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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Indústria apresentará norma à Anvisa para evitar clone
A Abimip (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição)
está trabalhando na redação de
uma norma que será apresentada à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que os fabricantes de medicamentos genéricos sejam
proibidos de copiar embalagens das indústrias que fabricam medicamentos de marca.
Para a entidade, a prática desrespeita a lei de direitos autorais e de marca.
"As empresas investem em
embalagem e comunicação, são
copiadas e têm de passar anos
na Justiça para terem seus direitos de marca respeitados",
afirma Sálvio Di Girólamo, secretário-geral da Abimip. "O
Ministério da Saúde é um dos
poucos que não fazem parte do
Conselho Nacional Antipirataria, do Ministério da Justiça."
A Anvisa diz que receberá a
norma e irá analisá-la, mas entende que essa é apenas uma
briga comercial entre os fabricantes de medicamentos.
"Nós não queremos que a lei
seja descumprida, mas à agência interessa apenas se as embalagens causam alguma confusão do ponto de vista sanitário", afirma Dirceu Raposo de
Mello, presidente da Anvisa.
Para Girólamo, no entanto, o
consumidor pode ser induzido
a erro, devido às semelhanças.
Outro ponto grave apontado
por ele diz respeito às promoções que alguns laboratórios fazem com balconistas de farmácias. Ao juntar selos ou abas de
embalagens de medicamentos
oferecidos a clientes -geralmente de remédios similares-,
eles ganham prêmios de incentivo de vendas.
"O Estado abdicou do seu dever de fiscalizar e algumas empresas ocupam espaço no ponto-de-venda com promoções e
bonificações", diz Girólamo.
Mello reconhece que o problema existe e é grave porque
implica em risco para o paciente. "Bonificação nesse setor não
é só questão do ponto de vista
da prática farmacêutica inadequada, mas de ética", afirma
Mello. "O problema, no entanto, já foi mais grave e vem diminuindo com a atuação das vigilâncias sanitárias."
As perdas no setor com informalidade, segundo o Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), são de R$ 2 bilhões
anuais. O valor equivale a 25%
do faturamento das empresas
por ano. "Além de embolsar os
R$ 2 bilhões, o governo poderia
oferecer saúde de melhor qualidade se houvesse vontade política", diz Girólamo.
Pesquisa mostra que faltam candidatos para vagas de TI
Há mais vagas do que candidatos nas áreas de informática,
tecnologia da informação, engenharia da computação, educação e para profissões relacionadas à saúde e ao setor comercial e de vendas. É o que diz estudo da Catho, site de anúncio
de empregos e currículos.
Mário Fagundes, gerente de
pesquisas salariais da empresa,
diz que pesquisas apontam ser
necessário formar 100 mil profissionais de TI até 2010 para
atender ao mercado.
Fagundes destaca que engenheiros de algumas especializações também são muito procurados. "A engenharia tem um
boom em algumas especialidades, como civil, alimentícia,
química e petroquímica, bem
como a área de geologia", diz.
A intensa demanda e a falta
de profissionais de ensino e de
saúde estão ligadas, segundo
Fagundes, ao crescimento do
setor privado, que passou a
atrair os profissionais que antes ocupavam cargos públicos.
Sobram candidatos nas seleções para economistas, administradores e profissionais de
marketing. Além da grande
oferta de cursos nessas carreiras, a Catho aponta como causa
da saturação a concorrência de
profissionais de outras áreas
que fazem MBA e passam a disputar essas vagas.
ALÔ, ALÔ
A chegada de Ronaldo Gasparini à vice-presidência da
W/Brasil, na semana passada, completa a reestruturação vivida pela agência desde 2006. A conclusão, no entanto, se
dará nos próximos meses, com a mudança de endereço. "A
W/Brasil precisou reentender o mercado", diz Rui Branquinho, co-presidente da agência. No processo, entre outras coisas, a agência se desfez de seu braço interativo mas assinou
joint venture com a Sinc. "O nome W/Brasil é tão grande
que assusta alguns clientes", diz o co-presidente Paulo Gregoraci. "Mesmo assim, temos crescido bem."
AVANTE
A Audatex Brasil, empresa que pertence ao grupo Solera e distribui softwares de administração de sinistros de
automóveis, estima ter conquistado 70% do mercado no
Brasil. O sistema da Audatex contém um banco de dados
que promete às seguradoras calcular com precisão custos
de reparos. Tony Aquila, fundador da Solera, esteve no
Brasil na semana passada para visitar a subsidiária.
DIÁRIA
Acaba de ser lançado o livro "Gestão Estratégica de
Serviços de Hotelaria" (Editora Atlas, 118 págs.), escrito
por Mauro Caon, co-autor
de outros dois livros sobre
gestão de manufatura e serviços. Os capítulos abordam
temas como custos e preços
no setor. Há um capítulo sobre a gestão ambiental para
hotéis, que trata da redução
do consumo de água e energia elétrica e da administração dos resíduos.
EMPREENDER
A Fundação Getulio Vargas e a OAB/SP realizam hoje o seminário "Riscos e
Oportunidades de Empreender no Brasil" para
discutir abertura de negócios, carga tributária e outros temas. O evento será no
auditório da FGV.
TRANSFORMAÇÃO
A indústria de transformação de média-alta tecnologia foi a que mais cresceu
em 2007, de acordo com o
Iedi. A produção aumentou
12,6% sobre 2006, contra
6% do setor. Nessa categoria, o déficit da balança comercial também foi maior.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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