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Melhora a capacidade
de o país pagar dívidas
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns indicadores de vulnerabilidade externa -o quanto o
país está suscetível a crises externas- mostram que o Brasil está
com maior capacidade para pagar
as suas dívidas neste ano.
Economistas destacam três indicadores importantes.
1) A parcela das exportações
que está comprometida com a dívida externa estava em 82,3% em
setembro do ano passado, informa o BC. No final de 2000, esse
percentual era de 94,6%.
2) A relação entre reservas internacionais e gastos com pagamento da dívida externa, de 0,6, no final de 2000, subiu para 0,8 em setembro de 2001. Isto é, as reservas
do país eram suficientes para pagar 80% da dívida externa em setembro do ano passado. Em 2000,
elas pagavam 60%.
3) Os gastos com juros e amortizações da dívida ficaram estáveis
no período. A parcela das exportações que está comprometida
com gastos com juros ficou em
31%. "Quanto mais dinheiro o
país tem em caixa para pagar dívidas, melhor", diz Monica Baer,
economista da MB Associados.
O Brasil está numa situação
mais favorável, diz, porque conseguiu exportar mais mesmo numa
época em que a economia internacional estava retraída.
Mostra de que a economia brasileira está numa posição mais
confortável, segundo os economistas, é também o indicador do
risco-país, que, apesar de alto, está em queda. Na escala de risco, o
Brasil está na faixa de 700 pontos,
cem pontos acima da média do
risco dos países emergentes.
Em novembro de 2001, o Brasil
chegou a estar na faixa acima de
mil pontos. Quanto maiores os
pontos, maior risco o país oferece
ou maior é a taxa de juros que tem
de pagar pelos empréstimos.
"O risco-Brasil melhorou porque a balança comercial passou a
registrar superávit em razão do
câmbio desvalorizado e pelo fato
de a economia ter crescido pouco
e por isso não ter pressionado as
importações", diz Maria Cristina
Pinotti, economista da AC Pastore & Associados.
Os economistas prevêem um
crescimento de 2,3% a 2,8% do
PIB brasileiro neste ano -uma
taxa que não permite desequilíbrios na balança comercial. O
grande teste do país, dizem, será
quando a economia crescer entre
3,5% e 4% ao ano e, ainda assim,
apresentar superávit comercial.
Para Renê Garcia, economista
do Ibre (Instituto Brasileiro de
Economia) da FGV, 2002 será
bom para o país. Mas, se a economia mundial não se recuperar, o
país poderá ser prejudicado
quando buscar financiamentos.
(FF)
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