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COMÉRCIO
Impacto de controles dos EUA e da UE seria pequeno
China tem demanda interna para têxteis, dizem fabricantes locais
DA BLOOMBERG
Os fabricantes chineses de produtos têxteis, que gastaram US$
14,3 bilhões no ano passado em
fábricas e insumos industriais, dizem que as vendas locais vão absorver o impacto de uma possível
queda dos pedidos de lojas como
Wal-Mart e Carrefour resultante
da imposição de salvaguardas pelos Estados Unidos e pela União
Européia sobre as importações
dos produtos chineses.
"A demanda interna responde
por cerca de 70% da expansão do
setor", disse Wang Donghua, porta-voz da Weiqiao Textile, com
sede em Shandong, a maior fabricante de produtos têxteis de algodão do país.
"Nossa economia está se tornando mais voltada par o consumidor, em vez de pautada pelos
investimentos. Esse é o principal
impulsionador do nosso crescimento", disse Wang.
A Weiqiao Textile comprou
65% mais algodão no ano passado, contratou 35 mil funcionários
e gastou 3,6 bilhões de yuan (cerca
de US$ 435 milhões), aumentando a produção destinada a clientes como a Levi Strauss.
Os governos dos Estados Unidos e da União Européia querem
estancar a enxurrada de exportações de artigos de vestuário produzidos pela Weiqiao e por 100
mil outras empresas têxteis desde
o encerramento, em 31 de dezembro do ano passado, de um sistema de cotas mundiais sobre produtos têxteis, que já se estendia
por quatro décadas.
Os produtores dos Estados Unidos e da União Européia dizem
que o aumento súbito das importações de têxteis chineses perturba os mercados locais.
O porta-voz da Weiqiao, que
produz tecidos para jeans e para
roupa de cama, disse que a economia nacional de seu país, que
cresceu 9,5% no período de um
ano, oferece muitas oportunidades de venda locais.
A China é o maior exportador
de artigos de vestuário do mundo.
As exportações de produtos têxteis e confecções do país dispararam 29% no primeiro trimestre,
agravando as tensões da China
com os Estados Unidos, que registraram um déficit recorde de
US$ 162 bilhões em sua balança
comercial com a China no ano
passado.
As vendas chinesas de produtos
têxteis e confecções cresceram
23% em 2004 em relação a 2003,
disse o Conselho Nacional Chinês
de Têxteis e Confecções.
As exportações, responsáveis
por apenas 30% das vendas, tiveram expansão de 21% passando a
totalizar US$ 97,4 bilhões.
"No ano passado e desde o início deste ano, a expansão das vendas internas ultrapassou inquestionavelmente o crescimento das
exportações", afirmou Sun Huaibin, diretor do conselho, em entrevista por telefone concedida de
Pequim.
Os fabricantes chineses de produtos têxteis "estão interessados
em desenvolver suas próprias
marcas para seu próprio mercado
com margens potencialmente
maiores, em vez de desovar milhões de camisetas comercializadas a baixas margens para os varejistas ocidentais", disse Roger
Tredre, editor-chefe do Worth
Global Style Network de Londres.
Muitos fabricantes chineses que
se concentravam no mercado de
exportação vêem atualmente
"mais oportunidades de crescimento na China, principalmente
em roupas esportivas e principalmente com a aproximação dos Jogos Olímpicos", a serem realizados em Pequim em 2008, disse
Theresa Lo, analista do Bank of
China International de Hong
Kong, em entrevista por telefone.
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