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SIDERURGIA
Arcelor, a maior do mundo no setor, quer injetar recurso na produção de peças para carros e virar sócia majoritária da CST
Gigante do aço vai investir US$ 1,4 bi no Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A siderúrgica européia Arcelor
pretende investir US$ 1,4 bilhão
no Brasil, segundo o presidente
da companhia, Guy Dollé, que esteve ontem com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Com cerca de
104 mil empregados e 26,6 bilhões de faturamento anual, a Arcelor é a maior produtora de aço
do mundo.
No Brasil, a Arcelor é dona de
69% da Vega do Sul, de 30% da
CST (Companhia Siderúrgica de
Tubarão), de 30% da Acesita e de
56% da Belgo-Mineira. No ano
passado, dos 44 milhões de toneladas de produtos produzidos pela Arcelor, 9 milhões foram no
Brasil.
O primeiro passo da expansão
da Arcelor no Brasil será um investimento de US$ 400 milhões
na Vega Sul, futura produtora e
exportadora de peças para carros.
A empresa começará a produzir
a partir do próximo mês. Deverá
chegar à produção plena, de 1,4
milhões de toneladas de produtos
siderúrgicos, somente no final do
ano que vem.
"Mesmo com as dificuldades
econômicas recentes, nós continuamos investindo no Brasil",
disse Dollé. "Queremos mostrar o
quanto acreditamos no desenvolvimento interno do país e no seu
potencial exportador", completou, durante entrevista coletiva na
embaixada francesa em Brasília,
antes do encontro com Lula.
Investimentos na CST
Além dos investimentos na Vega Sul, Dollé anunciou que seu
grupo pretende aplicar US$ 1 bilhão na CST a partir de 2006. Com
esse investimento, a Arcelor se
tornaria sócia majoritária da CST.
Segundo o presidente da empresa, o objetivo é ficar com 60% do
capital da CST.
"Nosso objetivo com esse investimento é exportar produtos siderúrgicos para os Estados Unidos e
para a Europa", afirmou Dollé.
No encontro com Lula, o empresário discutiu seus planos de
investimento no Brasil. A indústria siderúrgica brasileira é considerada uma das mais competitivas do mundo. Recentemente,
clientes do setor reclamaram da
falta de produtos no mercado interno e de aumentos abusivos de
preços.
Em reunião no Ministério do
Desenvolvimento, os industriais
do setor se comprometeram a garantir o abastecimento interno.
O Brasil não é o único país em
desenvolvimento que deve receber investimento da Arcelor. A
maior siderúrgica do mundo estuda um investimento de US$ 800
milhões na China com a Nippon
Steel.
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