São Paulo, domingo, 24 de maio de 2009

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Especialistas questionam força do Cade

DA REPORTAGEM LOCAL

A criação da BRF (Brasil Foods), formada a partir da união de Sadia e Perdigão, será o maior e mais importante julgamento antitruste já feito pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A orientação política do governo de apoiar a criação de grandes grupos nacionais e a contestação da Nestlé na Justiça para que a compra da Garoto fosse desfeita levantam questionamentos sobre a capacidade efetiva do Cade na defesa da concorrência.
A Folha ouviu vários especialistas que afirmam que o órgão não tem força política para evitar danos econômicos causados com a criação da BRF. Outros, no entanto, dizem que o trabalho do Cade é técnico, resistente a pressões.
"É natural, na economia da concorrência e dos mercados, que haja interesses políticos, mas é do desenho institucional da entidade colocar-se à margem dessas pressões", diz Lúcia Helena Salgado, professora da Uerj e ex-conselheira do Cade.
"O Cade aprendeu muito com os erros do passado e aprimorou seu trabalho, que está consolidado."
Para ela, o questionamento da Nestlé é natural e desejável, para que se crie jurisprudência no setor. É a mesma opinião do professor Arthur Barrionuevo Filho, da FGV, para quem qualquer decisão é passível de contestação.
Procurado, o Cade não respondeu ao pedido de entrevista. (CB)


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