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Custo da dívida pública tem recuo em maio
Resultado no mês ocorreu devido à queda da inflação e dos juros e à desvalorização do dólar ante o real
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A melhora dos indicadores
de inflação, câmbio e juros levou à redução dos custos da dívida pública federal em maio.
Os juros médios pagos no mês
passado foram de 14,36% ao
ano -em abril, haviam sido de
15,13% ao ano.
A redução de 0,77 ponto do
custo médio da dívida ocorreu
principalmente porque o dólar
se desvalorizou em 9,4% em relação ao real. Embora a dívida
indexada ao câmbio seja pequena, a variação fez diferença no
juros pagos pelo Tesouro Federal. A inflação medida pelo
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e os
juros básicos (Selic) também
caíram no mês passado.
"A redução da taxa básica de
juros obviamente teve impacto
no custo menor da dívida pública. Mas os vários indicadores
que compõem os títulos públicos também tiveram melhora",
afirmou o coordenador-geral
de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras.
Segundo Pedras, os juros que
serão pagos no futuro pelos títulos emitidos no mês passado
também caíram, cerca de 0,5
ponto. Ele crê que essa redução
foi possível graças à perspectiva de redução da Selic e de melhora da economia brasileira.
A rentabilidade de cada título
vendido pelo Tesouro Nacional
é composto por um indicador
(Selic, inflação ou câmbio),
mais uma taxa de juros. No caso
dos prefixados, o rendimento é
definido no momento da emissão, por isso independe da variação dos indexadores.
No mês passado, a dívida pública federal somou R$ 1,388
trilhão -R$ 4 bilhões a menos
que em abril, uma diferença de
0,31%. Apesar do aumento da
dívida em maio, o valor é menor se comparado com o nível
do final do ano passado, de
R$ 1,397 trilhão.
A dívida externa caiu, beneficiada pela valorização do real
em comparação com o dólar.
Como essa dívida aparece nas
estatísticas em reais, sempre
que a moeda nacional se valoriza, o estoque de dívida externa
cai. Em maio, a redução foi de
6,70% em comparação com
abril, para R$ 114 bilhões.
A dívida interna aumentou
1% no mês passado em comparação com abril, para R$ 1,274
trilhão, por causa da despesa
com juros de R$ 10,03 bilhões e
da emissão de novos papéis em
valor R$ 2,45 bilhões maior do
que os resgates.
Mesmo com a redução da Selic, em maio aumentou a participação dos títulos indexados à
taxa básica de juros para
39,24% do total da dívida interna. No mês anterior, esses papéis representavam 37,06% do
total da dívida.
A participação dos títulos
prefixados passou de 28,51%
para 29,83%. Os títulos que
perderam espaço na composição da dívida total foram os indexados à inflação, de 30,59%
para 28,44%.
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