São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Indústria apresentará norma à Anvisa para evitar clone

A Abimip (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição) está trabalhando na redação de uma norma que será apresentada à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que os fabricantes de medicamentos genéricos sejam proibidos de copiar embalagens das indústrias que fabricam medicamentos de marca. Para a entidade, a prática desrespeita a lei de direitos autorais e de marca.
"As empresas investem em embalagem e comunicação, são copiadas e têm de passar anos na Justiça para terem seus direitos de marca respeitados", afirma Sálvio Di Girólamo, secretário-geral da Abimip. "O Ministério da Saúde é um dos poucos que não fazem parte do Conselho Nacional Antipirataria, do Ministério da Justiça."
A Anvisa diz que receberá a norma e irá analisá-la, mas entende que essa é apenas uma briga comercial entre os fabricantes de medicamentos.
"Nós não queremos que a lei seja descumprida, mas à agência interessa apenas se as embalagens causam alguma confusão do ponto de vista sanitário", afirma Dirceu Raposo de Mello, presidente da Anvisa.
Para Girólamo, no entanto, o consumidor pode ser induzido a erro, devido às semelhanças. Outro ponto grave apontado por ele diz respeito às promoções que alguns laboratórios fazem com balconistas de farmácias. Ao juntar selos ou abas de embalagens de medicamentos oferecidos a clientes -geralmente de remédios similares-, eles ganham prêmios de incentivo de vendas.
"O Estado abdicou do seu dever de fiscalizar e algumas empresas ocupam espaço no ponto-de-venda com promoções e bonificações", diz Girólamo.
Mello reconhece que o problema existe e é grave porque implica em risco para o paciente. "Bonificação nesse setor não é só questão do ponto de vista da prática farmacêutica inadequada, mas de ética", afirma Mello. "O problema, no entanto, já foi mais grave e vem diminuindo com a atuação das vigilâncias sanitárias."
As perdas no setor com informalidade, segundo o Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), são de R$ 2 bilhões anuais. O valor equivale a 25% do faturamento das empresas por ano. "Além de embolsar os R$ 2 bilhões, o governo poderia oferecer saúde de melhor qualidade se houvesse vontade política", diz Girólamo.

Pesquisa mostra que faltam candidatos para vagas de TI

Há mais vagas do que candidatos nas áreas de informática, tecnologia da informação, engenharia da computação, educação e para profissões relacionadas à saúde e ao setor comercial e de vendas. É o que diz estudo da Catho, site de anúncio de empregos e currículos.
Mário Fagundes, gerente de pesquisas salariais da empresa, diz que pesquisas apontam ser necessário formar 100 mil profissionais de TI até 2010 para atender ao mercado.
Fagundes destaca que engenheiros de algumas especializações também são muito procurados. "A engenharia tem um boom em algumas especialidades, como civil, alimentícia, química e petroquímica, bem como a área de geologia", diz.
A intensa demanda e a falta de profissionais de ensino e de saúde estão ligadas, segundo Fagundes, ao crescimento do setor privado, que passou a atrair os profissionais que antes ocupavam cargos públicos.
Sobram candidatos nas seleções para economistas, administradores e profissionais de marketing. Além da grande oferta de cursos nessas carreiras, a Catho aponta como causa da saturação a concorrência de profissionais de outras áreas que fazem MBA e passam a disputar essas vagas.

ALÔ, ALÔ
A chegada de Ronaldo Gasparini à vice-presidência da W/Brasil, na semana passada, completa a reestruturação vivida pela agência desde 2006. A conclusão, no entanto, se dará nos próximos meses, com a mudança de endereço. "A W/Brasil precisou reentender o mercado", diz Rui Branquinho, co-presidente da agência. No processo, entre outras coisas, a agência se desfez de seu braço interativo mas assinou joint venture com a Sinc. "O nome W/Brasil é tão grande que assusta alguns clientes", diz o co-presidente Paulo Gregoraci. "Mesmo assim, temos crescido bem."

AVANTE
A Audatex Brasil, empresa que pertence ao grupo Solera e distribui softwares de administração de sinistros de automóveis, estima ter conquistado 70% do mercado no Brasil. O sistema da Audatex contém um banco de dados que promete às seguradoras calcular com precisão custos de reparos. Tony Aquila, fundador da Solera, esteve no Brasil na semana passada para visitar a subsidiária.

DIÁRIA
Acaba de ser lançado o livro "Gestão Estratégica de Serviços de Hotelaria" (Editora Atlas, 118 págs.), escrito por Mauro Caon, co-autor de outros dois livros sobre gestão de manufatura e serviços. Os capítulos abordam temas como custos e preços no setor. Há um capítulo sobre a gestão ambiental para hotéis, que trata da redução do consumo de água e energia elétrica e da administração dos resíduos.

EMPREENDER
A Fundação Getulio Vargas e a OAB/SP realizam hoje o seminário "Riscos e Oportunidades de Empreender no Brasil" para discutir abertura de negócios, carga tributária e outros temas. O evento será no auditório da FGV.

TRANSFORMAÇÃO
A indústria de transformação de média-alta tecnologia foi a que mais cresceu em 2007, de acordo com o Iedi. A produção aumentou 12,6% sobre 2006, contra 6% do setor. Nessa categoria, o déficit da balança comercial também foi maior.


com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI

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