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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Recuperação da indústria será lenta, diz Iedi
Mesmo que se admita que o
pior momento da crise econômica já passou, o forte impacto
que ela teve na indústria de
transformação fará com que a
recuperação seja lenta. A opinião está na análise do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial)
sobre o reflexo na indústria dos
primeiros seis meses de crise.
De outubro do ano passado
até março deste ano, o setor se
retraiu 10% em relação ao período de seis meses encerrado
em março de 2008.
Apenas no primeiro trimestre do ano, o resultado da indústria de transformação foi
quase 15% menor que o registrado no mesmo período do
ano passado.
Para o Iedi, o principal motivo para que a recuperação da
economia seja lenta é que o crédito dificilmente voltará aos níveis alcançados na economia
pré-crise.
"O ponto crucial está no fato
de que o crédito abundante nos
grandes países compradores,
como se observou no passado
recente, dificilmente irá se repetir", afirma o Iedi.
Segundo o instituto, o pedido
do setor produtivo de uma redução maior na taxa básica de
juros e de aprofundamento nas
medidas anticíclicas é uma
"constatação de que as condições para a economia crescer
são bastante estreitas ante o cenário mundial atual".
O Iedi levantou o impacto da
crise entre as diferentes categorias da indústria, classificadas pelos padrões de desenvolvimento tecnológico da OCDE
(Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
O setor de média-alta tecnologia, que inclui a indústria automotiva e de materiais de
transporte, foi o mais afetado,
com uma retração de 19% entre
outubro e março.
Em seguida, vem o setor de
média-baixa tecnologia, com
queda de 11% no período. Nesse
segmento, as retrações mais
significativas foram entre os fabricantes de borracha e plástico (-18,6%) e na indústria de
produtos metálicos (-18,4%).
A indústria aeronáutica, que
chegou a crescer quase 100%
no período, e a farmacêutica
(16%) seguraram o resultado
do segmento de alta tecnologia,
que se expandiu 0,2% em seis
meses de crise no Brasil.
DIVÓRCIO
O Prêmio Nobel de Economia de 2001, Joseph Stiglitz,
está processando seu antigo
advogado. Stiglitz quer US$
5 milhões, segundo a Bloomberg. O advogado demorou
muito tempo para dar entrada nos papéis do pedido do
divórcio do Nobel, o que permitiu que sua ex-mulher, Jane Hannaway, tivesse direito
a uma parte do prêmio em
dinheiro -de US$ 300 mil-
que Stiglitz recebeu naquele
ano.
PEDAÇO
A loja da Pizza Hut no aeroporto internacional de Guarulhos registrou no ano passado o maior faturamento da rede
no mundo. Para Jorge Aguirre, presidente da IRB/Pizza Hut
São Paulo, a localização da loja foi a responsável pelo resultado. "Ela fica localizada em um ponto estratégico na passagem dentro do aeroporto, e o turista internacional reconhece rápido a marca", afirma Aguirre. A Pizza Hut São
Paulo faturou um valor superior a R$ 50 milhões no ano
passado. Atualmente há mais de 12 mil pontos da Pizza Hut
no mundo.
NA PLATAFORMA
A maioria das petroleiras de capital aberto projeta investimentos menores em exploração e produção de petróleo neste ano do que em 2008. Segundo levantamento do
consultor Adriano Pires, do Cbie, Petrobras, Exxon e Chevron são exceções (veja gráfico acima). A Petrobras deve
investir US$ 24 bilhões na área neste ano.
Feira brasileira de arte aumenta vendas em meio à crise global
Diferentemente do mercado
internacional de arte, que sentiu queda nas vendas e nos preços de obras, os negócios da feira SP Arte, realizada neste mês,
expandiram-se entre 15% e
20% ante a edição anterior.
"O resultado surpreendeu.
Estávamos preparados para
uma queda nas vendas por conta da crise", diz Fernanda Feitosa, diretora da feira e mulher
de Heitor Martins, nome mais
cotado para assumir a Bienal.
Ela atribui o resultado ao
maior interesse de investidores
pela arte nacional.
"A valorização das obras brasileiras não acompanhou a dos
estrangeiros nos últimos anos.
Elas ainda têm muito espaço
para valorização e são boas opções de investimento atualmente", afirma.
SEM CAIXA
A situação da Venezuela
preocupa as empresas brasileiras que exportam para
aquele país. Os atrasos nos
pagamentos estão cada vez
maiores. Nos últimos dias,
grandes empresas se reuniram para levar o problema
ao governo brasileiro.
EM CONSTRUÇÃO
O nível do emprego da
construção pesada registrou
uma pequena alta, de 0,02%,
em abril, com a admissão de
nove trabalhadores ante
março. Essa foi a quarta alta
consecutiva, após uma queda profunda no fim de 2008.
NOTA MENOR
A agência de classificação
de riscos SR Rating acaba de
conceder nota AA ao rating
soberano dos EUA, na primeira vez que avaliou o risco
do país. As principais agências internacionais ainda
atribuem nota AAA.
IMUNIDADE BAIXA
Para a SR, o rebaixamento
de países como Japão, Espanha e Portugal e as perspectivas negativas para o Reino
Unido representam uma
mudança de paradigma na
economia internacional, da
qual a economia americana
não está imune.
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