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NO AR
Gol e TAM defendem "corujão"; Vasp e Varig fazem alerta
Presidentes de aéreas divergem sobre promoção nos vôos à noite
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os "corujões", vôos noturnos
com tarifas mais baixas, foram
objeto de polêmica ontem entre
os presidentes das quatro maiores
companhias aéreas brasileiras,
que participaram de debate no
Fórum Panrotas Tendências do
Turismo, em São Paulo.
Enquanto os presidentes da Gol
e da TAM defenderam esse tipo
de vôo da acusação de ser um possível estopim para uma nova
guerra tarifária no setor, Wagner
Canhedo, da Vasp, alertou para o
risco de transferência de passageiros dos vôos diurnos para os noturnos, o que poderia obrigar as
companhias a baixar preços.
Luiz Martins, da Varig, lembrou
que, no passado, a empresa já
operou vôos noturnos, o que teve
como conseqüência guerra de
preços. "A médio e longo prazo, a
guerra tarifária corrói o resultado
das empresas aéreas", disse.
O executivo afirmou que a empresa "teve que fazer" os "corujões". A Varig e a TAM seguiram a
iniciativa da companhia de baixo
custo Gol, que em dezembro de
2003 começou a operar vôos noturnos com preço de ônibus.
Apesar da ressalva, Martins afirmou acreditar que o setor atualmente "está mais maduro". "É
possível aproveitar o que o vôo
noturno traz de positivo", disse,
referindo-se ao aumento de eficiência com a utilização de aeronaves que ficariam paradas.
De acordo com Constantino Júnior, presidente da Gol, a empresa
não observou até agora um movimento de "drenagem" para os
"corujões" de passageiros que tradicionalmente viajam em vôos
diurnos. "O "corujão" visa outro
tipo de público, que é quem viajava de ônibus, por exemplo", disse.
Marco Antonio Bologna, da
TAM, também disse que a empresa não verificou essa transferência. Apesar das críticas de Canhedo, a Vasp já pediu autorização do
DAC (Departamento de Aviação
Civil) para realizar a operação.
BNDES
O presidente da TAM afirmou
que o compartilhamento de vôos
com a Varig, vigente desde março
de 2003, evita que o governo tenha que injetar recursos para ajudar as aéreas no Brasil.
Com o compartilhamento, os
custos das empresas diminuem.
É um discurso diferente do da
Varig, cujo presidente, Martins,
afirmou em dezembro do ano
passado que a participação do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é "indispensável" na reestruturação do setor aéreo.
Ontem, após o debate, o presidente da Varig não comentou diretamente a necessidade de recursos provenientes do banco estatal.
A dívida total da companhia aérea
hoje é de US$ 2 bilhões.
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