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TRABALHO
Havia 1,615 milhão de pessoas sem emprego em fevereiro, o maior índice alcançado nesse mês, segundo o Dieese
Desemprego registra novo recorde em SP
RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local
O desemprego voltou a registrar
recorde em São Paulo. Segundo a
pesquisa do Seade/Dieese, a taxa
saltou de 17,8% da População Economicamente Ativa (PEA) em janeiro para 18,7% em fevereiro.
É o maior índice registrado para
os meses de fevereiro desde que a
pesquisa começou a ser feita, em
1985. A taxa corresponde ao total
de 1,615 milhão de desempregados
na região metropolitana de São
Paulo (1,539 milhão em janeiro).
"A taxa normalmente cresce em
fevereiro, mas desta vez o aumento
foi ainda maior devido à recessão
econômica", diz Sérgio Mendonça, diretor-técnico do Dieese.
O aumento do desemprego se
deve ao fechamento de 84 mil postos de trabalho. Foram extintas vagas em quase todos os setores, com
exceção dos serviços domésticos.
Segundo Pedro Paulo Martoni
Branco, do Seade, o desemprego só
não está numa trajetória ainda
mais explosiva porque muita gente
está mudando seus planos.
"Como está difícil conseguir emprego, as mulheres e os jovens, em
especial, adiam sua tentativa de
entrar no mercado", diz Martoni.
Mesmo assim, a perspectiva é
que a taxa cresça nos próximos
meses. Como ainda não há sinal de
recuperação econômica, devem
ser fechadas mais vagas.
Outro motivo para o aumento do
índice é técnico. A taxa do Seade/
Dieese é uma média dos dados dos
três últimos meses e, por isso, ainda não captou todo o impacto da
crise da desvalorização do real, em
meados de janeiro.
"A taxa deve subir nos próximos
três meses devido à recessão, mas
não sabemos o quanto o aumento
das exportações pode amenizar o
problema", diz Mendonça.
Segundo o índice de fevereiro,
foram fechadas vagas na indústria
(45 mil), comércio (15 mil) e no setor de serviços (29 mil). Só apareceram mais oportunidades nos
serviços domésticos (5.000).
Houve maior aumento do desemprego entre as mulheres
(6,5%), entre os jovens de 18 a 24
anos (9,8%) e entre as pessoas sem
experiência profissional (9,1%).
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