São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

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CONSUMO

Segundo a Serasa, comprometimento do salário com crédito consignado ajuda a explicar crescimento das dívidas em atraso

Inadimplência aumenta 13,3% em janeiro

DA FOLHA ONLINE

A inadimplência do consumidor brasileiro abriu o ano em alta. De acordo com levantamento realizado pela Serasa em todo o país, o percentual de consumidores com dívidas em atraso teve um aumento de 13,3% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado.
A pesquisa abrange os registros de cheques devolvidos por falta de fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras, cartões de crédito e financeiras.
Em relação a dezembro, a inadimplência dos consumidores registrou queda de 3,8%, o que já demonstra um esforço do consumidor em regularizar o pagamento de suas dívidas.
De acordo com os técnicos da Serasa, vários fatores explicam o aumento da inadimplência no início de 2006. O que mais chama a atenção ainda é o comprometimento da renda do trabalhador assalariado com as parcelas do crédito consignado, o empréstimo pessoal com desconto em folha de pagamento.

Excesso de crédito
Além dessa modalidade de empréstimo, que ganhou força no ano passado, a Serasa aponta como responsável pelo aumento da inadimplência o excesso de crédito disponibilizado pelo comércio para a compra de bens duráveis, especialmente no Natal.
Somado a isso, a Serasa lembra dos vários compromissos financeiros típicos do início de ano que diminuem o dinheiro disponível para o pagamento das dívidas, como o vencimento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), matrículas e compras de material escolar.

Cheque sem fundos
Os cheques sem fundos tiveram o maior peso na inadimplência de consumidores em janeiro. O valor médio dos cheques sem fundos emitidos por pessoas físicas em janeiro foi de R$ 550, o que representa um aumento de 9,5% sobre o valor médio no mesmo mês do ano passado.
As dívidas com cartões de crédito e financeiras ficaram em segundo lugar na inadimplência de consumidores, seguida pelas dívidas com bancos e títulos protestados.
O valor médio dos títulos protestados ficou em R$ 797,65, enquanto os registros de débitos em atraso no sistema financeiro tiveram valor médio de R$ 1.117,60.


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