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MERCADO ABERTO
BIC quer antidumping contra China
Não são apenas os fabricantes
de têxteis que reclamam da
invasão de produtos chineses no Brasil. A unidade
brasileira da fabricante francesa
de canetas BIC aguarda ainda para este mês a decisão sobre uma
ação antidumping movida contra produtores chineses.
A empresa entrou com o pedido em outubro de 2003 no departamento de defesa comercial do
Ministério do Desenvolvimento.
De acordo com o diretor administrativo e financeiro para a
América do Sul da BIC, Aroldo
Fontes, as canetas chinesas chegam ao país por US$ 0,01. "O preço de mercado normal chega a
ser de até US$ 0,15."
Como a ação é anterior ao reconhecimento da China como economia de mercado pelo Brasil, a
empresa só precisou usar como
parâmetro os preços cobrados
internacionalmente, e não os do
mercado interno chinês.
As canetas da China que chegam ao país são destinadas ao setor promocional e são utilizadas
como brindes por empresas. Segundo Fontes, esse mercado chega a 300 milhões de unidades por
ano no Brasil. A fatia chinesa, diz,
chega a 250 milhões de unidades.
Fontes espera que o governo
brasileiro exija certificados de
origem das importações chinesas
e estabeleça um preço mínimo
para esses produtos. No caso, ele
estima em até US$ 0,07 por unidade. "Não queremos uma reserva de mercado. Só queremos
competir com igualdade de condições no Brasil", diz.
Fontes atribui à concorrência
chinesa o fechamento de uma fábrica da empresa em São Paulo,
que levou à demissão de 120 trabalhadores em 2002. Hoje, a empresa mantém apenas uma fábrica no país, em Manaus.
Caso a decisão favoreça a BIC,
o diretor diz que as fábricas instaladas no país disputarão um
mercado anual de R$ 50 milhões.
No ano passado, a BIC faturou
R$ 225 milhões no Brasil, alta de
8,5% ante 2003. Para este ano, a
perspectiva é de aumento de 6%.
CERVEJA POLIGLOTA
A Brahma estréia amanhã, no
Brasil, uma campanha criada pela África em que ressalta a ginga
dos brasileiros. A campanha terá
filme nacional, spots em rádios e
seis modelos diferentes de latinhas decoradas com a inscrição
"Agora, para o mundo", em inglês, francês, espanhol, russo,
holandês e sueco.
AO PÉ DO OUVIDO
Nos últimos dias, a Telecom
Italia tem se aproximado bastante dos fundos de pensão. Os italianos querem convencer os fundos a continuar na Brasil Telecom, mesmo se o Citigroup sair
do negócio. A tarefa é difícil.
JÓIA DE EXPORTAÇÃO
As exportações de jóias devem
crescer 40% até o fim do ano. Segundo o Instituto Brasileiro de
Gemas e Metais Preciosos, de janeiro a abril, o Brasil exportou
US$ 237 milhões em jóias, folheados e pedras brutas, entre
outras. O volume é 31% superior
ao comercializado no mesmo
período de 2004.
ROLO COMPRESSOR
Um batalhão de choque aderiu aos fundos de pensão na ação
que corre no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra o Opportunity, de Daniel Dantas. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES e o Banco Central enviaram ofício ao
ministro Edson Vidigal, presidente do STJ, em que se manifestaram como partes do processo. O objetivo do rolo compressor foi o de caracterizar que há interesse público envolvido
nessa guerra. O BNDES, por exemplo, diz em seu parecer que
investiu R$ 677,8 milhões nas teles. O documento do BC de
Henrique Meirelles foi enviado ontem ao STJ e é assinado pelo
diretor de administração, João Antônio Fleury Teixeira.
AGILIDADE
Para agilizar a tramitação de
processos, o STF contratou uma
consultoria, o INDG (Instituto
de Desenvolvimento Gerencial),
que montou uma radiografia de
todas as etapas dos julgamentos.
O INDG calcula ser possível reduzir o tempo total médio de julgamento de 272 para 150 dias.
EM ALTA
As ações preferenciais do Banco Itaú subiram 60,9% no primeiro trimestre ante o mesmo
período de 2004. As ADRs do
Itaú, negociadas na Bolsa da Nova York, fecharam o trimestre
com alta de 73,5%, cotadas a US$
81,15. A capitalização de mercado chegou a R$ 51,8 bilhões.
VISITA
O economista-chefe da área de
Wealth Management do UBS,
Klaus Wellershoff, chega ao Brasil na próxima semana para uma
palestra com mais de 400 empresários em SP. Na palestra anterior, ele previu o início da escalada dos juros americanos.
JOVENS NA MIRA
Para atender a um mercado
crescente, que hoje tem estimados 4 milhões de universitários, três amigos criaram há
pouco mais de dois anos a
primeira agência de marketing universitário do país, a
Namosca. Para destacar o potencial desse mercado, Alfredo Motta, um dos sócios, cita
números de uma pesquisa
com cerca de 1.200 universitários paulistas no fim de 2004,
segundo a qual quase metade
dos jovens possui cartão de
crédito (43,5%) e carro (44%,
sendo que 34% pretendem
trocá-lo após 12 meses). "É
um mercado supervisado, de
classes AB, condizente com o
estilo de vida desses jovens,
que viajam e consomem serviços cada vez mais." A agência, que criou e promove
eventos esportivos e culturais,
tem hoje contrato com órgãos
discentes das principais faculdades do Estado de SP.
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