São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2006

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MERCADO ABERTO

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Cai a participação de imóveis financiados

Apesar do atual vigor do mercado imobiliário e da disponibilidade de crédito para o setor, o Brasil vem sofrendo uma queda constante na participação dos imóveis próprios ainda sendo pagos (financiados) em relação ao total de domicílios no país.
Em 1995, os imóveis financiados representavam 8% do total de domicílios das principais regiões metropolitanas do país. Já em 2004, essa participação caiu para 4,7%.
Segundo estudo elaborado pela GV Consult para o setor da construção civil com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de imóveis próprios no Brasil cresceu 3,9% ao ano, em média, entre 1995 e 2004.
No período, os imóveis financiados decresceram a uma taxa média de 2,3% ao ano. Ao mesmo tempo, os imóveis alugados aumentaram 2,2% ao ano.
Segundo o economista Euclides Pedrozo, da FGV-SP, dois fatores podem estar por trás da diminuição dos financiamentos: a elevação do custo da prestação advinda tanto do aumento dos juros quanto do racionamento do crédito, principalmente entre 1998 e 2001, e a queda na renda familiar.
A diminuição no financiamento acabou sendo compensada, em grande parte, por uma maior oferta, a preços menores, de imóveis alugados.
Entre 1995 e 2004, houve um crescimento real (acima da inflação) de 29,8% no valor médio das prestações mensais dos financiamentos. No mesmo período, o valor médio do aluguel teve queda real de 36,8%.
O estudo mostra ainda que, enquanto a despesa média com aluguéis permaneceu constante no período (em torno de 30% dos gastos médios familiares, apesar da queda na renda), os desembolsos com prestações subiram significativamente.
Em 1995, as despesas com as prestações de financiamentos representavam cerca de 12% da renda domiciliar total. Em 2004, o percentual ficou em 23%. Um ano antes, chegou a atingir um pico de 26%.

SÉCULO DE LUZ
Uma das maiores empresas do setor de iluminação no Brasil, a alemã Osram faz cem anos em 2006 e aposta em novos produtos. Ela investe cerca de 5% do faturamento em pesquisa, desenvolvimento e criação. Sua mais recente aposta mundial, e que inclui o Brasil, é um aparelho portátil de iluminação, multifuncional, que comemora o centenário. Quanto à indústria doméstica, o presidente da Osram no país, Roger Michaelis, avalia que a regulamentação do setor ainda não está consolidada, o que deixa espaço para a entrada de produtos de baixa qualidade.

ALTA FIDELIDADE
O flerte entre a LG e a Blockbuster Brasil deu numa parceria entre as duas empresas para aumentar a venda de eletroeletrônicos da LG nas videolocadoras. A Blockbuster, que já vende eletrônicos relacionados a entretenimento doméstico, inclusive de outras marcas, passará a ofertar exclusivamente os produtos da marca parceira. O acordo, que tem duração de um ano, também consiste em ações promocionais que, segundo Eduardo Toni, diretor de marketing da LG, devem ser lançadas em setembro. A empresa espera duplicar suas vendas com o novo canal.

DESIGN
Acontece de 16 a 20 de agosto, no Complexo Ohtake Cultural, a Paralela Gift. A décima edição da feira de design terá um andar inteiro para projetos do Sebrae. A expectativa é movimentar R$ 4 milhões. Na última edição da feira, em março, a expectativa de negócios foi superada em 17%.

AVENTURA
Acontece entre os dias 23 e 27 de agosto a oitava edição da Adventure Sports Fair. Neste ano, 80% dos expositores são pequenas e médias empresas. A organização espera movimentar R$ 90 milhões. De acordo com o Ministério de Turismo, o segmento de aventura cresce 15% ano ano.

COOPERAÇÃO
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, será um dos palestrantes da conferência sobre cooperação ambiental entre Brasil e EUA, em setembro, em Nova York. Entre os assuntos que devem ser abordados, está a busca por fontes alternativas de energia. Cerca de 70 empresários brasileiros devem participar do evento, organizado pelo Fórum das Américas e pela Associação das Nações Unidas.

DOMINICANA
Uma delegação do governo da República Dominicana se encontra com Paulo Skaf e empresários brasileiros na Fiesp, na próxima quinta-feira, para discutir negócios e investimentos. O grupo é comandado pelo secretário de Estado e diretor do Centro de Exportações e Investimento da República Dominicana, Eddy Martinez, e pelo embaixador do país no Brasil, Manuel Morales Lama. São pontos de atenção setores como a indústria de calçados, a têxtil, a siderurgia e os transportes.

MODELO BRASILEIRO
Conhecida por trazer para o mercado de escritórios corporativos do Brasil o padrão norte-americano, a Tishman Speyer fará o caminho inverso dentro do segmento de imóveis residenciais. O presidente da companhia no Brasil, Daniel Citron, será consultor do Infinity, empreendimento formado por duas torres de 624 apartamentos, em San Francisco, Califórnia.

PREJUÍZO NO CELULAR
A Vivo teve prejuízo líquido de R$ 493,1 milhões no segundo trimestre deste ano, uma perda 175% maior do que o registrado nos três primeiros meses do ano e 95,1% maior que o período de 2005. As fraudes e contestações de ligações foram citadas pela empresa como causas do prejuízo.

TENDÊNCIAS
A ESPM promoverá, de 26 a 28 de julho, o Simpósio Internacional de Administração e Marketing, em SP. No evento serão discutidas as tendências das economias emergentes, da internacionalização de empresas brasileiras e sua participação no mercado global.

CARTÃO ANIMADO
O Banco Real lança seu primeiro cartão associado à Disney, batizado de "Cartão Presente Banco Real Piratas do Caribe -O Baú da Morte". O plástico terá personagens estampados e poderá ser adquiridos em três versões: R$ 30, R$ 50 e R$ 100. O banco espera vender mais de 100 mil unidades.

AMÉRICA
O presidente do Ohio Port Autority, Tracy Drake, reúne-se com Paulo Skaf, hoje, em SP. De terça a sexta, Drake falará para mais de cem empresários sobre como usar incentivos do governo americano para se instalar no vale do rio Ohio e sobre a logística para colocar produtos brasileiros nos EUA por meio das cadeias locais.

justiça

Faltam oficiais em São Paulo, diz associação

Estão faltando oficiais de Justiça no Estado de São Paulo, segundo informa Yvone Barreiros Moreira, presidente da associação paulista que reúne essa categoria profissional.
Existem 8.000 oficiais no Estado de São Paulo. Nos cálculos da associação, mais 3.600 oficiais precisam ser contratados já para dar conta das diligências solicitadas nos processos que estão na Justiça.
"Mas não aceito que um oficial de Justiça leve mais do que seis meses para achar uma pessoa para citá-lo em processo. Eu, quando atuava como oficial de Justiça, demorei no máximo um mês para cumprir uma diligência", afirma.
A presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo diz que, além do excesso de mandados, os oficiais estão tendo de enfrentar o que ela considera "uma fraude" nos processos que estão na Justiça.
"Empresários, latifundiários e até bancos estão pedindo que o processo corra na Justiça gratuita. O pior é que os juízes estão liberando isso, o que resulta num excesso de mandados que traz despesas para os oficiais de Justiça, isso é uma verdadeira fraude", diz.


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