São Paulo, domingo, 24 de maio de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Recuperação da indústria será lenta, diz Iedi

Mesmo que se admita que o pior momento da crise econômica já passou, o forte impacto que ela teve na indústria de transformação fará com que a recuperação seja lenta. A opinião está na análise do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) sobre o reflexo na indústria dos primeiros seis meses de crise.
De outubro do ano passado até março deste ano, o setor se retraiu 10% em relação ao período de seis meses encerrado em março de 2008.
Apenas no primeiro trimestre do ano, o resultado da indústria de transformação foi quase 15% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.
Para o Iedi, o principal motivo para que a recuperação da economia seja lenta é que o crédito dificilmente voltará aos níveis alcançados na economia pré-crise.
"O ponto crucial está no fato de que o crédito abundante nos grandes países compradores, como se observou no passado recente, dificilmente irá se repetir", afirma o Iedi.
Segundo o instituto, o pedido do setor produtivo de uma redução maior na taxa básica de juros e de aprofundamento nas medidas anticíclicas é uma "constatação de que as condições para a economia crescer são bastante estreitas ante o cenário mundial atual".
O Iedi levantou o impacto da crise entre as diferentes categorias da indústria, classificadas pelos padrões de desenvolvimento tecnológico da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
O setor de média-alta tecnologia, que inclui a indústria automotiva e de materiais de transporte, foi o mais afetado, com uma retração de 19% entre outubro e março.
Em seguida, vem o setor de média-baixa tecnologia, com queda de 11% no período. Nesse segmento, as retrações mais significativas foram entre os fabricantes de borracha e plástico (-18,6%) e na indústria de produtos metálicos (-18,4%).
A indústria aeronáutica, que chegou a crescer quase 100% no período, e a farmacêutica (16%) seguraram o resultado do segmento de alta tecnologia, que se expandiu 0,2% em seis meses de crise no Brasil.

DIVÓRCIO
O Prêmio Nobel de Economia de 2001, Joseph Stiglitz, está processando seu antigo advogado. Stiglitz quer US$ 5 milhões, segundo a Bloomberg. O advogado demorou muito tempo para dar entrada nos papéis do pedido do divórcio do Nobel, o que permitiu que sua ex-mulher, Jane Hannaway, tivesse direito a uma parte do prêmio em dinheiro -de US$ 300 mil- que Stiglitz recebeu naquele ano.

PEDAÇO
A loja da Pizza Hut no aeroporto internacional de Guarulhos registrou no ano passado o maior faturamento da rede no mundo. Para Jorge Aguirre, presidente da IRB/Pizza Hut São Paulo, a localização da loja foi a responsável pelo resultado. "Ela fica localizada em um ponto estratégico na passagem dentro do aeroporto, e o turista internacional reconhece rápido a marca", afirma Aguirre. A Pizza Hut São Paulo faturou um valor superior a R$ 50 milhões no ano passado. Atualmente há mais de 12 mil pontos da Pizza Hut no mundo.

NA PLATAFORMA
A maioria das petroleiras de capital aberto projeta investimentos menores em exploração e produção de petróleo neste ano do que em 2008. Segundo levantamento do consultor Adriano Pires, do Cbie, Petrobras, Exxon e Chevron são exceções (veja gráfico acima). A Petrobras deve investir US$ 24 bilhões na área neste ano.

Feira brasileira de arte aumenta vendas em meio à crise global
Diferentemente do mercado internacional de arte, que sentiu queda nas vendas e nos preços de obras, os negócios da feira SP Arte, realizada neste mês, expandiram-se entre 15% e 20% ante a edição anterior.
"O resultado surpreendeu. Estávamos preparados para uma queda nas vendas por conta da crise", diz Fernanda Feitosa, diretora da feira e mulher de Heitor Martins, nome mais cotado para assumir a Bienal.
Ela atribui o resultado ao maior interesse de investidores pela arte nacional.
"A valorização das obras brasileiras não acompanhou a dos estrangeiros nos últimos anos. Elas ainda têm muito espaço para valorização e são boas opções de investimento atualmente", afirma.

SEM CAIXA
A situação da Venezuela preocupa as empresas brasileiras que exportam para aquele país. Os atrasos nos pagamentos estão cada vez maiores. Nos últimos dias, grandes empresas se reuniram para levar o problema ao governo brasileiro.

EM CONSTRUÇÃO
O nível do emprego da construção pesada registrou uma pequena alta, de 0,02%, em abril, com a admissão de nove trabalhadores ante março. Essa foi a quarta alta consecutiva, após uma queda profunda no fim de 2008.

NOTA MENOR
A agência de classificação de riscos SR Rating acaba de conceder nota AA ao rating soberano dos EUA, na primeira vez que avaliou o risco do país. As principais agências internacionais ainda atribuem nota AAA.

IMUNIDADE BAIXA
Para a SR, o rebaixamento de países como Japão, Espanha e Portugal e as perspectivas negativas para o Reino Unido representam uma mudança de paradigma na economia internacional, da qual a economia americana não está imune.


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