São Paulo, sábado, 24 de abril de 2010

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Governo insiste em que reajuste do INSS será de só 6,14%

Motivo é falta de consenso no Congresso para dar 7%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo voltou a radicalizar e insiste em manter em 6,14% o reajuste do aposentados com benefício acima de um salário mínimo. A avaliação é que a falta de consenso no Congresso em torno do acordo para elevar o aumento para 7% inviabilizou essa proposta, levando o governo a endurecer mais uma vez a negociação.
Ontem, o presidente Lula reuniu vários ministros para discutir o assunto. De acordo com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), os congressistas vêm a cada dia apresentando uma nova proposta, o que deixou evidente a falta de acordo em relação ao percentual de 7%.
"Ficou claro que não existe mais consenso. Assim, o governo mantém os 6,14% que estão previstos na medida provisória", disse ele. Segundo relato de Padilha, na reunião o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou que o Brasil foi o único país a conceder aumento real para os aposentados neste ano pós-crise.
Padilha disse que voltará a discutir o assunto na próxima semana com os líderes da base aliada e afirmou que o governo espera que o Congresso tenha "sensibilidade" para compreender os limites orçamentários.
Há dez dias, ministros envolvidos na negociação já tinham declarado que o governo não se comprometeria com reajuste além dos 6,14% concedidos em janeiro. As afirmações foram uma resposta ao rompimento de acordo costurado na Câmara entre a base aliada e o governo para elevar o índice para 7%.
Depois de acertar esse reajuste com os deputados da bancada governista, o Executivo foi surpreendido pelos partidos aliados no Senado, que defenderam aumento de 7,71%.
Com a rebelião entre os senadores, os deputados também passaram a reivindicar esse índice. À revelia do governo, a base aliada e a oposição anunciaram o apoio ao percentual mais elevado, de 7,71%.
Nos últimos dias, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), chegou a propor um reajuste escalonado, mas o Executivo descartou a possibilidade, argumentando dificuldades jurídicas em levar a alternativa adiante.


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