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PIB deve crescer 5%
no segundo semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
O PIB (Produto Interno Bruto)
deve crescer entre 2,3% a 2,8%,
em média, neste ano sobre o ano
passado. No segundo semestre,
porém, a expansão da economia
pode chegar a 5% em relação a
igual período de 2001.
O PIB cresce menos na média
do ano porque os dois primeiros
trimestres de 2002 serão mais fracos e também porque a comparação é com períodos em que a economia estava crescendo -os dois
primeiros trimestres de 2001.
Este ano será o inverso do ano
passado. O país começa em um
ritmo lento e termina, se não houver nenhum susto, com atividade
mais acelerada. No ano passado, a
economia começou bem, mas
acabou enfraquecida com o racionamento de energia, crise na Argentina e na economia mundial.
"O crescimento médio do país
pode encobrir um pouco o clima
que o mercado estará vivendo",
afirma Antônio Luís Licha, diretor do Instituto de Economia da
UFRJ. "A economia será melhor
medida no que chamamos de
comparação ponta a ponta, como
um trimestre, um bimestre ou um
mês deste ano em relação a igual
período do ano passado."
O que o país vai ver daqui para a
frente, diz ele, é o empresariado
dizer que está aumentando a produção para dar conta das encomendas. Mas ao mesmo tempo o
país vai registrar um crescimento
modesto na média do ano.
A expectativa dos economistas
ouvidos pela Folha é que a indústria brasileira vai chegar ao final
deste ano operando no mesmo
ritmo que estava no primeiro trimestre de 2001. É como se em
2001 o país passasse o ano descendo uma ladeira e em 2002 passasse o ano subindo a mesma ladeira
para chegar ao lugar que estava
antes de começar a descer.
Sérgio Haberfeld, presidente da
Abre (Associação Brasileira de
Embalagens), indústria considerada termômetro da economia,
diz que a sensação dos empresários é que o país conseguiu "tirar o
bode da sala" com o fim do racionamento, a recuperação dos EUA
e o fato de a Argentina não perturbar tanto quanto em 2001.
No primeiro bimestre deste
ano, diz, as encomendas de embalagens cresceram entre 3% e 3,5%,
em média, na comparação com
igual período de 2001. Um ótimo
resultado, diz, já que no primeiro
bimestre do ano passado as vendas já estavam indo bem.
A previsão das indústrias de
embalagens para este ano, segundo a Abre, é de crescimento de 4%
em relação ao ano passado. As fábricas que estão comprando mais
embalagens neste ano, diz, são
dos setores de alimentos e higiene
e limpeza.
(FF)
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