São Paulo, domingo, 24 de março de 2002

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PIB deve crescer 5% no segundo semestre

DA REPORTAGEM LOCAL

O PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer entre 2,3% a 2,8%, em média, neste ano sobre o ano passado. No segundo semestre, porém, a expansão da economia pode chegar a 5% em relação a igual período de 2001.
O PIB cresce menos na média do ano porque os dois primeiros trimestres de 2002 serão mais fracos e também porque a comparação é com períodos em que a economia estava crescendo -os dois primeiros trimestres de 2001.
Este ano será o inverso do ano passado. O país começa em um ritmo lento e termina, se não houver nenhum susto, com atividade mais acelerada. No ano passado, a economia começou bem, mas acabou enfraquecida com o racionamento de energia, crise na Argentina e na economia mundial.
"O crescimento médio do país pode encobrir um pouco o clima que o mercado estará vivendo", afirma Antônio Luís Licha, diretor do Instituto de Economia da UFRJ. "A economia será melhor medida no que chamamos de comparação ponta a ponta, como um trimestre, um bimestre ou um mês deste ano em relação a igual período do ano passado."
O que o país vai ver daqui para a frente, diz ele, é o empresariado dizer que está aumentando a produção para dar conta das encomendas. Mas ao mesmo tempo o país vai registrar um crescimento modesto na média do ano.
A expectativa dos economistas ouvidos pela Folha é que a indústria brasileira vai chegar ao final deste ano operando no mesmo ritmo que estava no primeiro trimestre de 2001. É como se em 2001 o país passasse o ano descendo uma ladeira e em 2002 passasse o ano subindo a mesma ladeira para chegar ao lugar que estava antes de começar a descer.
Sérgio Haberfeld, presidente da Abre (Associação Brasileira de Embalagens), indústria considerada termômetro da economia, diz que a sensação dos empresários é que o país conseguiu "tirar o bode da sala" com o fim do racionamento, a recuperação dos EUA e o fato de a Argentina não perturbar tanto quanto em 2001.
No primeiro bimestre deste ano, diz, as encomendas de embalagens cresceram entre 3% e 3,5%, em média, na comparação com igual período de 2001. Um ótimo resultado, diz, já que no primeiro bimestre do ano passado as vendas já estavam indo bem.
A previsão das indústrias de embalagens para este ano, segundo a Abre, é de crescimento de 4% em relação ao ano passado. As fábricas que estão comprando mais embalagens neste ano, diz, são dos setores de alimentos e higiene e limpeza. (FF)


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