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São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

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CURTO-CIRCUITO

AES deve US$ 750 mi

"Elétrica é problema bancário", diz Dilma

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse ontem em Washington que as dívidas das empresas do setor elétrico dos EUA com bancos oficiais e privados no Brasil serão tratadas "da mesma maneira que os americanos tratam a questão: como um problema bancário".
A ministra fez a afirmação ao comentar a divida não-paga de US$ 750 milhões da AES com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Questionada depois se o mesmo valeria para as outras companhias, respondeu: "De uma forma geral, sim"".
Rousseff afirmou ainda que as empresas estrangeiras da área de petróleo que reclamam dos impostos para explorar óleo no Brasil não terão diferenciação em relação às outras atividades, mesmo após a eventual aprovação da reforma tributária.
""Para nós, essa continuará sendo uma atividade de risco como outra qualquer", disse.
Rousseff disse que a questão do modelo regulatório no Brasil está a ponto de ser resolvida -com concessões para investimentos associadas a contratos de compra de energia- e que o governo continuará privilegiando a geração a partir de hidrelétricas.
Segundo ela, outras fontes de energia, como termelétricas, serão apenas complementares. ""Não vamos jogar fora o que está aí, mas vamos interromper a aventura em que se transformou a tentativa de mudar a matriz elétrica brasileira de hidráulica para térmica", afirmou.
Hoje, 95% da energia produzida no Brasil é gerada em hidrelétricas. Nos Estados Unidos, por exemplo, as termelétricas respondem por quase 60% da geração. Segundo a ministra, a energia gerada em termelétricas é até 40% mais cara.
Rousseff deu a entender que espera os maiores investimentos na área de empresas de capital nacional altamente dependentes de energia para suas operações.
A ministra brasileira participou de reuniões ontem no Departamento de Energia dos EUA, onde apresentou e discutiu parcerias na área de biodiesel.
Segundo Rousseff, o governo Lula quer montar um programa de plantação e extração de óleo combustível a partir da mamona. A idéia é concentrar boa parte da produção no semi-árido nordestino e aliar o programa a assentamentos de famílias sem-terra.
Os EUA já viabilizaram o biodiesel a partir da soja. O produto é utilizado misturado ao óleo diesel fóssil e aditivado. A mamona, segundo a ministra, tem a vantagem de precisar de pouca água para ter uma produção contínua.
"A idéia é produzir em pequenas propriedade e transformar o produto em usinas cooperativadas no semi-árido", disse.
Segundo Rousseff, a Petrobras está desenvolvendo o óleo a partir da mamona e deverá fazer um grande projeto-piloto no Rio Grande do Norte para aferir custos. O óleo também poderá ser utilizado na geração de energia elétrica.


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