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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Varejo terá bom crescimento
se PIB subir 1,8% neste ano
O setor varejista deverá ter
um crescimento respeitável em
2009, mesmo com a crise. A expectativa do 38º Relatório
Anual da "Supermercado Moderno", levantamento que faz
um raio-X do varejo no ano, é
que o incremento na receita
das redes varejistas chegue a
7%, caso o PIB cresça 1,8%.
Apesar de significativo, o
percentual de incremento será
menor, evidentemente, do que
o de anos anteriores. Em 2008,
o crescimento do setor varejista foi de 13,6%.
Para Eugenio Foganholo, sócio da consultoria Mixxer Desenvolvimento Empresarial,
especializada em varejo, o setor
sempre foi "razoavelmente
blindado", tanto em momentos
de aquecimento da economia
como em situações de turbulência.
Segundo Foganholo, os dois
últimos anos foram excepcionais para as redes varejistas e a
tendência é que o cenário se
mantenha, com pequena desaceleração neste ano.
"Entre 2002 e 2006, o setor
caminhou de lado, mas em
2007 e 2008 houve um expressivo crescimento, impulsionado pelo aumento da renda, da
empregabilidade e do aumento
no consumo", diz Foganholo.
"No entanto, o setor não é muito sensível às oscilações: quando a economia está bem, ele
não explode, quando está mal,
não vai para o buraco."
No levantamento feito pelo
anuário, foram acompanhados
cenários de anos críticos, nos
quais o PIB teve crescimento
real baixo ou negativo. Mesmo
na dificuldade, o setor varejista
manteve a expansão.
Assim, em 1981, quando o
PIB encolheu 4,25%, o varejo
cresceu 1,58%. Em 1992, quando o PIB também recuou
0,54%, o setor foi a 7,55% de alta. Em 1998, com crescimento
real do PIB muito baixo, de
0,04%, o varejo teve incremento de 4,14%.
Para este ano, a estimativa é
que, se o PIB ficar estagnado, as
vendas reais das redes serão 4%
superiores às alcançadas em
2008. Alta de 7% apenas para o
caso de o crescimento do PIB
beirar os 2%.
Estresse com
contas reduz
produtividade
Muitas empresas preocupam-se em dar muitos benefícios aos funcionários, mas
se esquecem de um dos principais entraves à produtividade: o equilíbrio financeiro
dos empregados.
Segundo estudo da GVcef
(Centro de Estudos em Finanças da FGV), funcionários em estresse financeiro
faltam mais, pedem mais
dias abonados e não participam, por exemplo, de fundos
de pensão por incapacidade
de planejar as contas.
Por outro lado, segundo o
estudo, feito com 20% dos
funcionários da própria FGV
em São Paulo, não é o valor
do salário nem o tempo de
casa que fazem com que as
pessoas vivam uma situação
de equilíbrio nas finanças.
"O programa de educação
financeira ajuda", diz William Eid Jr., coordenador do
GVcef. "Estudos americanos
indicam que só dez horas de
aulas podem melhorar os hábitos de consumo e poupança dos trabalhadores." O treinamento, diz Eid, é útil mesmo a quem não tem problema com as contas. É possível
aprender como investir bem.
ÁGUA
E SABÃO
O executivo Pierre
D'Archemont, ex-Valeo,
acaba de assumir o cargo
de diretor-presidente da
Atmosfera, maior lavanderia industrial da América Latina. A posse é um
novo passo da empresa
no caminho da profissionalização da gestão após
a aquisição de 85% do
controle acionário pelo
fundo Advent em 2002.
Os fundadores da empresa -Paulo Barreto,
Luís Ávila e Carlos Lobo- continuam no conselho de administração.
D'Archemont entra focado na produtividade.
Em 2008, a empresa
cresceu 11%, com base
na consolidação de plantas industriais -que
passaram de 16 para 8-
e unificação de marcas
de empresas adquiridas,
segundo o executivo.
GAÚCHO
O Banco do Brasil acaba de
assinar um convênio de crédito
imobiliário com as prefeituras
dos municípios de Santa Maria
e de Santa Cruz do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. O objetivo desse acordo foi o de oferecer garantia de menores taxas e a isenção de tarifa de avaliação jurídica para os financiamentos imobiliários nas duas
cidades.
LULA LÁ
Realizado sem o uso das leis
de incentivo fiscal, sem recursos de estatais ou empresas públicas, o filme "Lula, o Filho do
Brasil", do diretor Fábio Barreto, foi orçado em R$ 12 milhões
e tem cotas de patrocínio que
vão de R$ 1 milhão até R$ 2 milhões.
ELES TAMBÉM
Com estreia prevista para o
primeiro semestre do ano que
vem, o filme arrecadou 70% do
total do valor orçado. Entre os
patrocinadores estão nomes
como a Camargo Corrêa, a Nestlé, a OAS, a Oi, a Odebrecht, a
Volkswagen e o empresário Eike Batista.
LENTE
Na Marchon Brasil, representante da Marchon Eyewear
no país e responsável pela importação de óculos de marcas
como Nike, Fendi, Karl Lagerfeld e outras, o total de vendas
de 2008 superou em 12 % os valores de 2007. O número de peças vendidas registrou um aumento de 17%. Para 2009, a
empresa espera aumentar as
vendas em cerca de 20%.
OLHO
NO GRÁFICO
A crise é oportunidade no setor de educação financeira.
Essa é a opinião de Bruno Dias, gestor da Investeducar,
empresa especializada no setor, que começou a oferecer
cursos para investidores em janeiro. Nos dois primeiros
meses do ano, a empresa somou 108 alunos para cinco
cursos. Até o fim do ano, a meta é atender 2.500 pessoas.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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