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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Mudança no ICMS pode encarecer remédio
A cobrança antecipada de
ICMS para medicamentos adotada pelo governo paulista pode resultar em aumento nos
preços de remédios em São
Paulo, segundo fabricantes,
distribuidores e redes de farmácias ouvidos pela Folha.
A alta nos preços dos medicamentos pode ocorrer se a Secretaria da Fazenda do Estado
de São Paulo mantiver índice
de 68,59% aplicado sobre o
preço de fábrica do remédio
para calcular o ICMS. Esse índice, que ainda não está sendo
aplicado, segundo informa a
Fazenda paulista, foi obtido
com base nas informações de
contribuintes do setor.
Os índices aplicados hoje sobre os preços de fábrica dos
medicamentos para cálculo do
ICMS no Estado variam de
38,24% a 41,38% -as mesmas
margens adotadas pela Câmara
de Regulação do Mercado de
Medicamentos, que estabelece
critérios para definição e ajuste
de preços no setor.
Só que a Fazenda paulista
concedeu prazo para o setor
apresentar sua pesquisa de
preços, que está sendo elaborada pela Fipe. Essa pesquisa vai
verificar quais são as margens
reais -se ao preço de fábrica é
acrescido esse índice de
38,24% a 41,38% no preço para
o consumidor. Na pesquisa da
Fazenda paulista, feita no início deste ano, o índice médio
aplicado era de 68,59%.
Guilherme Rodrigues Silva,
coordenador-adjunto da Administração Tributária da Fazenda paulista, diz que o setor deve
apresentar a sua pesquisa para
cálculo de ICMS até final de setembro. "Vamos aguardar."
"Se o índice adotado subir de
37%, por exemplo, para 68%, o
remédio vai ficar mais caro ou a
indústria vai ter de reduzir
suas margens", diz Luiz Fernando Buainain, presidente da
Abafarma, associação dos atacadistas de medicamentos.
Fundador e presidente da rede de farmácias Pague Menos,
Deusmar Queirós diz que a melhor forma de cobrar ICMS no
setor de remédios é pelo sistema de crédito e débito, quando
o imposto incide sobre todos os
elos da cadeia pela qual o produto transita -da indústria até
o consumidor final.
"O que acontece com esse regime de substituição tributária
é que eu compro um remédio
por R$ 100, pago imposto sobre
R$ 130, mas vendo o produto
por R$ 120. Isso não está certo.
Se o governo paulista adotar
margem acima de 30%, já prejudica o setor e os consumidores. A margem correta seria de
20%, já que o medicamento é
um produto essencial", afirma.
VOU DE TÁXI
Um terço da frota de táxi da cidade de São Paulo será
substituída por carros novos se a linha de crédito de R$ 200
milhões para financiar a aquisição de veículos para taxistas,
proposta pelo Ministério do Trabalho na semana passada,
for aprovada. Essa é a expectativa do presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra
Silva, que negocia há dois meses com o ministro Carlos Lupi
(Trabalho) a criação da linha, que terá recursos do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador). Segundo ele, hoje há 30
mil taxistas autônomos no município. No Brasil, são cerca
de 240 mil. Silva diz que a linha atende a necessidade do taxista de reduzir o custo do crédito para a compra de carros.
"O taxista tem acesso a crédito, mas o juro alto inviabiliza as
compras." A nova linha terá juro de 10,24% ao ano.
ATRASO MENOR
O índice de inadimplência
da Caixa Econômica Federal
em março foi um dos mais
baixos das últimas décadas,
segundo o banco. O índice foi
de 1,88%, e, em março de
2008, de 2,13%.
FADO
Claudio Santos se muda de
Portugal para São Paulo neste mês para assumir a diretoria-geral do L'Hotel Porto
Bay São Paulo.
RASTRO
A Tracker do Brasil, empresa especializada em rastreamento e localização de
veículos, registrou um crescimento de cerca de 5% em
seu balanço do primeiro semestre sobre avisos de roubos e furtos. Entre os meses
de janeiro e junho de 2009,
foram notificados aproximadamente 1.700 roubos e furtos de veículos.
CINZEIRO
A Japan Tobacco adquiriu
as brasileiras distribuidoras
e beneficiadoras de tabaco
Kannenberg & Cia e Kannenberg, Barker, Hail & Cotton. O negócio é parte do plano de expansão da Japan Tobacco, que em junho anunciou a compra do britânico
Tribac. O Demarest e Almeida Advogados foi responsável no Brasil pela operação.
Associação de advogados aumenta cerco a listas negras
A Abrat (Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas)
intensificou o combate às chamadas listas negras, nas quais
constam nomes de trabalhadores que entraram com ações na
Justiça contra seus empregadores para discutir créditos trabalhistas. A associação passou a
dar dicas para os trabalhadores
se protegerem dessa prática.
Essas listas, formadas a partir de dados da Justiça do Trabalho, visam dificultar o acesso
de pessoas nelas incluídas ao
mercado de trabalho.
"Constatamos que existe medo do trabalhador de entrar na
Justiça do Trabalho por causa
das listas negras. Essa prática,
além de ser considerada crime
contra a organização do trabalho, é de discriminação contra a
garantia de emprego", diz Luiz
Salvador, presidente da Abrat.
Salvador diz que há entendimento da Justiça de que, se
comprovado o nome de um trabalhador em uma lista negra,
ele terá direito à indenização.
Levantamento da Abrat mostra que em Paranaguá (PR) a
prática de lista negra é muito
comum, assim como em Curitiba (PR). "Os advogados devem
orientar os trabalhadores para
que denunciem a existência de
listas negras. O Ministério Público deve investigar empresas
que elaboram essas listas", diz.
SAPATILHA
A Fiat deixou de patrocinar o Bolshoi, de Joinville
(SC). A empresa deu R$ 1,5
milhão à escola de balé em
2008. A montadora avalia
renovar o apoio. Neste ano, a
Fiat apoiou o "Big Brother".
EM CASA
O Sinasa firmou acordo
com a BEM Emergências
Médicas e com a e-Pharma
para oferecer serviços de
emergência domiciliar e
aconselhamento telefônico.
CIMENTO
Durante sua viagem ao Paraguai, o presidente Lula vai
anunciar, ao lado de Fernando Lugo, um investimento
de US$ 100 milhões de empresas brasileiras -lideradas pela Camargo Corrêa,
com participação de Votorantim e Concret Mix do Paraguai- para a construção
de uma fábrica de cimento. A
planta, localizada a 30 km da
capital, Assunção, terá capacidade de produzir 400 mil
toneladas de cimento ao ano.
CARREIRA
A maioria dos estudantes
brasileiros (54%) acredita
que seu ingresso no mercado
de trabalho dependerá exclusivamente de seu dinamismo e de sua criatividade,
segundo enquete feita pelo
Ciee (Centro de Integração
Empresa-Escola) com 4.687
jovens cadastrados no banco
de dados da organização. O
segundo fator mencionado
(21%) foi a faculdade e o curso escolhidos, seguido pela
realização de cursos extracurriculares (17%).
com FÁTIMA FERNANDES, JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e CLÁUDIA ROLLI
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