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Crise compromete avanço da inovação nas economias
EUA caíram da 3ª para a 4ª posição no ranking global dos mais inovadores; China e Índia melhoram desempenho, e Japão lidera
Redução de investimentos para desenvolvimento
de tecnologias afetará a competitividade dos países; Brasil recua de 48º para 49º
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
A divisão de inteligência da
revista "Economist" revelou
um novo impacto da crise. Com
o turbilhão financeiro, os países tornaram-se menos inovadores e poderão sofrer graves
consequências nos próximos
cinco anos. Esperava-se um incremento de 6% até 2013 na
média do índice de inovação
mundial. Essa média foi revista
para 2%. Os EUA são os mais
afetados, seguidos pelo Reino
Unido. O Brasil também piorou. Na contramão, China e Índia se destacam com os melhores desempenhos.
A pesquisa, divulgada ontem,
mostra que os EUA, antes na 3ª
colocação na lista dos mais inovadores, caíram para a 4ª em
2008. O Reino Unido também
perdeu, passando da 18ª à 19ª.
Para chegar ao ranking, os
analistas da "Economist" criaram um índice que vai de zero a
dez e avalia não apenas os resultados práticos da inovação
(registro de patentes e exportação de tecnologia, por exemplo), como o ambiente de investimento público e privado necessário para estimular a produção de conhecimento. Segundo a lista, o Japão é o campeão em inovação, com nota
dez. A Líbia, último entre os 82
países avaliados, teve nota zero.
Os americanos estão preocupados com seu desempenho.
Dados do U.S. National Science
Board revelam que os investimentos em ciência e tecnologia
sofreram redução com a crise, e
o volume de exportação de tecnologia já teve queda. O apoio
financeiro público à pesquisa
nas universidades sofreu cortes
pela primeira vez em 25 anos.
Resultado: o próprio governo
teme redução nas competitividade do país no mercado internacional e a diminuição de mão
de obra qualificada.
Na contramão desse movimento, China e Índia registraram os maiores crescimentos.
Os chineses ganharam cinco
posições entre 2006 e 2008,
enquanto os indianos subiram
duas. Na China, os investimentos em ciência e tecnologia já
representam 1,4% do PIB.
Até 2010, esse índice chegará
a 2% do PIB -próximo ao dos
países que ocupam o topo da
lista dos mais inovadores. A
China segue o exemplo da Coreia do Sul, que adotou uma política de reforçar os gastos com
educação, pesquisa e desenvolvimento, além de fomentar a
parceria entre universidades e
empresas na obtenção de tecnologias que possam agregar
valor aos produtos de exportação do país.
Emergentes
Na lista, o Brasil caiu da 49ª
colocação para a 48ª posição. O
MCT (Ministério da Ciência e
Tecnologia) informa que esses
números ainda não refletem as
mudanças implementadas para
estimular a inovação no país.
O MCT está reformulando a
Lei do Bem, criada há quatro
anos para facilitar ainda mais o
acesso das empresas que podem obter incentivos fiscais, se
investirem em pesquisa.
Segundo o Instituto Inovação, uma consultoria privada,
as companhias brasileiras inovadoras já vendem produtos de
valor agregado que custam, em
média, 30% mais que os artigos
de seus concorrentes que não
inovam.
Elas também exportam 16%
mais e pagam 23% mais aos
seus funcionários.
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