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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Avanço do turismo exclui os mais pobres
O trabalhador de baixíssima
renda não é o mais beneficiado
pelo avanço do turismo no Brasil, segundo o estudo "Turismo
e diminuição da pobreza", realizado por pesquisadores da
UnB e da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
"Os mais pobres não conseguem se engajar na indústria do
turismo porque falta qualificação", diz Jorge Arbache, do
Centro de Excelência em Turismo da UnB e co-autor do estudo. Adrian Blake e M. Thea
Sinclair, da universidade britânica, e Vladimir Teles, que foi
da UnB, assinam o trabalho.
No caso do avanço da presença de estrangeiros, o aumento
de renda para os mais pobres se
dá com menor intensidade,
pois os gastos dos estrangeiros
se concentram em locais que
empregam mão-de-obra qualificada, como agências de turismo. Arbache diz que, dos 17%
dos turistas que contratam
agências de turismo no país,
11% são estrangeiros.
O estudo classifica como baixíssima renda trabalhadores
com renda per capita/mês de
US$ 34, o que corresponde à linha da pobreza. Exemplos desses trabalhadores são os vendedores de praia e quem atua em empresas não-legalizadas.
O pesquisador afirma que, na
viagem dos estrangeiros, em
muitos casos, gastos com hospedagem e alimentação são feitos no país de origem. "Imagine
um turista português que sai do
seu país em uma aeronave de
empresa estrangeira para ficar
em um resort com capital português. Aqui, gastará em locais
que não necessariamente empregam os mais pobres."
Outra conclusão do estudo é
que, quanto mais pobre é o país,
mais limitado é o impacto do
turismo na diminuição da pobreza. "A porcentagem do total
dos gastos com turismo que fica
no país é, em geral, da ordem de
30% ou menos", diz Arbache.
No Brasil, o estudo simula o
impacto na renda do trabalho
das famílias de um incremento
de 10% no número de turistas
estrangeiros e conclui que as
famílias de alta e baixa renda
seriam as mais beneficiadas.
Em porcentagem, a classe em
que a participação do turismo
na renda do trabalho das famílias é mais alta é na baixíssima
renda -8,32% do ganhos dessas famílias vêm do setor, enquanto 5,07% da renda dos
mais ricos provém do turismo.
No entanto, Arbache diz que
isso acontece porque o turismo
ainda é uma atividade semiprofissional no Brasil. "À medida
que o setor se profissionalizar,
a atividade por conta própria
deverá perder espaço."
Segundo o pesquisador, a situação atual é transitória porque, quanto mais urbanizado,
mais o turismo requer padrões
de qualidade e controle que excluem os mais pobres. Arbache
ressalva que a situação só poderia se reverter em favor da redução da pobreza com a qualificação dos trabalhadores mais
pobres e com o encorajamento
do turismo doméstico de baixo
custo, especialmente em cidades à margem dos grandes centros e nas áreas rurais.
"Temos que olhar o turismo
com bons olhos, mas temos que
ser críticos com os que prometem que ele poderá resolver os
males sociais, e principalmente
ser crítico com o lobby que quer
leis mais favoráveis para o setor
e usa como argumento a diminuição da pobreza."
RECEITA
A designer Simone Mattar, que atende clientes como
Sadia, Natura, Salton e Sesc, vai especializar seu trabalho.
No escritório novo, o LabMattar, a designer, que atua há
20 anos com marcas, lança nesta semana seus conceitos
de design que abordam cultura, ambiente e gastronomia.
Na área de alimentos, com o "foodbranding", Mattar fará
desde concepção de produtos até montagem de restaurantes, elaboração do cardápio, uniformes e fachada.
CIRANDA
O avanço do consumo da classe C puxou a demanda por
executivos das áreas de vendas e comercial, diz a consultoria DBM. Para atender a demanda, empresas passaram a contratar mais e mais rápido, mas também têm substituído mais tais executivos, segundo a consultoria.
COM MANTEIGA
O brasileiro tem gasto menos com o pãozinho de padaria, segundo pesquisa da
LatinPanel. Em 2007, o gasto médio mensal das pessoas
com o produto foi de R$
15,52, contra R$ 16,7 em
2006. A redução no gasto
ocorreu pela alta do quilo do
pão, que saltou de uma média de R$ 3,16, em 2006, para R$ 3,48, em 2007.
COMBATE
A sueca Gripen apresentou ontem, na Suécia, para
quase mil convidados a aeronave Gripen Demonstrator. Alguns governos europeus usam os caças Gripen
em seus sistemas de defesa.
CADEIRA
O executivo Roberto Perroni deixa no dia 30 a direção da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e
se torna o principal executivo da JER Partners no Brasil. A empresa americana
tem foco em mercado imobiliário e atua nos EUA, Europa ocidental e Rússia.
BARREIRAS
Governo e empresas discutem hoje, em Brasília, as
barreiras à importação e à
exportação de itens destinados a atividades de pesquisa
e desenvolvimento. A reunião é organizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
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