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CVM condena a irmã de Daniel Dantas
Verônica Dantas não poderá exercer, durante dois anos, cargo de administradora de empresas abertas
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) condenou ontem
Verônica Dantas, irmã do empresário Daniel Dantas, à inabilitação por dois anos no exercício do cargo de administradora
ou conselheira fiscal de empresas abertas. Ela foi condenada
por infração aos deveres de diligência e lealdade, mas poderá
recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
O processo investigava irregularidades no pagamento de
advogados pela Newtel, controladora da Telemig e da Amazônia Celular, em 2001 e 2002,
quando ainda era administrada
pelo Opportunity. Verônica era
diretora e conselheira de administração da Newtel.
A mesma pena foi aplicada ao
diretor financeiro da Newtel à
época, Arthur Joaquim de Carvalho, sob iguais acusações. A
diretora de recursos humanos e
relações com investidores, Maria Amália Coutrim, também
foi inabilitada por dois anos
-um ano referente à infração
do dever de diligência e outro
por conta de embaraço à fiscalização da autarquia.
Em meio à disputa pelo controle das empresas celulares, a
CVM averiguou que a Newtel
celebrou termo de rateio com a
Futuretel e com a Opportunity
Mem (empresas que estariam
acima dela na cadeia societária)
para arcar com todas as despesas jurídicas referentes à disputa entre os acionistas.
A Newtel efetuou gastos com
advogados que não eram apenas de sua responsabilidade,
mas também de suas controladoras (Opportunity Mem e Futuretel) e de suas controladas
(Telpart, Telemig e Amazônia
Celular). Essas despesas somaram R$ 9,9 milhões em 2001 e
R$ 4,8 milhões em 2002.
Entre essas despesas, a Newtel não comprovou em serviços
faturas que somaram os montantes de R$ 1,9 milhão em
2001 e R$ 280 mil em 2002.
O termo fechado com as demais empresas não consta em
nenhum lugar, nem nas demonstrações financeiras nem
nas notas explicativas. Só diz
que o custo seria rateado no futuro entre as empresas de acordo com arbitragem a ser contratada, mas não fornece detalhes de quando essa operação
seria realizada. Na prática, a
empresa centralizou custos de
disputa societária em que 47%
das ações estavam nas mãos de
acionistas que atuavam como
opositores no processo.
Na avaliação da CVM, a Newtel era objeto da disputa e não
poderia responder pela despesa de um lado do litígio.
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