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Petrobras antecipará produção em Tupi
Operação comercial do campo do pré-sal na bacia de Santos começará em outubro, mês do primeiro turno das eleições
Estimativa anterior era dezembro deste ano ou janeiro de 2011; estatal diz que testes de longa duração apontam alta produtividade
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Maior estatal do país e vitrine do governo Lula, a Petrobras
antecipou para outubro (mês
do primeiro turno das eleições)
a produção de petróleo de Tupi.
Será o primeiro campo a operar
em escala comercial no pré-sal
da bacia de Santos.
Serão extraídos 100 mil barris/dia por uma plataforma piloto -a definitiva virá em 2012.
"Vamos antecipar a declaração de comercialidade de Tupi
para outubro. Trabalhamos para isso", disse Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras.
Pelos trâmites legais, a Petrobras, primeiramente, tem de
realizar testes para confirmar
uma descoberta, avaliar seu potencial de produção e levantar
as características do petróleo e
do reservatório.
No caso de Tupi, diz Estrella,
o chamado Teste de Longa Duração indicou que há claramente condições de declarar a comercialidade da reserva ainda
neste ano. O anúncio era previsto inicialmente para dezembro de 2010 ou janeiro de 2011.
Foi constatada, segundo a
empresa, "uma altíssima produtividade dos reservatórios
[no caso do petróleo leve, de
melhor qualidade]".
Tupi é o primeiro campo gigante do pré-sal a ser explorado. Já está em curso a produção
em teste de 20 mil barris/dia.
Com a plataforma piloto, chegará a 100 mil barris/dia, ou 5%
da produção atual do país.
Mas essa cifra crescerá rapidamente. Para 2012, está previsto o começo da operação da
plataforma definitiva, que extrairá 200 mil barris/dia.
Até agora, só em áreas ao
norte da bacia de Campos, em
frente ao Espírito Santo, a Petrobras produz comercialmente no pré-sal, mas com reservas
menores do que na de Santos.
Em Tupi, a Petrobras diz ter
acumulações entre 5 bilhões e 8
bilhões de metros cúbicos/dia
de óleo e gás. A Folha apurou
que os testes indicaram que o
volume do reservatório aponta
mais para a faixa superior -o
que já seria suficiente para dobrar as atuais reservas do país,
de 14 bilhões de metros cúbicos
sem contar o pré-sal.
Outras unidades de produção serão instaladas no entorno de Tupi. Segundo Estrella,
no mesmo bloco exploratório,
a Petrobras trabalha em duas
frentes: Tupi Nordeste (nessa
região do bloco) e Guará.
A previsão é começar os testes de Guará já em maio por
meio de uma plataforma contratada no exterior; em Tupi
Nordeste, até o fim do ano.
Conteúdo nacional
Uma das premissas do pré-sal é a exigência maior de conteúdo nacional, de 65% para
75% dos projetos. Por isso, a estatal não contrata mais um único empreiteiro para cada plataforma, mas divide as encomendas em grandes pacotes.
Já adotou esse procedimento
em oito cascos das primeiras
plataformas do pré-sal de Santos, concorrência vencida pela
Engevix. Até o fim do semestre,
vai licitar, em oito pacotes, os
módulos de energia, compressão de gás e outros sistemas.
"Ganhamos escala e conseguimos reduzir custos, além de
ter maior controle da cadeia de
fornecedores", disse Estrella.
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