São Paulo, sexta-feira, 24 de abril de 2009

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Câmara Venezuela-Brasil faz crítica à CNI

O presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil, José Francisco Fonseca Marcondes Neto, divulga hoje uma carta criticando a posição da CNI (Confederação Nacional da Indústria) sobre a adesão da Venezuela ao Mercosul. No documento, afirma que atrasar ou negar a entrada do país ao bloco prejudicará os exportadores brasileiros com a perda da oportunidade de se consolidarem no mercado venezuelano e até com aumentos tributários.
Na última quinta-feira, diversas entidades, entre elas a CNI, participaram de audiência pública no Senado para discutir o protocolo de adesão do país ao Mercosul, que está em análise para votação.
Durante a reunião, o diretor-executivo da CNI, José Augusto Fernandes, solicitou resultados pendentes do grupo de trabalho do Mercosul que avalia o tema, como o cronograma de implementação do livre comércio. Na reunião, o Senado aprovou um requerimento que pede ao Ministério das Relações Exteriores informações detalhadas sobre prazos e compromissos que envolvem a entrada do país ao bloco.
Fernandes disse à Folha que a CNI não é contra a entrada da Venezuela ao Mercosul. O que a entidade não concorda é com o "fato de o setor privado não ter clareza sobre a qualidade do acordo". "Não estamos discutindo apenas a adesão da Venezuela, mas como serão as regras para a entrada de próximos candidatos ao bloco."
Para Marcondes, essas pendências não deveriam ser consideradas um obstáculo para a aprovação do protocolo.
"Recusar ou adiar a inclusão da Venezuela no Mercosul significa desperdiçar a oportunidade brasileira de ampliar mercados no continente, permitir a ocupação de um mercado importante por um concorrente como a China e colocar em risco o espaço já conquistado nos últimos anos pelo Brasil em um ano de crise financeira", diz Marcondes, na carta.
Ele relembra também que, se o protocolo de adesão não for aprovado até janeiro de 2011, os exportadores brasileiros vão perder benefícios tributários concedidos em acordo assinado em 2004 (veja ao lado). Se isso ocorrer, a tarifa para exportação de veículos à Venezuela, por exemplo, aumentará dos atuais 23% para 35%.
As exportações à Venezuela atingiram US$ 878 milhões no primeiro trimestre deste ano.

ENTRE OS DEDOS
Daniel Pi, da Trapiche, exportadora de vinhos da Argentina, está no Brasil, a convite da Interfood, para lançar o vinho Manos, varietal de Malbec, elaborado com uvas de vinhas de mais de 40 anos. A uva é esmagada manualmente, entre os dedos. Polpa e semente são desprezadas e o que vai para fermentação é a casca. Sai por R$ 407 a garrafa de 750 ml.

AFRICANO
O escritório de advocacia TozziniFreire e o português PLMJ expandem sua parceria no atendimento a clientes e na troca de experiências para Angola e Moçambique. Segundo Darcy Teixeira Júnior, sócio do TozziniFreire, o PLMJ possui unidade nesses países e buscou o apoio do escritório para atender principalmente as empresas brasileiras que atuam na região. Os setores com maior concentração de empresas brasileiras em Moçambique e Angola são construção, petroquímico, mineração e energia, diz.

TURISTA
O Brasil vai sediar a nona WTTC Conferência Global sobre Viagens e Turismo 2009, a ser realizada pelo World Travel & Tourism Council em parceria com o Ministério do Turismo, o governo de Santa Catarina e a Embratur, em maio, em Florianópolis. Na pauta, impactos do turismo sustentável na economia e contribuições do setor contra a crise.

SEM EMPREGO
A Omint, especializada em planos de saúde de alto padrão, quer aproveitar a crise para ampliar em 40% o número de consultores de vendas de seus planos, atraindo executivos de altos cargos que perderam emprego. A ideia é aproveitar para buscar profissionais qualificados que já têm rede de contatos. "Isso ocorreu comigo em outro momento. Fui demitida e não conseguia me recolocar", diz Cristina Chuquer, que faz gestão do canal de vendas.

FORNECEDOR
A Usiminas vai lançar um programa de valorização dos fornecedores locais nas principais regiões onde atua. Em SP, só 3% das compras realizadas no Estado são feitas na cidade de Cubatão, onde fica uma das usinas da empresa, que quer aumentar o índice e movimentar a economia local, com a compra de artigos de escritório, material de segurança, mecânica e elétrica. Deve ser criada uma estrutura de facilitação do processo de cadastramento de empresas.

AÇO
A ArcelorMittal Vega espera retorno financeiro de cerca de R$ 1,9 milhão no próximo ano ao promover o uso de embalagens de plástico corrugado para transportar suas bobinas laminadas a frio e galvanizadas. A utilização do material evita danos, como a oxidação do aço.

VENTILADOR
A Spirit, de ventiladores de teto, planeja entrar no mercado americano neste ano. Mesmo com a crise, a empresa vê potencial de vendas nos EUA, que têm um mercado cinco vezes maior que o brasileiro para o produto.

URNA ELETRÔNICA
A Winbros, empresa de Wilson Brumer, ex-presidente da Vale e da Acesita, adquiriu 6% da Probank. Brumer terá assento no Conselho de Administração, que será presidido por Helon Esteves, da família fundadora da empresa. Um novo presidente está sendo procurado. A Probank é responsável pelas eleições eletrônicas brasileiras.

TROPICAL
O número de viajantes do Brasil que visitaram a República Dominicana subiu de 5.091, em 2003, para 14.609, em 2008, crescimento de 186%. O aumento da oferta de voos ao destino caribenho contribuiu para o resultado, segundo Nodalia Arias, diretora do Escritório da República Dominicana no Brasil.

NA ESCOLA
Fabio Barbosa (Febraban) será o paraninfo da segunda turma de formandos de administração da Faculdade Zumbi dos Palmares, que tem 87% de seus alunos que se declaram afrodescendentes. Em 2008, a formatura da primeira turma teve o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como patrono.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


Próximo Texto: Banco público puxa crédito; privado segura
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.