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reino unido
Cancelamento pega turistas de surpresa
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
O constante cancelamento
de vôos da Varig continua a
pegar passageiros de surpresa, principalmente aqueles
que estão no exterior, apesar
de a empresa afirmar que
tem avisado a todos os que
têm bilhetes sobre as suspensões em certos trechos.
Ontem, quando 24 dos 34
vôos internacionais programados pela companhia foram cancelados, inúmeros
viajantes que acorreram ao
balcão da Varig no aeroporto
de Heathrow, em Londres,
descobriram que suas viagens iriam se prolongar no
mínimo até amanhã -a empresa cancelou sua partida
diária para o Brasil desde anteontem e só pretende retomá-la no domingo.
O grau de surpresa dos
passageiros variava. Os menos irritados eram os que
moram em Londres, como o
paraense Sidney Lima, 28,
que estava indo passar férias
no Brasil. Ele já havia perdido seu vôo de anteontem por
cancelamento e foi instalado
em um hotel, como os demais passageiros que ficaram em terra. "Consegui ser
realocado em um vôo da TAP
que sai amanhã [hoje]", explicou.
Alguns foram surpreendidos no meio de uma viagem,
como o lutador Carlos Holanda, 25, que voltava de uma
temporada no Japão e, após
12 horas de trajeto, deveria
ter pego o vôo da Varig de ontem como escala antes de
chegar ao Brasil.
Ele ficou preso em Londres, mas tentou levar na esportiva: "Tem que rir para
não chorar. Vou ver se aproveito para conhecer um pouco a cidade, nesse dia em que
ficarei aqui", disse.
Outros não receberam
com o mesmo bom humor,
como um grupo brasileiro
que vinha da Alemanha, onde assistiu aos três jogos do
Brasil na primeira fase, e
também foi surpreendido
pela suspensão da escala.
Liderados por um executivo de São Paulo, que preferiu
não se identificar, eles haviam voado de Düsseldorf
para Londres pela Lufthansa
e pegariam o vôo da Varig na
capital inglesa, com destino
ao Brasil.
Como a companhia brasileira não avisou a alemã sobre o cancelamento, as malas
do grupo ficaram presas e só
poderiam ser resgatadas no
Brasil. "O pessoal de terra é
muito solícito, estão tentando ajudar, o problema são as
pessoas que comandam a
empresa, só tem bandido lá",
afirmou o empresário.
As tentativas da Varig de
realocar os passageiros de
seus vôos cancelados em
aviões de outras companhias
esbarrou na falta de vagas.
Em casos extremos, como o
do mineiro Rafael Passos, 27,
que tinha passagem marcada
para ontem e precisava retornar porque seu visto venceria hoje, foram adotadas
soluções igualmente extremas: ele faria o trajeto Londres - São Paulo pela South
African Airlines, com escala
em Johannesburgo, na África do Sul. Lá, precisaria esperar um dia e pagar o hotel de
seu próprio bolso, para tentar ser ressarcido depois.
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