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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Venda de imóveis novos em São Paulo cai 20% em janeiro
O mercado imobiliário sentiu com força a crise econômica
tanto do lado da oferta quanto
da demanda. O número de unidades novas vendidas em São
Paulo caiu 20% em janeiro na
comparação com o mesmo mês
de 2008 -para 1.113 imóveis residenciais. Já o volume de lançamentos no período foi de 382
unidades, uma retração de
46,6% sobre o ano passado.
Os dados são da Pesquisa sobre o Mercado Imobiliário, desenvolvida mensalmente pelo
Secovi-SP (sindicato de habitação), que será divulgada hoje.
Mesmo com a venda mensal
superior ao volume lançado, o
estoque acumulado de imóveis
novos disponíveis fez com que
o indicador de vendas sobre
oferta caísse para 5,5%. Isso
significa que, a cada 1.000 unidades oferecidas em janeiro,
apenas 55 foram vendidas.
Essa retração é um ajuste no
mercado imobiliário impulsionado pela crise, afirma o presidente do Secovi-SP, João Crestana. Para ele, o ritmo de crescimento do setor em 2007 e 2008
foi exagerado e a freada na economia fez o setor se reajustar a
um novo patamar.
"O mercado imobiliário vinha com crescimento sustentável de 2001 a 2006, e, nos dois
últimos anos, isso mudou. O ciclo de crescimento vai continuar neste ano, mas com o ano
de 2006 como referência. Teremos uma queda em comparação com 2007 e 2008."
Segundo Crestana, os dados
de fevereiro, ainda não consolidados, também deverão ser negativos. A expectativa dele é
que, em março, as vendas comecem a se recuperar. "O mercado freou com a crise. Mas
agora encontrou um meio caminho e vai retomar os lançamentos, em um ritmo menor."
Além da mudança em volume, o perfil dos lançamentos
também deve pender para residências de menor valor neste
ano, diz. Segundo Crestana,
uma tendência que já vem
acontecendo é a criação de unidades focadas nas classes mais
baixas por empresas que atuam
no mercado de alto padrão.
O pacote habitacional do governo, que está prestes a ser
anunciado, deve acelerar esse
processo. Crestana, no entanto,
afirma que é fundamental que
as isenções de impostos sejam
feitas de forma igual para todas
as empresas do setor para evitar a concorrência desleal. "Rejeitaremos medidas do governo
de ajuda direta a empresas previamente selecionadas."
EM CASA
Michael Good, presidente mundial da Sotheby's, está no
Brasil pela primeira vez. Veio assinar uma parceria com o
Santander para viabilizar o financiamento de imóveis de alto
padrão. A prática já é comum nos Estados Unidos e na Europa. Para Good, o Brasil, ao lado do Canadá e dos EUA, está
entre os mais importantes da América. Na crise, o financiamento é visto pelo Santander como oportunidade, mesmo
entre consumidores de alto padrão. Hoje, Good participa do
lançamento do maior apartamento do Brasil, da construtora
Lindenberg, negociado pela Sotheby's, no Morumbi, em SP.
NO TANQUE
A Unilever está de olho no
consumo da classe baixa.
Com investimento de R$ 14
milhões, a empresa lança
dois produtos, das marcas
Omo e Comfort, específicos
para quem usa o tanquinho
para lavar roupa. O eletrodoméstico tem presença forte
nas classes C, D e E, que representam juntas 81% dos
usuários de tanquinho no
Brasil.
BULA
A farmacêutica Wyeth coloca no mercado um novo
antidepressivo, que deve representar 10% no faturamento de 2009 da linha de
saúde mental da companhia.
O escritório Barbosa,
Müssnich & Aragão encerrou sua parceria com a Affinitas, aliança ibero-americana de advogados, liderada
pelo escritório espanhol
Garrigues.
EM OBRAS
A reconstrução do World Trade Center, no local que ficou conhecido como "ground zero" após o 11 de Setembro, em Nova York, já enfrenta problemas financeiros. O
responsável pela parte privada do empreendimento,
Larry Silverstein, está pedindo ajuda ao governo, segundo
o "Wall Street Journal". A autoridade responsável já considera ajudar pelo menos uma das três torres do projeto.
NO PRÓPRIO BOLSO
As perdas da Toyota em
Bolsa não representam só
um desafio profissional para
Akio Toyoda, presidente da
montadora fundada pela sua
família. Ele e seu pai, Shoichiro Toyoda, são os maiores
acionistas privados da companhia. Juntos, já perderam
US$ 429 milhões com a desvalorização dos papéis da
empresa na crise. Também
sentirão no próprio bolso a
provável distribuição menor
de dividendos neste ano.
BEIJO NO ASFALTO
O asfalto produzido por
refinarias em São Paulo e no
resto do país são menos adequados que o asfalto do Rio,
segundo Manuel Rossitto,
diretor do Sinicesp, que está
pedindo soluções à Petrobras, a fabricante. Sinicesp e
Fiesp debaterão juntos o tema, dia 30, em São Paulo.
Dilma Rousseff foi convidada. A burocracia que envolve
TCU, ANP e Dnit também
será discutida no encontro.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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