São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Varejo terá bom crescimento se PIB subir 1,8% neste ano

O setor varejista deverá ter um crescimento respeitável em 2009, mesmo com a crise. A expectativa do 38º Relatório Anual da "Supermercado Moderno", levantamento que faz um raio-X do varejo no ano, é que o incremento na receita das redes varejistas chegue a 7%, caso o PIB cresça 1,8%.
Apesar de significativo, o percentual de incremento será menor, evidentemente, do que o de anos anteriores. Em 2008, o crescimento do setor varejista foi de 13,6%.
Para Eugenio Foganholo, sócio da consultoria Mixxer Desenvolvimento Empresarial, especializada em varejo, o setor sempre foi "razoavelmente blindado", tanto em momentos de aquecimento da economia como em situações de turbulência.
Segundo Foganholo, os dois últimos anos foram excepcionais para as redes varejistas e a tendência é que o cenário se mantenha, com pequena desaceleração neste ano.
"Entre 2002 e 2006, o setor caminhou de lado, mas em 2007 e 2008 houve um expressivo crescimento, impulsionado pelo aumento da renda, da empregabilidade e do aumento no consumo", diz Foganholo. "No entanto, o setor não é muito sensível às oscilações: quando a economia está bem, ele não explode, quando está mal, não vai para o buraco."
No levantamento feito pelo anuário, foram acompanhados cenários de anos críticos, nos quais o PIB teve crescimento real baixo ou negativo. Mesmo na dificuldade, o setor varejista manteve a expansão.
Assim, em 1981, quando o PIB encolheu 4,25%, o varejo cresceu 1,58%. Em 1992, quando o PIB também recuou 0,54%, o setor foi a 7,55% de alta. Em 1998, com crescimento real do PIB muito baixo, de 0,04%, o varejo teve incremento de 4,14%.
Para este ano, a estimativa é que, se o PIB ficar estagnado, as vendas reais das redes serão 4% superiores às alcançadas em 2008. Alta de 7% apenas para o caso de o crescimento do PIB beirar os 2%.

Estresse com contas reduz produtividade

Muitas empresas preocupam-se em dar muitos benefícios aos funcionários, mas se esquecem de um dos principais entraves à produtividade: o equilíbrio financeiro dos empregados.
Segundo estudo da GVcef (Centro de Estudos em Finanças da FGV), funcionários em estresse financeiro faltam mais, pedem mais dias abonados e não participam, por exemplo, de fundos de pensão por incapacidade de planejar as contas.
Por outro lado, segundo o estudo, feito com 20% dos funcionários da própria FGV em São Paulo, não é o valor do salário nem o tempo de casa que fazem com que as pessoas vivam uma situação de equilíbrio nas finanças.
"O programa de educação financeira ajuda", diz William Eid Jr., coordenador do GVcef. "Estudos americanos indicam que só dez horas de aulas podem melhorar os hábitos de consumo e poupança dos trabalhadores." O treinamento, diz Eid, é útil mesmo a quem não tem problema com as contas. É possível aprender como investir bem.

ÁGUA E SABÃO

O executivo Pierre D'Archemont, ex-Valeo, acaba de assumir o cargo de diretor-presidente da Atmosfera, maior lavanderia industrial da América Latina. A posse é um novo passo da empresa no caminho da profissionalização da gestão após a aquisição de 85% do controle acionário pelo fundo Advent em 2002. Os fundadores da empresa -Paulo Barreto, Luís Ávila e Carlos Lobo- continuam no conselho de administração. D'Archemont entra focado na produtividade. Em 2008, a empresa cresceu 11%, com base na consolidação de plantas industriais -que passaram de 16 para 8- e unificação de marcas de empresas adquiridas, segundo o executivo.

GAÚCHO
O Banco do Brasil acaba de assinar um convênio de crédito imobiliário com as prefeituras dos municípios de Santa Maria e de Santa Cruz do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. O objetivo desse acordo foi o de oferecer garantia de menores taxas e a isenção de tarifa de avaliação jurídica para os financiamentos imobiliários nas duas cidades.

LULA LÁ
Realizado sem o uso das leis de incentivo fiscal, sem recursos de estatais ou empresas públicas, o filme "Lula, o Filho do Brasil", do diretor Fábio Barreto, foi orçado em R$ 12 milhões e tem cotas de patrocínio que vão de R$ 1 milhão até R$ 2 milhões.

ELES TAMBÉM
Com estreia prevista para o primeiro semestre do ano que vem, o filme arrecadou 70% do total do valor orçado. Entre os patrocinadores estão nomes como a Camargo Corrêa, a Nestlé, a OAS, a Oi, a Odebrecht, a Volkswagen e o empresário Eike Batista.

LENTE
Na Marchon Brasil, representante da Marchon Eyewear no país e responsável pela importação de óculos de marcas como Nike, Fendi, Karl Lagerfeld e outras, o total de vendas de 2008 superou em 12 % os valores de 2007. O número de peças vendidas registrou um aumento de 17%. Para 2009, a empresa espera aumentar as vendas em cerca de 20%.

OLHO NO GRÁFICO

A crise é oportunidade no setor de educação financeira. Essa é a opinião de Bruno Dias, gestor da Investeducar, empresa especializada no setor, que começou a oferecer cursos para investidores em janeiro. Nos dois primeiros meses do ano, a empresa somou 108 alunos para cinco cursos. Até o fim do ano, a meta é atender 2.500 pessoas.


com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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