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Brasil proporá acordos bilaterais para regular operação financeira
DO ENVIADO ESPECIAL A PARIS
O Brasil levará à primeira
reunião do CEF (Comitê de Estabilidade Financeira) um plano para aumentar a transparência e a troca de informações
nos mercados mundiais de derivativos. Segundo o presidente
do BC, Henrique Meirelles, a
ideia é criar regras para avaliar
os riscos das operações de empresas e bancos no exterior.
Como a criação de um sistema global de controle dos derivativos ainda é considerada
uma meta de longo prazo, Meirelles irá propor em Basileia
(Suíça), onde ocorrerá o encontro do CEF, o estabelecimento
de acordos bilaterais como um
primeiro passo.
O mecanismo de alerta já havia sido delineado por Meirelles na Suíça na reunião anterior do BIS (Banco de Compensações Internacionais, na sigla
em inglês). No sábado, a proposta será formalizada por
Meirelles, que dará início à costura dos acordos bilaterais para
a troca de dados.
Meirelles sugere um modelo
parecido com o brasileiro, com
o fortalecimento do mecanismo de contrapartes e a centralização do controle das operações. Hoje, muitas das operações realizadas por empresas
brasileiras no exterior escapam
ao controle do BC. Para Meirel-les, a criação de regras globais
complementará o sistema de
controle já existente no Brasil.
"O que nos falta é justamente
o que vamos discutir agora no
comitê, que é o controle sobre
as operações no exterior, entre
companhias brasileiras e bancos estrangeiros. Elas afetam os
mercados brasileiros, por isso
precisam ser endereçadas com
rigor", afirmou.
Além das discussões no CEF,
Meirelles participará de hoje a
domingo, em Basileia, de várias
reuniões sobre o estado atual
da economia global.
Em um encontro paralelo,
ele pretende conversar com os
presidentes dos BCs de China,
Rússia e Índia sobre a possibilidade de substituir o dólar por
outra moeda no comércio entre
eles, proposta discutida na semana passada no primeiro encontro de cúpula do Bric.
(MARCELO NINIO)
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