São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2005

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

BIC quer antidumping contra China

Não são apenas os fabricantes de têxteis que reclamam da invasão de produtos chineses no Brasil. A unidade brasileira da fabricante francesa de canetas BIC aguarda ainda para este mês a decisão sobre uma ação antidumping movida contra produtores chineses.
A empresa entrou com o pedido em outubro de 2003 no departamento de defesa comercial do Ministério do Desenvolvimento. De acordo com o diretor administrativo e financeiro para a América do Sul da BIC, Aroldo Fontes, as canetas chinesas chegam ao país por US$ 0,01. "O preço de mercado normal chega a ser de até US$ 0,15."
Como a ação é anterior ao reconhecimento da China como economia de mercado pelo Brasil, a empresa só precisou usar como parâmetro os preços cobrados internacionalmente, e não os do mercado interno chinês.
As canetas da China que chegam ao país são destinadas ao setor promocional e são utilizadas como brindes por empresas. Segundo Fontes, esse mercado chega a 300 milhões de unidades por ano no Brasil. A fatia chinesa, diz, chega a 250 milhões de unidades.
Fontes espera que o governo brasileiro exija certificados de origem das importações chinesas e estabeleça um preço mínimo para esses produtos. No caso, ele estima em até US$ 0,07 por unidade. "Não queremos uma reserva de mercado. Só queremos competir com igualdade de condições no Brasil", diz.
Fontes atribui à concorrência chinesa o fechamento de uma fábrica da empresa em São Paulo, que levou à demissão de 120 trabalhadores em 2002. Hoje, a empresa mantém apenas uma fábrica no país, em Manaus.
Caso a decisão favoreça a BIC, o diretor diz que as fábricas instaladas no país disputarão um mercado anual de R$ 50 milhões.
No ano passado, a BIC faturou R$ 225 milhões no Brasil, alta de 8,5% ante 2003. Para este ano, a perspectiva é de aumento de 6%.

CERVEJA POLIGLOTA
A Brahma estréia amanhã, no Brasil, uma campanha criada pela África em que ressalta a ginga dos brasileiros. A campanha terá filme nacional, spots em rádios e seis modelos diferentes de latinhas decoradas com a inscrição "Agora, para o mundo", em inglês, francês, espanhol, russo, holandês e sueco.

AO PÉ DO OUVIDO
Nos últimos dias, a Telecom Italia tem se aproximado bastante dos fundos de pensão. Os italianos querem convencer os fundos a continuar na Brasil Telecom, mesmo se o Citigroup sair do negócio. A tarefa é difícil.

JÓIA DE EXPORTAÇÃO
As exportações de jóias devem crescer 40% até o fim do ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, de janeiro a abril, o Brasil exportou US$ 237 milhões em jóias, folheados e pedras brutas, entre outras. O volume é 31% superior ao comercializado no mesmo período de 2004.

ROLO COMPRESSOR
Um batalhão de choque aderiu aos fundos de pensão na ação que corre no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra o Opportunity, de Daniel Dantas. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES e o Banco Central enviaram ofício ao ministro Edson Vidigal, presidente do STJ, em que se manifestaram como partes do processo. O objetivo do rolo compressor foi o de caracterizar que há interesse público envolvido nessa guerra. O BNDES, por exemplo, diz em seu parecer que investiu R$ 677,8 milhões nas teles. O documento do BC de Henrique Meirelles foi enviado ontem ao STJ e é assinado pelo diretor de administração, João Antônio Fleury Teixeira.

AGILIDADE
Para agilizar a tramitação de processos, o STF contratou uma consultoria, o INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), que montou uma radiografia de todas as etapas dos julgamentos. O INDG calcula ser possível reduzir o tempo total médio de julgamento de 272 para 150 dias.

EM ALTA
As ações preferenciais do Banco Itaú subiram 60,9% no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2004. As ADRs do Itaú, negociadas na Bolsa da Nova York, fecharam o trimestre com alta de 73,5%, cotadas a US$ 81,15. A capitalização de mercado chegou a R$ 51,8 bilhões.

VISITA
O economista-chefe da área de Wealth Management do UBS, Klaus Wellershoff, chega ao Brasil na próxima semana para uma palestra com mais de 400 empresários em SP. Na palestra anterior, ele previu o início da escalada dos juros americanos.

JOVENS NA MIRA
Para atender a um mercado crescente, que hoje tem estimados 4 milhões de universitários, três amigos criaram há pouco mais de dois anos a primeira agência de marketing universitário do país, a Namosca. Para destacar o potencial desse mercado, Alfredo Motta, um dos sócios, cita números de uma pesquisa com cerca de 1.200 universitários paulistas no fim de 2004, segundo a qual quase metade dos jovens possui cartão de crédito (43,5%) e carro (44%, sendo que 34% pretendem trocá-lo após 12 meses). "É um mercado supervisado, de classes AB, condizente com o estilo de vida desses jovens, que viajam e consomem serviços cada vez mais." A agência, que criou e promove eventos esportivos e culturais, tem hoje contrato com órgãos discentes das principais faculdades do Estado de SP.


Próximo Texto: Governo vê crescimento menor e juro maior
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.