em janeiro, a
taxa é a segunda mais baixa da série histórica do IBGE e não retornou ao patamar registrado nos
meses de setembro, outubro e novembro de 2005, quando ficou em
9,6%. Já o rendimento teve queda
de 1,2% na comparação com dezembro, primeiro recuo desde
outubro de 2005. Em relação a janeiro de 2005, a renda subiu 2,3%,
na sétima alta consecutiva.
Para o IBGE, o desemprego
cresceu na esteira da maior procura por trabalho, fenômeno típico de início de ano, e das demissões dos temporários.
"Não há nada para se espantar.
A procura por trabalho sempre
cresce em janeiro, o que faz a taxa
de desemprego subir", disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da
PME. O número de pessoas sem
emprego e em busca de um novo
posto de trabalho subiu 10,8% de
dezembro para janeiro.
Foram fechados, porém, postos
de trabalho, o que provocou o aumento do desemprego. Em janeiro, houve queda de 1,1% no número de pessoas ocupadas em relação a dezembro, uma redução
de 232 mil pessoas ocupadas.
Guilherme Maia, economista da
Tendências, diz que, de fato, todo
janeiro há um aumento do desemprego, mas neste ano o resultado "foi além da sazonalidade".
"Janeiro foi um mês ruim para o
mercado de trabalho, com queda
no rendimento e aumento do desemprego, num ritmo superior ao
do fator sazonal", afirmou.
Sem considerar os fatores sazonais, o emprego se manteve em alta em janeiro -0,7%-, mas numa intensidade menor do que o
número de pessoas desocupadas
(1,7%), o que provocou o aumento da taxa de desemprego. O IBGE
não faz o cálculo dessazonalizado
desses indicadores.
Na comparação com janeiro de
2005, porém, os dados são positivos: a ocupação subiu 2,6% (com
acréscimo de 510 mil trabalhadores ao contingente de 20 milhões
de empregados estimado em janeiro) e o número de desempregados caiu 7,5% -eram 2,04 milhões nas seis regiões em janeiro.
Em janeiro de 2005, a taxa de desemprego era de 10,2%.
Sobre o rendimento, Azeredo,
do IBGE, disse que o resultado
traz "um certo desconforto", pois
interrompe uma fase de recuperação. A queda, afirma, reflete também a saída de pessoas do mercado de trabalho, já que, diferentemente de outros anos, a renda subiu em dezembro (3,4%) em razão da geração de vagas temporárias de qualidade. Também é reflexo da inflação mais alta no primeiro mês do ano. Para Azeredo,
o arrefecimento do processo de
formalização do mercado de trabalho também foi frustrante. Em
janeiro, as contratações com carteira assinada caíram 0,5%.
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