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Arrecadação da Previdência cresce 8% e bate recorde
Desempenho melhora após retomada do emprego formal; despesas, no entanto, também têm alta
EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
A arrecadação da Previdência Social somou R$ 14,4 bilhões em maio, maior valor da
série histórica, iniciada em
1995. Trata-se de alta de 8% sobre maio do ano passado e de
1,6% sobre abril. A comparação
não considera os meses de dezembro, quando o resultado
praticamente dobra influenciado pelo recolhimento da contribuição sobre o 13º salário.
Com o recorde, o déficit previdenciário -diferença entre
arrecadação e despesas- apresentou queda pela primeira vez
em 2009, na comparação com o
mesmo mês do ano passado.
O déficit (R$ 2,739 bilhões)
está 12% abaixo do registrado
em abril e 5,6% menor que o de
maio do ano passado.
A arrecadação da Previdência havia registrado forte queda
nos meses de janeiro e fevereiro, por causa da crise, mas se estabilizou na casa dos R$ 14 bilhões nos meses seguintes,
quando houve também recuperação no emprego formal.
Por outro lado, as despesas
no mês passado somaram R$
17,1 bilhões, aumento de 5,5%
no ano e queda de 0,9% em relação a abril.
"Estamos recuperando as
nossas receitas e, ao mesmo
tempo, equilibrando as nossas
despesas", disse o secretário de
Previdência Social, Helmut
Schwarzer.
A arrecadação foi influenciada, entre outros fatores, pelo
aumento do emprego formal
no mês anterior e pela recuperação de créditos acima da média histórica, principalmente
em relação a depósitos judiciais. A recuperação de créditos
foi de R$ 1,14 bilhão.
"A sinalização para julho é
que os números serão também
bastante positivos, até porque
geramos 131 mil empregos em
junho", disse o ministro da Previdência, José Pimentel.
No acumulado do ano, o déficit nas contas da Previdência
Social cresceu 10,4%, para R$
18,1 bilhões, ante o mesmo período do ano passado -diferença de R$ 58,5 bilhões de arrecadação e R$ 86,6 bilhões de despesa. O percentual é menor que
o verificado até abril, de 14%, o
que indica melhora nas contas
da Previdência. Para o ano, o
governo prevê um déficit de R$
42,1 bilhões.
Em relação aos trabalhadores na área urbana, o déficit
acumulado no ano está em R$
2,61 bilhões, crescimento de
12%. A Previdência rural, por
sua vez, registrou déficit de R$
15,5 bilhões, avanço de 10,1%.
Em maio, 69,3% dos benefícios pagos pela Previdência
possuíam valor de até um salário mínimo, o que representa
18,3 milhões de beneficiários
que ganham o piso do INSS ou
benefícios ainda menores.
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