São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2008

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Cyrela paga R$ 1,5 bi pela Agra e amplia liderança

Incorporadoras terão R$ 30 bi em estoque de terrenos

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

Maior incorporadora do país, a Cyrela Brazil Realty vai pagar cerca de R$ 1,5 bilhão pela Agra Empreendimentos Imobiliários. Pelo acordo, selado no final de semana, cada ação da Agra vai ser paga com 0,425 papel da Cyrela. "É a primeira consolidação do setor imobiliário entre empresas de capital aberto", afirmou Luís Largman, diretor de Relações com Investidores da Cyrela.
O valor representa um prêmio de 18% sobre a cotação média das ações da Agra nos últimos 60 dias, mas chega a 48% se for considerado o preço dos papéis apenas na sexta-feira.
Juntas, as incorporadoras terão estoque de terrenos avaliado em R$ 30 bilhões e um VGV (Volume Geral de Vendas) com lançamentos neste ano de R$ 10 bilhões com parceiros -65% são exclusivos das empresas.
Os acionistas da Agra terão 13,5% dos papéis da Cyrela, sem considerar nessa conta os 19% que a Cyrela tinha do capital da Agra. Antes do IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) da Agra, em abril do ano passado, esse montante era de 42,5%. A previsão é que em agosto a empresa deixe de ser listada na Bovespa.

Marca
Segundo Luiz Roberto Horst, presidente da Agra, ainda não foi decidido se a marca será mantida em um segmento ou região ou se vai desaparecer.
A Cyrela, que já era a maior empresa do mercado imobiliário no segmento de empreendimentos residenciais do país, está presente em 17 Estados, com liderança no Sudeste. Agora passa a ter destaque também no Nordeste, com a incorporação do estoque de terrenos de R$ 11 bilhões da Agra -sendo 40% nessa região. Dos R$ 2,1 bilhões de potencial de vendas dos lançamentos deste ano da Agra, Salvador responde por cerca de R$ 500 milhões.
Além dos ativos, a Cyrela também incorporou a equipe de executivos da Agra.
Os papéis da Agra subiram 31,78% ontem na Bolsa de Valores de São Paulo, fechando a R$ 8,50. Já os da Cyrela terminaram o dia a R$ 21,89, com queda de 2,49%.
Para Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o momento é propício para o negócio devido ao "superaquecimento" do mercado imobiliário brasileiro.


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