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Fundo agressivo escapa de turbulência
De meados de maio até 19 deste mês, os multimercados alavancados renderam 3,56%, contra 2,7% dos DI e de renda fixa
Aplicações, consideradas
de risco, têm a possibilidade
de provocar perdas
maiores do que o seu
próprio patrimônio
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Aplicar dinheiro em fundos
mais agressivos foi o que rendeu os melhores resultados aos
investidores no período de turbulência que balançou o mercado financeiro global nos últimos dois meses.
Os fundos conhecidos como
multimercados alavancados,
sem renda variável, conseguiram se destacar e dar rentabilidades superiores às aplicações
consideradas portos seguros,
como fundos DI e de renda fixa.
Desde quando começou o período de volatilidade, em meados de maio, até o último dia 19,
os multimercados alavancados
sem renda variável conseguiram render, na média, 3,56%.
Os fundos DI e de renda fixa deram retorno próximo de 2,7%
no período. Há fundos multimercados com rentabilidade
bem acima da média nesse período de turbulência. O Multimercado Centauro, do Bradesco, é um deles: subiu 15,62% no
período analisado.
Os multimercados são fundos aptos a aplicar em diferentes segmentos do mercado financeiro: juros, câmbio, mercado futuro, dívida externa,
renda variável e outros. Entre
os multimercados, há os alavancados.
Um fundo é considerado alavancado sempre que há a possibilidade de registrar perdas
maiores que seu patrimônio.
Em outras palavras, alavancar
uma aplicação significa investir
em operações de risco que podem chegar a ser superior a seu
patrimônio.
Por isso, o investidor deve tomar cuidado e buscar uma instituição financeira de confiança para aplicar em um fundo
alavancado, pois, se as escolhas
do gestor forem equivocadas,
as perdas podem causar estragos consideráveis.
Levantamento do site Fortuna -especializado no acompanhamento do mercado de fundos de investimento- mostra
que os multimercados se destacam em 2006 na categoria captação de recursos.
Considerando a diferença
entre o dinheiro sacado e o aplicado, os multimercados registram captação líquida de R$
12,34 bilhões no ano. Em segundo lugar, estão os tradicionais fundos de renda fixa, com
R$ 11,15 bilhões. Os fundos de
ações registram captação de R$
1,25 bilhão em 2006.
"Com as turbulências atuais,
que derrubaram a Bolsa, é normal que uma parcela dos investidores se assuste e venda ações
para migrar para outras aplicações, como os multimercados",
afirma Luiz Antonio Vaz das
Neves, diretor da corretora
Planner.
Segundo estatísticas da Anbid (Associação Nacional dos
Bancos de Investimento), os
multimercados contam hoje
com patrimônio líquido de R$
153,6 bilhões -ou quase 19% de
toda a indústria de fundos. Como tamanho de categoria, fica
atrás apenas dos fundos de renda fixa (patrimônio de R$ 331,1
bilhões) e dos fundos DI (patrimônio de R$ 167,6 bilhões).
Os fundos de renda fixa e DI
são compostos por títulos públicos e privados que pagam taxas de juros, prefixadas ou pós-fixadas, dependendo do perfil
da aplicação.
Ativos
Como os multimercados permitem que seus gestores apliquem em diferentes segmentos
do mercado financeiro, exigem
deles uma maior ação. Esses
gestores têm de ser mais ativos,
buscando em operações que
englobam até o mercado futuro
formas de fazer o capital do investidor render mais.
Assim, os resultados dos fundos variam bastante, dependendo da habilidade do gestor
para antecipar as boas oportunidades de retorno que há no
mercado.
Uma parcela dos multimercados, os "com renda variável",
não teve um bom retorno médio entre meados de maio e a
semana passada, registando
perda de 0,71% no período.
Renda variável se refere basicamente a aplicações em ações.
Se comparado ao resultado
do Ibovespa -o principal índice e referência da Bolsa, que
reúne as 54 ações mais negociadas-, os multimercados com
renda variável não foram tão
mal. No período analisado, os
fundos de ações atrelados ao
Ibovespa registraram consideráveis perdas de 13,87%.
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