São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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Chevron mira pré-sal e planeja investir US$ 5 bi no Brasil

Petrolífera americana diz ter interesse em explorar campos de águas profundas, mesmo sob novo modelo

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A gigante petrolífera norte-americana Chevron investirá US$ 5 bilhões nos próximos anos no desenvolvimento de cinco campos de petróleo e gás dos quais é sócia e em novos projetos que busca na área de exploração e produção.
Os recursos podem ser destinados também ao pré-sal, desde que o novo marco regulatório em gestação pelo governo "não seja muito restritivo", segundo o presidente da companhia no Brasil, George Buck.
O executivo disse que a empresa está acostumada a operar no regime de partilha de produção e que tem interesse nas reservas do pré-sal.
O governo deve anunciar tal sistema para os campos do pré-sal, em águas profundas. Pelo modelo, será criada uma empresa 100% estatal que irá subcontratar companhias de petróleo, que receberão uma parcela do óleo produzido em troca da operação dos campos. A outra fatia fica com o Estado como forma de remuneração.
Buck disse que a Chevron avaliará tanto a oportunidade de negócio de cada uma das áreas exploratórias como as especificidades do novo marco regulatório antes de definir seus investimentos no país.
"Se não ficar muito restritivo [o novo modelo para o pré-sal], vamos investir no Brasil. Mas é importante que não seja muito restritivo", disse Buck.
O executivo elogiou o atual modelo de concessões das áreas de exploração, que, segundo ele, assegurou o crescimento do setor no país.
Buck afirmou ainda não temer a provável migração do atual sistema para o de partilha -usado em países como Angola e Indonésia, onde a Chevron também produz petróleo. "O governo vem se posicionando bem e demonstra ter interesse em atrair os investimentos."
Com uma produção global de 2,7 milhões de barris de petróleo por dia, a Chevron iniciou no dia 20 a extração de óleo e gás no Brasil a partir do campo de Frade, na bacia de Campos, que já consumiu investimentos de US$ 3 bilhões.
Sócia majoritária do projeto com 51,7%, a petroleira americana tem como parceiras a Petrobras (30%) e um consórcio japonês (18,3%). A Chevron opera uma plataforma com capacidade de 100 mil barris/dia em Frade.
A empresa conta ainda com participações em mais quatro concessões de campos na bacia de Campos -duas operadas pela Petrobras e outras duas pela Shell, que são responsáveis pela condução de todas as atividades de exploração e produção nessas áreas.


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