São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2005

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MERCADO ABERTO

Economia está mais forte, diz analista

O não-contágio da crise política nos mercados financeiros desde a eclosão dos casos de corrupção, em maio, indica que a economia brasileira está mais preparada para receber choques do que no passado recente. A análise é de Celso Toledo, da MCM Consultores.
Ele lembra que, nos últimos meses, "os mercados têm absorvido com relativa tranqüilidade eventos que costumavam provocar maior volatilidade", caso dos "choques" do petróleo desde o ano passado, da montanha-russa na relação entre o dólar e o euro e das incertezas com o rumo da política monetária americana.
Essa "indiferença" dos mercados em relação ao que se passa no mundo e em Brasília não deriva de irracionalidade, afirma Toledo. Ele defende que a economia brasileira progrediu e cita fatores como o abandono do câmbio fixo ou controlado, a adoção de metas de inflação, avanços nas reformas estruturais e, principalmente, amadurecimento institucional, exemplificado com a transição eleitoral de 2002.
Segundo ele, quando o debate se atém ao curtíssimo prazo, é possível questionar se o juro subiu demais ou se o sistema de metas deveria ser aperfeiçoado. Mas, quando se abandona o curto prazo, afirma, "é forçoso reconhecer que o país se beneficia de uma inflação controlada".
Embora considere relevante avaliar se o estrago causado pelos juros elevados sobre a oferta agregada foi excessivo, Toledo diz que nem tudo é ruim nos últimos dados. Ele exemplifica que, em abril, a construção civil consolidou um movimento de retomada na margem, enquanto as importações de bens de capital encontram-se em patamar significativamente superior ao de 2004. "É precipitado dizer, com base nos indicadores existentes, que a economia vai parar."

RAÇÃO DO ORIENTE
A sul-coreana CJ Corporation escolheu Piracicaba, no interior de São Paulo, para investir US$ 500 milhões em uma fábrica de insumos para ração animal. A escolha se deve ao acesso à infra-estrutura e à matéria-prima. A primeira etapa da fábrica deve entrar em operação em 2007.

PRORROGADO
Com algumas mudanças, o BNDES aprovou ontem, em reunião de diretoria, a prorrogação até 31 de dezembro do programa de financiamento de capital de giro, o Progeren, lançado em julho do ano passado e cuja extinção estava prevista para 30 de junho. O programa só se destina agora às micro (faturamento anual de até R$ 1,2 milhão), pequenas (de até R$ 10 milhões) e médias empresas (até R$ 60 milhões). As microempresas terão direito a um empréstimo de, no máximo, R$ 100 mil, as pequenas, R$ 500 mil, e as médias, R$ 4 milhões. Para terem acesso aos recursos, as companhias precisam se comprometer a aumentar a produção e o emprego. Caso consigam, os juros serão de 4,5% ao ano. Se não conseguirem, os juros passam a 9% ao ano.

CONTRARIADO
Antonio Palocci (Fazenda) nega, mas não ficou nada satisfeito com a escolha de Dilma Rousseff para a Casa Civil.

LUZ RESPONSÁVEL
Um estudo da CBIEE (Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica), com base em dados de geradoras e distribuidoras, foi reunido em livro. "Responsabilidade Social e os Investidores Privados no Setor Elétrico - Uma Metodologia de Gestão Sustentável dos Investimentos Sociais" acaba de ser lançado.

PRÊMIO RECICLADO
A AmBev vai lançar um prêmio nacional de reciclagem. Serão contempladas iniciativas de reaproveitamento de materiais. Entre as categorias estão obra de arte, ONG, cooperativa de reciclagem, trabalho estudantil e reportagem. A premiação deve ocorrer no segundo semestre.

ASSUNTO ELÉTRICO
Inadimplência e furto de energia serão discutidos em encontro da Abradee (distribuidoras) e da Escola Paulista de Magistratura, na próxima semana, em São Paulo. Jerson Kelman (Aneel), Erenice Guerra (Minas e Energia) e Luiz Carlos Guimarães (Abradee) foram convidados.

NO AMAZONAS
O luxuoso barco-hotel Grand Amazon, do grupo espanhol Iberostar, vai levar 200 turistas para conhecer a região Norte do país, com o patrocínio da Coca-Cola. A empresa apóia o Festival Folclórico de Parintins, que começa hoje. A festa envolve recursos superiores a R$ 3,5 milhões.


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