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COMPASSO DE ESPERA
Investidor quer saber qual é a velocidade que o Copom imprimirá ao corte da Selic; ata sai na quinta
Mercado aguarda sinalização de queda de juro
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Investidores aguardam ansiosos pela divulgação, prevista para
a próxima quinta-feira, da ata da
última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). A expectativa é que o Banco Central sinalize que velocidade imprimirá
ao processo de corte da taxa básica de juros da economia.
Na semana passada, o Copom,
com mais um corte de 0,75 ponto
percentual, reduziu os juros de
16,5% para 15,75% ao ano.
Analistas que apostavam em
uma queda da taxa básica, a Selic,
com a mesma dimensão na reunião dos dias 30 e 31 de maio já
não têm tanta certeza disso, e preferem agora esperar a publicação
da ata antes de opinar.
Foi a sétima queda da Selic desde setembro do ano passado, e colocou a taxa no valor nominal
mais baixo dos últimos cinco
anos. Mas os juros no país ainda
são os mais altos do mundo.
Óbvio e preocupante
Ao divulgar a decisão na semana passada, o Copom afirmou em
comunicado que irá "acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima
reunião, para então definir os
próximos passos de sua estratégia
de política monetária".
A frase que parece óbvia e, portanto, dispensável, preocupou alguns economistas.
Muitos entenderam que a intenção do Banco Central fora preparar o mercado para uma diminuição nos cortes.
Mesmo quem não deu tanta importância para a advertência do
Copom vê a possibilidade de que
um comitê, com perfil tão conservador quanto o atual, encontre razões para redobrar a cautela na redução dos juros, apesar de as expectativas de inflação estarem no
centro da meta estabelecida pelo
governo.
Cenário doméstico
No cenário doméstico, analistas
citam o que identificam como
uma política fiscal mais expansionista (de aumento de gastos públicos), ainda que a meta de superávit primário deste ano seja alcançada.
No lado externo, preocupa a
disparada de preços do petróleo,
que pode pressionar a inflação,
sem contar a recente alta das
commodities metálicas.
Para alguns analistas, já há defasagem nos preços domésticos dos
combustíveis em relação a preços
internacionais.
Os juros internacionais também
subiram, apontando certa reversão do cenário extremamente benigno para países emergentes,
que é propício à tomada de riscos
maiores.
Quanto mais se aproxima o segundo semestre, maior a preocupação com os efeitos da queda dos
juros sobre a inflação do ano que
vem. A redução da taxa Selic promovida pelo Banco Central nos
últimos sete meses soma quatro
pontos.
Economistas estimam entre seis
e nove meses o tempo de transmissão da política monetária para
a inflação e para a atividade econômica.
Neste ano, são maiores as chances de a inflação ficar dentro da
meta do que no ano que vem,
quando a capacidade ociosa da
indústria do país poderá ser menos favorável, de acordo com a
opinião de analistas do mercado.
Fim do ano
Alguns analistas estimam que
em dezembro deste ano, a taxa de
juros estará em 13,75% ao ano.
Para outros, a queda da Selic não
irá além dos 14%, ou 14,5% até o
fim de 2006.
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