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CURTO-CIRCUITO
AES deve US$ 750 mi
"Elétrica é problema bancário", diz Dilma
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
A ministra de Minas e Energia,
Dilma Rousseff, disse ontem em
Washington que as dívidas das
empresas do setor elétrico dos
EUA com bancos oficiais e privados no Brasil serão tratadas "da
mesma maneira que os americanos tratam a questão: como um
problema bancário".
A ministra fez a afirmação ao
comentar a divida não-paga de
US$ 750 milhões da AES com o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Questionada depois se o
mesmo valeria para as outras
companhias, respondeu: "De
uma forma geral, sim"".
Rousseff afirmou ainda que as
empresas estrangeiras da área de
petróleo que reclamam dos impostos para explorar óleo no Brasil não terão diferenciação em relação às outras atividades, mesmo
após a eventual aprovação da reforma tributária.
""Para nós, essa continuará sendo uma atividade de risco como
outra qualquer", disse.
Rousseff disse que a questão do
modelo regulatório no Brasil está
a ponto de ser resolvida -com
concessões para investimentos
associadas a contratos de compra
de energia- e que o governo
continuará privilegiando a geração a partir de hidrelétricas.
Segundo ela, outras fontes de
energia, como termelétricas, serão apenas complementares.
""Não vamos jogar fora o que está
aí, mas vamos interromper a
aventura em que se transformou
a tentativa de mudar a matriz elétrica brasileira de hidráulica para
térmica", afirmou.
Hoje, 95% da energia produzida
no Brasil é gerada em hidrelétricas. Nos Estados Unidos, por
exemplo, as termelétricas respondem por quase 60% da geração.
Segundo a ministra, a energia gerada em termelétricas é até 40%
mais cara.
Rousseff deu a entender que espera os maiores investimentos na
área de empresas de capital nacional altamente dependentes de
energia para suas operações.
A ministra brasileira participou
de reuniões ontem no Departamento de Energia dos EUA, onde
apresentou e discutiu parcerias na
área de biodiesel.
Segundo Rousseff, o governo
Lula quer montar um programa
de plantação e extração de óleo
combustível a partir da mamona.
A idéia é concentrar boa parte da
produção no semi-árido nordestino e aliar o programa a assentamentos de famílias sem-terra.
Os EUA já viabilizaram o biodiesel a partir da soja. O produto é
utilizado misturado ao óleo diesel
fóssil e aditivado. A mamona, segundo a ministra, tem a vantagem
de precisar de pouca água para ter
uma produção contínua.
"A idéia é produzir em pequenas propriedade e transformar o
produto em usinas cooperativadas no semi-árido", disse.
Segundo Rousseff, a Petrobras
está desenvolvendo o óleo a partir
da mamona e deverá fazer um
grande projeto-piloto no Rio
Grande do Norte para aferir custos. O óleo também poderá ser
utilizado na geração de energia
elétrica.
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