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TRABALHO
Taxa avança de 9,2% para 10,1% em fevereiro; oferta de vagas no mercado não dá conta da demanda, diz IBGE
Desemprego sobe, mas renda volta a R$ 1.000
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego nas seis
maiores regiões metropolitanas
do país subiu em fevereiro para
10,1%, alta de 0,9 ponto percentual ante janeiro (9,2%), informou ontem o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar do aumento, a taxa é a
menor para um mês de fevereiro
da nova série da nova PME (Pesquisa Mensal de Emprego).
Já o rendimento cresceu 1,1% de
janeiro para fevereiro, para R$
999,80. É a primeira vez que se
aproxima da média de R$ 1.000,
marca não alcançada desde fevereiro de 2003.
Depois de oito meses num patamar menor do que 10% (chegou a
8,3% em dezembro), a taxa de desemprego subiu em razão da
maior procura por trabalho, sem
a contrapartida do crescimento
do número de postos de trabalho,
segundo o IBGE.
Em fevereiro, o número de pessoas ocupadas teve redução de
0,4%, o que corresponde a uma
redução de 85 mil vagas -número considerado estatisticamente
estável pelo IBGE. Já a população
desocupada nas seis áreas (São
Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador) cresceu num ritmo forte: 9,5% ou 194
mil pessoas a mais procurando
trabalho, o que pressionou a taxa
de desemprego para cima.
Em fevereiro, os empregados
nessas regiões eram 19,922 milhões de pessoas. Estavam desempregados, por sua vez, 2,232 milhões de pessoas. Esses dois contingentes somam a força de trabalho, a chamada PEA (População
Economicamente Ativa).
Alerta vermelho
Na avaliação de Cimar Azeredo
Pereira, gerente da pesquisa do
IBGE, os dados de fevereiro
"acenderam um alerta", embora
ainda não se possa falar em "deterioração do mercado.
A expectativa, diz Azeredo, é
que o desemprego subirá ainda
mais em março, a julgar o comportamento histórico do mercado, que sempre gera poucos empregos nos três primeiros meses
do ano, período no qual cresce a
procura por trabalho.
"O mercado de trabalho continua estagnado desde o segundo
semestre do ano passado, com pequeno crescimento de novos postos de trabalho", disse Azeredo.
Em meses nos quais houve queda
do desemprego, como dezembro
de 2005, o motivo foi a menor
procura por trabalho, e não uma
forte geração de vagas.
Para Fábio Romão, da LCA, a alta da taxa de desemprego já era
esperada, embora não na intensidade com que subiu em fevereiro.
Marcelo de Ávila, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), também diz que a taxa de
desemprego "subiu mais do que o
esperado" em razão da dispensa
de trabalhadores temporários e
do ingresso de mais pessoas no
mercado de trabalho.
Apesar do decréscimo de postos
de trabalho de janeiro para fevereiro, Romão diz que o resultado
não é de todo ruim. É que, diz, o
emprego ainda aumenta se comparado com o mesmo mês de
2005 -2,5%, ou 491 mil pessoas
ocupadas a mais- e que há uma
crescente formalização.
As contratações com carteira
cresceram 0,3% (22 mil pessoas)
de janeiro para fevereiro. Na comparação com fevereiro de 2005, a
alta foi de 5,1% -acréscimo de
398 mil pessoas ocupadas com
carteira. Já o emprego sem carteira cedeu -3,4% (-104 mil) na
comparação com janeiro e 3,6%
(-109 mil) em relação a fevereiro
de 2005. O contingente de trabalhadores conta própria, informais
em sua maioria, subiu 1% (39 mil)
ante janeiro e 0,6% (23 mil) em relação a fevereiro de 2005.
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