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Especialistas questionam força do Cade
DA REPORTAGEM LOCAL
A criação da BRF (Brasil
Foods), formada a partir
da união de Sadia e Perdigão, será o maior e mais
importante julgamento
antitruste já feito pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A orientação política do
governo de apoiar a criação de grandes grupos nacionais e a contestação da
Nestlé na Justiça para que
a compra da Garoto fosse
desfeita levantam questionamentos sobre a capacidade efetiva do Cade na
defesa da concorrência.
A Folha ouviu vários especialistas que afirmam
que o órgão não tem força
política para evitar danos
econômicos causados com
a criação da BRF. Outros,
no entanto, dizem que o
trabalho do Cade é técnico, resistente a pressões.
"É natural, na economia
da concorrência e dos
mercados, que haja interesses políticos, mas é do
desenho institucional da
entidade colocar-se à margem dessas pressões", diz
Lúcia Helena Salgado,
professora da Uerj e ex-conselheira do Cade.
"O Cade aprendeu muito com os erros do passado
e aprimorou seu trabalho,
que está consolidado."
Para ela, o questionamento da Nestlé é natural
e desejável, para que se
crie jurisprudência no setor. É a mesma opinião do
professor Arthur Barrionuevo Filho, da FGV, para
quem qualquer decisão é
passível de contestação.
Procurado, o Cade não
respondeu ao pedido de
entrevista.
(CB)
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