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EUA veem ação desleal da China e recorrem à OMC
Governo americano, ao lado da UE, critica restrição ao acesso a matérias-primas
País restringe exportações
de produtos como bauxita e
zinco; medida, dizem EUA,
favorece indústria chinesa
e eleva preços no mercado
DA REDAÇÃO
Em um momento em que os
países aumentam as medidas
protecionistas para defender
suas economias, os Estados
Unidos, em conjunto com a
União Europeia, ingressaram
com uma reclamação contra a
China na OMC (Organização
Mundial do Comércio), na primeira ação desse tipo realizada
pelo governo norte-americano
desde que Barack Obama assumiu o poder, em janeiro.
Os EUA reclamam que a China impôs uma série de restrições à exportação de matérias-primas como bauxita, coque,
manganês, magnésio e zinco,
favorecendo a indústria do país
asiático. Essa restrição (como
cotas de exportação) traz duas
grandes desvantagens para os
produtores estrangeiros, dizem
os EUA: 1) diminui o acesso a
esses materiais; e 2) faz com
que os preços desses itens subam nos mercados internacionais, ao mesmo tempo em que
os industriais chineses têm
acesso ao mesmo produto por
uma cotação mais baixa.
"Nós estamos profundamente preocupados com o que parece ser uma política consciente para criar vantagens injustas
para as indústrias chinesas que
usam essas matérias-primas.
Agora, mais do que nunca, temos que lutar contra esse tipo
de favoritismo doméstico",
afirmou o chefe do USTr (espécie de Ministério do Comércio
Exterior americano), Ron Kirk.
As reclamações dos EUA não
são novas -o país vem discutindo a questão com a China há
mais de dois anos-, mas a decisão de levar o caso para a OMC
foi acelerada pela recessão norte-americana, que já consumiu
milhões de postos de trabalho.
O primeiro passo da reclamação na OMC é uma consulta
formal e, se as partes não resolverem o assunto em 60 dias,
poderá ser estabelecido um
painel de disputa no órgão.
A ação também é um reflexo
do aumento de medidas protecionistas adotadas pelos países
para proteger a indústria local
neste período de crise global.
Em março, o Banco Mundial
disse que 17 dos 20 integrantes
do G20 (grupo que reúne as
maiores economias mundiais),
entre eles o Brasil, adotaram
medidas protecionistas desde
novembro do ano passado,
quando prometeram não recorrer a ações para dificultar o
comércio com os outros países.
Os Estados Unidos, por
exemplo, adotaram o "Buy
American" (compre produto
norte-americano), a controversa cláusula no pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões que exige que o ferro, o
aço e os bens manufaturados
das obras do plano sejam fabricados no país. Em contrapartida, a China criou o "Buy Chinese" para o seu pacote de US$
585 bilhões, em que também
protege a indústria local.
Kirk, quando foi sabatinado
para o comando do USTr pelo
Senado dos EUA, em março,
disse que Brasil, China e Índia
não podiam reclamar do "Buy
American", já que adotam políticas semelhantes.
Com o "Financial Times"
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