São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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Brasil proporá acordos bilaterais para regular operação financeira

DO ENVIADO ESPECIAL A PARIS

O Brasil levará à primeira reunião do CEF (Comitê de Estabilidade Financeira) um plano para aumentar a transparência e a troca de informações nos mercados mundiais de derivativos. Segundo o presidente do BC, Henrique Meirelles, a ideia é criar regras para avaliar os riscos das operações de empresas e bancos no exterior.
Como a criação de um sistema global de controle dos derivativos ainda é considerada uma meta de longo prazo, Meirelles irá propor em Basileia (Suíça), onde ocorrerá o encontro do CEF, o estabelecimento de acordos bilaterais como um primeiro passo.
O mecanismo de alerta já havia sido delineado por Meirelles na Suíça na reunião anterior do BIS (Banco de Compensações Internacionais, na sigla em inglês). No sábado, a proposta será formalizada por Meirelles, que dará início à costura dos acordos bilaterais para a troca de dados.
Meirelles sugere um modelo parecido com o brasileiro, com o fortalecimento do mecanismo de contrapartes e a centralização do controle das operações. Hoje, muitas das operações realizadas por empresas brasileiras no exterior escapam ao controle do BC. Para Meirel-les, a criação de regras globais complementará o sistema de controle já existente no Brasil.
"O que nos falta é justamente o que vamos discutir agora no comitê, que é o controle sobre as operações no exterior, entre companhias brasileiras e bancos estrangeiros. Elas afetam os mercados brasileiros, por isso precisam ser endereçadas com rigor", afirmou.
Além das discussões no CEF, Meirelles participará de hoje a domingo, em Basileia, de várias reuniões sobre o estado atual da economia global.
Em um encontro paralelo, ele pretende conversar com os presidentes dos BCs de China, Rússia e Índia sobre a possibilidade de substituir o dólar por outra moeda no comércio entre eles, proposta discutida na semana passada no primeiro encontro de cúpula do Bric.
(MARCELO NINIO)


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