UOL


São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SIDERURGIA

Arcelor, a maior do mundo no setor, quer injetar recurso na produção de peças para carros e virar sócia majoritária da CST

Gigante do aço vai investir US$ 1,4 bi no Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A siderúrgica européia Arcelor pretende investir US$ 1,4 bilhão no Brasil, segundo o presidente da companhia, Guy Dollé, que esteve ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com cerca de 104 mil empregados e 26,6 bilhões de faturamento anual, a Arcelor é a maior produtora de aço do mundo.
No Brasil, a Arcelor é dona de 69% da Vega do Sul, de 30% da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), de 30% da Acesita e de 56% da Belgo-Mineira. No ano passado, dos 44 milhões de toneladas de produtos produzidos pela Arcelor, 9 milhões foram no Brasil.
O primeiro passo da expansão da Arcelor no Brasil será um investimento de US$ 400 milhões na Vega Sul, futura produtora e exportadora de peças para carros.
A empresa começará a produzir a partir do próximo mês. Deverá chegar à produção plena, de 1,4 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, somente no final do ano que vem.
"Mesmo com as dificuldades econômicas recentes, nós continuamos investindo no Brasil", disse Dollé. "Queremos mostrar o quanto acreditamos no desenvolvimento interno do país e no seu potencial exportador", completou, durante entrevista coletiva na embaixada francesa em Brasília, antes do encontro com Lula.

Investimentos na CST
Além dos investimentos na Vega Sul, Dollé anunciou que seu grupo pretende aplicar US$ 1 bilhão na CST a partir de 2006. Com esse investimento, a Arcelor se tornaria sócia majoritária da CST. Segundo o presidente da empresa, o objetivo é ficar com 60% do capital da CST.
"Nosso objetivo com esse investimento é exportar produtos siderúrgicos para os Estados Unidos e para a Europa", afirmou Dollé.
No encontro com Lula, o empresário discutiu seus planos de investimento no Brasil. A indústria siderúrgica brasileira é considerada uma das mais competitivas do mundo. Recentemente, clientes do setor reclamaram da falta de produtos no mercado interno e de aumentos abusivos de preços.
Em reunião no Ministério do Desenvolvimento, os industriais do setor se comprometeram a garantir o abastecimento interno.
O Brasil não é o único país em desenvolvimento que deve receber investimento da Arcelor. A maior siderúrgica do mundo estuda um investimento de US$ 800 milhões na China com a Nippon Steel.


Texto Anterior: Curto-circuito: "Elétrica é problema bancário", diz Dilma
Próximo Texto: Análise: Fed deverá cortar juro para "blindar" os EUA
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.